RESUMO
Objetivos:
O presente estudo teve por objetivo avaliar a segurança da injeção intravítrea de 0,1 ml de sunitinibe em duas concentrações (1 mg/ml e 10 mg/ml), 0,1 ml de dispersão contendo nanopartículas lipídicas sólidas sem droga e 0,1 ml de dispersão contendo nanocápsulas poliméricas livre de drogas analisando os possíveis efeitos tóxicos à retina de coelhos albinos detectados pela eletrofisiologia e histologia por microscopia óptica.
Métodos:
Um estudo controlado experimental foi realizado com 20 olhos de coelhos albinos. Foram realizadas injeções intravítrea de duas concentrações diferentes de sunitinibe, uma dispersão contendo nanopartículas lipídicas sólidas e uma dispersão contendo nanocápsulas. O olho contralateral não recebeu tratamento e foi utilizado como controle.
Resultados:
Não foram observadas alterações eletrorretinográficas nos grupos do sunitinibe (1 mg/ml e 10 mg/ml) e no grupo das nanopartículas lipídicas sólidas. No grupo das nanocápsulas, houve alterações significativas tanto na morfologia, quanto na amplitude e tempo das ondas do eletrorretinograma. Ao estudo histológico, somente o grupo das nanocápsulas apresentou alterações degenerativas (núcleos tumefeitos) com acentuado edema e formação de vacúolos citoplasmáticos, sugerindo toxidade retiniana.
Conclusões:
As injeções intravítreas de sunitinibe e nanopartículas lipídicas sólidas não foram tóxicas para a retina. No entanto, nanocápsulas mostraram ser tóxicas para a retina. Sendo assim, a possibilidade de poder combinar o potencial de uma droga que possui a capacidade de inibir duas importantes vias da angiogênese, às vantagens de liberação controlada das nanopartículas lipídicas sólidas, pode ser um importante recurso terapêutico para doenças vasoproliferativas oculares.
Descritores:
Neovascularização patológica; Inibidores da angiogênese; Nanotecnologia; Nanopartículas; Injeções intravítreas; Coelhos