RESUMO
Os autores analisam 18 pacientes (20 olhos) com uma rara peculiaridade clínica de apresentação de CCS, presente em 3,27% dos 549 casos revistos, caracterizada pela formação de um líquido subretiniano turvo, com o propósito de analisar suas características clínicas, fundoscópicas e angiográficas, comparando-se com um grupo controle.
Concluem que: 1) o grupo em estudo apresentou uma característica comum de incidência em adultos jovens (média = 38,5 anos), com predomínio no sexo masculino (89%), e na raça branca (94,5%); 2) apresentaram acuidade visual inicial significativamente inferior (P=0,0003), mas não comprometendo a acuidade visual final, que foi semelhante nos dois grupos (P=0,0960); 3) o tamanho do DES foi estatisticamente maior (P=0,0213), associado a um ponto de extravazamento ao nível do EPR também maior (P=0,0001). Estes dados levam à conclusão de que tanto maior a extensão da alteração funcional do EPR, maior a área livre de difusão de proteínas e macromoléculas, e portanto, maior o grau de turvação do LSR; 4) não houve variação estatisticamente significativa em relação à quantidade de DEP dentro da área do DES (P=0,3006), e em relação às alterações pigmentares fora da área do DES (P=0,7469); 5) adequada resposta terapêutica à fotocoagulação com laser de argônio.
Discutem as hipóteses fisiopatológicas para formação da turvação no LSR, a partir dos dados obtidos. Descrevem a associação com variantes de CCS, como descolamento exsudativo bolhoso da retina sensorial e tratos atróficos do EPR.
Palavras-chave:
Corioretinopatia central serosa; Epitélio pigmentar da retina; Descolamento do epitélio pigmentar da retina; Líquido subretiniano; Laser de argônio; Fotocoagulação com laser