Resumo
Desde o surgimento do termo “caminhabilidade”, na década de 1990, muitas métricas foram desenvolvidas com o intuito de avaliar a qualidade do ambiente construído sob a ótica do pedestre. Mais recentemente, alguns pesquisadores têm buscado uma associação dessas métricas com o comportamento dos pedestres: melhores condições das calçadas e de seus entornos estão alinhadas com mais atividades de pedestres? A fim de investigar a relação do ambiente construído existente com a proporção de deslocamentos a pé, um indicador no nível da cidade (macro) e outro no nível do bairro (micro) foram desenvolvidos a partir de dados georreferenciados da cidade de São Paulo. Uma vez que os dados disponíveis sobre o transporte e o ambiente construído foram incorporados em um modelo de regressão linear, o o índice na escala do bairro (micro) e a proporção de deslocamentos a pé apresentaram uma forte correlação positiva (R2 ajustado = 0,797). Além da contribuição acerca da relação de métricas de caminhabilidade com dados de países em desenvolvimento, as discussões apresentadas neste artigo pretendem fornecer subsídios para a avaliação de desigualdades territoriais na mobilidade a pé, em especial as relacionadas à segregação socio-espacial.
Palavras-chave:
Mobilidade urbana; Ambiente Construído; Transporte ativo; Caminhabilidade