RESUMO
Objetivo:
Avaliar os resultados anatômicos e funcionais após o tratamento do descolamento de retina secundário à toxoplasmose ocular.
Métodos:
Análise retrospectiva de dados de um banco de dados validado, que incluiu registros de pacientes submetidos à cirurgia vitreorretiniana para descolamento de retina secundário a toxoplasmose ocular. Foram analisados procedimentos cirúrgicos, sucesso anatômico, acuidade visual e complicações pós-operatórias.
Resultados:
Foram avaliados 22 olhos de 22 pacientes. Treze eram do sexo feminino (59,1%) e a idade média era de 28,5 anos (DP ± 14,5, intervalo de 12 a 78 anos). O período de acompanhamento variou de 1 a 163 meses (média de 64 meses). A melhor acuidade visual corrigida (BCVA) foi 2,0 logMAR (SD ± 1,0). Em geral, entre retinopexia (RSB) e vitrectomia pars plana (PPV) utilizando injeção de óleo de gás ou de silicone (SO), realizaram-se 31 cirurgias. A retina foi considerada colada em 15 olhos (68,2%) na primeira cirurgia e em 20 olhos (90,9%) ao final do estudo. A BCVA pós-operatória média melhorou para 1,3 logMAR (SD ± 0,9) (p<0,05). Dezenove olhos (86,4%) foram submetidos à cirurgia de catarata com implante de lente intraocular e 12 olhos (60,0%) tiveram remoção de óleo de silicone. Cinco olhos (22,7%) desenvolveram pressão intraocular elevada e 1 (4,5%) desenvolveu hipotonia.
Conclusão:
A abordagem cirúrgica no descolamento de retina secundária a toxoplasmose ocular permitiu importante melhora anatômica e funcional. Embora a PPV com injeção de óleo de silicone tenha demonstrado melhores resultados, não é viável afirmar que é a melhor técnica cirúrgica, devido ao pequeno número e às particularidades dos olhos tratados.
Descritores:
Toxoplasmose ocular; Descolamento retiniano; Vitrectomia; Recurvamento da esclera