RESUMO
Objetivo:
Avaliar os resultados obtidos com o uso do enxerto dermo-adiposo para reposição de volume em cavidade anoftálmica.
Métodos:
Estudo retrospectivo baseado em revisão de prontuários incluindo todas as cirurgias de enxerto dermo-adiposo realizadas nos últimos 10 anos no King Khaled Eye Specialist Hospital, Saudi Arabia. O enxerto dermo-adiposo foi realizado em 62 pacientes no periodo do estudo. Os dados analisados incluíram características dos pacientes, as complicações pós- operatórias e os resultados cosméticos e funcionais, tais como a habilidade de usar prótese externa.
Resultados:
A média de idade dos participantes foi de 34,2 ± 9,7 anos. Segundo a classificação das cavidades, 38,7% possuíam cavidade grau 3; 64,5% possuíam cavidade anoftálmica adquirida e o enxerto dermo-adiposo foi realizado como procedimento secundário em 61,3% dos pacientes. Após o procedimento 22,6% dos pacientes permaneceram com lagoftalmo, 17,7% tiveram necrose do enxerto, 12,9% desenvolveram granuloma piogênico, 12,9% tiveram redução do tamanho do enxerto, 3,2% permaneceram com as alterações no posicionamento palpebral e 3,2% continuaram com déficit de volume na órbita. Quarenta e nove pacientes (79%) eram capazes de usar prótese externa antes da cirurgia e depois do enxerto dermo-adiposo 55 (88,7%) puderam utilizar prótese externa.
Conclusão:
O enxerto dermo-adiposo é uma ótima opção para tratamento de cavidades anoftálmicas congênitas ou adquiridas, assim como realizado como procedimento primário ou secundário, em cavidades com ou sem contração tecidual. Os resultados são encorajadores e as complicações são pouco frequentes.
Descritores:
Anoftalmia/cirurgia; Órbita; Derme; Tecido adiposo/transplantes; Estudo retrospectivo