INTRODUÇÃO: No tratamento de lesões hepáticas nem sempre se tem hemostasia adequada e segura. Biópsia hepática é indispensável na evolução de doença hepato-celular difusa ou focal sendo necessária para candidatos à transplante hepático e para acompanhamento pós-transplante. Muitos doentes apresentam coagulopatias que aumentam os riscos de sangramento. Daí a necessidade de se procurar substâncias capazes de promover a hemostasia de forma rápida e efetiva. OBJETIVO: O objetivo deste estudo foi reconhecer a validade do uso de hemosferas microporosas de polissacarídeos (MPH) como agente hemostático para lesões hepáticas. MÉTODOS: Utilizaram-se 30 ratos Wistar distribuídos em três grupos. Sob anestesia, fez-se uma laparotomia e produziu-se um ferimento hepático padrão que foi tratado no grupo A com MPH, no grupo B, com n-butil-2-cianoacrilato e no grupo C com adesivo de fibrina. Cronometrou-se o tempo para a obtenção da hemostasia imediata, a existência de sangramento tardio e a evolução histológica. RESULTADOS: O MPH levou, em média, seis minutos para promover a hemostasia e apresentou re-sangramento exigindo reaplicação, o n-butil-2-cianoacrlato, 20 segundos e o adesivo de fibrina, um minuto. O cianoacrilato promoveu aderências mais intensas. Os três adesivos determinaram principalmente reação inflamatória do tipo crônico. As feridas tratadas com cianoacrilato apresentaram maior área de lesão (p=0,0164). A densidade do colágeno foi semelhante entre os grupos. CONCLUSÃO: O MPH, embora tenha conseguido hemostasia, não se mostrou mais favorável do que o n-butil-2-cianoacrilato e o adesivo de fibrina sendo que este último promoveu a menor reação tecidual.
Adesivos; Hemostáticos; Fígado