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A relação entre a taxa de sedimentação eritrocitária, espessuras de coroide e retina na doença de Behçet

RESUMO

Objetivos:

Comparar a espessura da retina e da coroide em pacientes com doença de Behçet, com e sem acometimento ocular e avaliar a correlação entre a taxa de sedimentação de eritrócitos e a espessura da coroide em pacientes com doença de Behçet.

Métodos:

Estudo prospectivo intervencional que investigou a sedimentação de eritrócitos, espessura de coroide e da retina em pacientes com doença de Behçet. Os pacientes que foram diagnosticados com base nos Critérios Internacionais para a Doença de Behçet com (Grupo A) ou sem (Grupo B) envolvimento ocular e um grupo controle correspondente (Grupo C) participaram do estudo. Medidas de tomografia de coerência óptica e exames de sangue foram realizados no mesmo dia. As espessuras da retina e da coroide foram medidas utilizando tomografia de coerência óptica de domínio espectral (Spectralis, Heidelberg Engineering, Hidelberg, Germany) e a espessura macular central, a espessura coroidal subfoveal central e a espessura da camada de fibra nervosa da retina foram medidas usando tomografia de coerência óptica.

Resultados:

Os valores médios de sedimentação de eritrócitos foram de 9,89 mm/h no Grupo A, 16,21 mm/h no Grupo B e 3,89 mm/h no Grupo C; os valores médios da espessura da coroide subfoveal central foram 350,66, 331,74 e 325,95 mm respectivamente. Os valores médios da espessura macular central e da espessura da camada de fibra nervosa da retina dos pacientes nos grupos A, B e C foram de 226,39, 225,97, 234,11 mm e 92,00, 97,58, 99,84 mm respectivamente. Não houve diferença significativa entre pacientes do Grupo A e B na espessura da coroide subfoveal central, espessura macular central ou valores da espessura da camada de fibra nervosa da retina. A espessura macular central foi estatisticamente significativamente mais fina nos Grupos A e B do que no Grupo C (p=0,016). O Grupo A apresentou afinamento na porção nasal das camadas retiniana e geral da fibra nervosa da retina quando comparado com o Grupo C (p=0,010, p=0,041, respectivamente). Não foi possível estabelecer uma conexão entre a sedimentação dos eritrócitos, a espessura subfoveal central da coroide, a espessura macular central e espessura da camada de fibras nervosas da retina nos pacientes com doença de Behçet.

Conclusão:

A taxa de sedimentação de eritrócitos é comumente utilizada para testar a ativação da doença de Behçet e avaliar a resposta ao tratamento. Em nosso estudo, não foi possível estabelecer uma conexão entre a taxa de sedimentação de eritrócitos e a espessura da coroide subfoveal central, espessura macular central e espessura da camada de fibras nervosas da retina em pacientes com doença de Behçet sistematicamente ativa sem envolvimento ocular.

Descritores:
Síndrome de Behçet; Sedimentação sanguínea; Índices de eritrócitos; Coroide; Retina; Tomografia de coerência óptica

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