Objetivo:
Observar se há diferença nas funções visuais entre os prematuros com retinopatia da prematuridade (ROP) pós-tratamento em relação aos prematuros com retinopatia da prematuridade pós-regressão espontânea. E entre cada um destes grupos com o controle sem ROP.
Métodos:
Estudo transversal, observacional, não cego. Incluídas crianças prematuras nascidas entre 06/1992-06/2006 e examinadas entre 06/2009 e 12/2010; idade gestacional menor ou igual a 32 semanas e peso ao nascimento menor ou igual a 1.599 g; cadastrados no banco de dados do Hospital de Olhos Sandalla Amin Ghanem; com diagnóstico de retinopatia estágio II ou III em pelo menos um dos olhos com regressão espontânea ou por tratamento da ROP e sem retinopatia da prematuridade; mínimo de três consultas no período de seleção; máximo de seis meses de idade cronológica para o primeiro exame no HOSAG; idade cronológica mínima de quatro anos no período da reavaliação. Foram excluídas crianças prematuras que não responderam ou não foram localizados para os exames de reavaliação; e que não ofereciam condições de realização dos exames, por apresentarem comprometimento severo do sistema nervoso central ou síndromes impeditivas. Os prematuros foram divididos em três grupos: G1- prematuros com ROP pós-tratamento; G2- com ROP pós-regressão espontânea; e G3- sem ROP. Função visual avaliada por meio da acuidade visual (AV), teste de sensibilidade ao contrate (TSC), teste de cores (TC), exame de motricidade ocular e estereopsia.
Resultados:
Foram examinados 24 prematuros (48 olhos). No grupo G1 formado por 7 prematuros; G2, 8 prematuros e G3, 9 prematuros. AV normal: 64,28% (G1), 87,5% (G2) e 100% (G3); TSC normal: 66,67% (G1), 100% (G2) e 55,56% (G3); TC de Ishihara normal, 100% (G1 e G2) e 86% (G3); TC de Farnsworth normal: 20% (G1), 75% (G2) e 50% (G3). Estereopsia normal: 0,00% (G1), 25% (G2) e 3,5% (G3). Estrabismo: 37% (G2), 0,00% (G1 e G3). A prevalente tendência de respostas abaixo do esperado no TSC e TC entre os prematuros do grupo G3 exige novos estudos sobre o assunto em prematuros com maior idade.
Conclusão:
As funções visuais não apresentaram diferença entre os três grupos de prematuros estudados.
Prematuro; Doenças do prematuro; Retinopatia da prematuridade; Acuidade visual; Pré-escolar