Resumo
Usuários de habitação social (HS) comumente realizam adaptações espaciais. Sem orientação técnica, essas modificações geralmente comprometem o desempenho da edificação. Esse artigo investiga a dinâmica das modificações feitas em casas populares e suas consequências para as condições de habitabilidade. Os dados foram obtidos através de mapeamento espacial em campo e entrevista semiestruturada. O estudo encontrou modificações que ampliam a área construída e uma tendência de ocupação da área total do lote. O tipo de ampliação com maior impacto na qualidade ambiental de uma casa foi predominante nas casas geminadas (89,2%). A necessidade por mais espaço é confirmada pelas casas que cresceram mais de 30,0% até mais de 70,0%. O estudo também constatou um elevado número de retirada de esquadrias, e ampliações que confinaram ambientes. Além do desconforto térmico, muitos ambientes apresentam sinais de insalubridade como: mofo, ausência de ventilação e iluminação natural, impactando negativamente na saúde dos moradores. Casos extremos foram registrados (G=12,1%), em que o portão de acesso da moradia é a única forma de contato com o meio externo. As adaptações espaciais nas HS são recorrentes e não podem ser desconsideradas, pois comprometem significativamente as condições de saúde das habitações em estudo.
Palavras-chave:
Habitação Social; Avaliação de desempenho; Habitabilidade; Saúde dos usuários