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COLOPROCTOLOGIA

001

AVALIAÇÃO DA CONSTIPAÇÃO INTESTINAL EM PACIENTES AMBULATORIAIS

EVALUATION OF INTESTINAL CONSTIPATION OF AMBULATORY PATIENTS

Oliveira, P. G.; Rocha, E.M.; Paes, M.A.; Sousa, J. B.; Tauil, P.L..

Faculdade de Medicina da Universidade de Brasília

Área de Clínica Cirúrgica - Hospital Universitário de Brasília (HUB)

INTRODUÇÃO: A maioria das pessoas experimenta períodos de constipação no transcorrer de suas vidas. A constipação intestinal pode ser causada por diferentes mecanismos e sua apresentação clínica inclui largo espectro de sintomas, aparecendo com freqüência (em torno de 50%) como queixa principal ou secundária, nos atendimentos ambulatoriais de coloproctologia.

MÉTODOS: Foi realizado estudo transversal analítico de prevalência de constipação intestinal associado a fatores clínicos e epidemiológicos, contemplando-se os pacientes que demandam as clínicas de especialidades médicas do ambulatório do HUB. Foram utilizados para a definição de constipação intestinal os critérios de Roma. A amostra foi aleatória, simples, estratificada por ambulatório, com número de 403 pacientes, obtidos com o grau de confiabilidade de 95%; prevalência estimada de 20% e erro máximo tolerado 5%. Calculou-se o intervalo de confiança para verificar a significância estatística. O instrumento de coleta foi por entrevista com questionário.

RESULTADOS: A pesquisa encontrou prevalência de: 26% de constipação intestinal, de 34,2% de pessoas que se achavam constipadas, maior no gênero feminino, faixa etária de maior prevalência entre 46-55 anos e menor entre indivíduos maiores de 65 anos. Não houve relevância estatística quanto aos aspectos tabagismo, etilismo e atividade física.[CONCLUSÃO] Na população estudada, a constipação intestinal apresentou elevada prevalência com identificação de algumas características epidemiológicas.

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002

RELATO DE 3 CASOS DE CÂNCER COLORRETAL COM história prévia DE CÂNCER GINECOLÓGICO

ACCOUNT OF 3 CASES OF COLORRETAL CANCER WITH PREVIOUS HISTORY OF GYNAECOLOGYC CANCER

Guarim M. R.; Catanoce A. P.; Nicoletti B. C.; Braga T. A.; Quilici F. A.; Nepomuceno G. A.

Faculdade de Ciências Médicas/PUC-Campinas.

OBJETIVO: A associação do câncer ginecológico em pacientes com câncer colorretal, já fora relatada por alguns autores como fator de risco. Assim, o trabalho consiste em relatar 3 casos de câncer colorretal, com antecedentes pessoais de câncer ginecológico, e realizar uma revisão bibliográfica sobre a etiologia e a possibilidade dessa associação.

MÉTODOS: Estudo descritivo retrospectivo de 3 casos de câncer colorretal, no período entre 1997 e 1999, que apresentavam história prévia de câncer ginecológico e revisão bibliográfica.

RESULTADOS: C. B. S., 68 anos, com neoplasia de colo uterino (adenocarcinoma), com o tratamento cirurgico: histerectomia total ampliada e radioterapia, 10 anos antes dos primeiros sintomas referentes ao câncer colorretal, que fora tratado com radioterapia pré operatória e colectomia direita com ileotransversoanastomose. O anátomo patológico da peça foi de adenocarcinoma tubular infiltrativo (mucosa e submucosa) com acometimento de 3/4 linfonodos. T. P. S. T., 59 anos, com neoplasia de ovário (TU mucoso boderline de ovário), tratada com histerectomia total e ooferectomia bilateral., 2 anos antes dos primeiros sintomas referentes ao câncer colorretal, que fora tratado com retossigmoidectomia. O anátomo patológico da peça foi de adenocarcinoma grau II infiltrado até a muscular do reto. M A. G., 45 anos, com neoplasia de colo uterino, adenocarcinoma, estadio IIB, tratada com radioterapia e histerectomia total, 9 anos antes dos primeiros sintomas do câncer colorretal que fora tratada com quimioterapia e cirurgia de urgência, retosigmoidectomia. O anátomo patológico foi de adenocarcinoma moderadamente diferenciado.

CONCLUSÃO: Atualmente, entende-se o câncer colorretal como conseqüente a uma complexa interação entre fatores ambientais e os fatores genéticos, entre os genéticos há 2 formas: associada ou não à polipose. No primeiro caso estão enquadrados os tumores em pacientes portadores de síndrome da polipose familiar e sua variante atenuada. No segundo estão os tumores referentes às síndromes I e II de Lynch. Desta forma verificou-se que 3 diferentes tipos de genes estão envolvidos na gênese do câncer colorretal: os oncogenes, os genes supressores tumorais e os genes reparadores de pareamento errôneos. Assim na revisão realizada contatou-se que o gene supressor, alterado em 70% dos tumores é o p53, localizado no braço curto do cromossomo 17 e alterações nos genes DCC do cromossomo 18 e MCC, que fica situado perto do APC, têm sido descritas tanto para etiologia das neoplasias colorretais como de colo uterino, Contudo, poucos são os autores que relatam a associação do câncer ginecológico com o colorretal, bem como medidas de prevenção ou controle. Concluímos que estes 3 relatos de casos tem uma grande importância, pois evidenciam a possibilidade desta associação.

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003

CICATRIZAÇÃO DE ANASTOMOSES COLONICAS NA VIGÊNCIA DE OBSTRUÇÃO INTESTINAL. ESTUDO EXPERIMENTAL EM RATOS

COLONIC ANASTOMOSIS HEALING AND BOWEL OBSTRUCTION. AN EXPERIMENTAL STUDY IN RAT

Bezuti MT, Féres O, Campos AD, Aprilli F, Rocha JJR

Disciplina de Proctologia do Departamento de Cirurgia e Anatomia da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo.

A cicatrização de anastomoses intestinais vem sendo estudada, com muita ênfase às técnicas de sutura e materiais empregados na confecção das anastomoses, bem como melhor compreensão dos efeitos de diversos fatores sobre a cicatrização.

Observa-se um grande número de complicações das anastomoses em cirurgias do cólon sendo obstrução colônica um fator importante na cicatrização das anastomoses.

OBJETIVO: Estudar a cicatrização das anastomoses colônicas na vigência de oclusão intestinal.

Os animais(n=39) foram divididos em dois grupos: GrupoI (obstrução intestinal n=22) obstruído quatro dias antes da anastomose e GrupoII (controle n=17).

As anastomoses foram confeccionadas em técnica padronizada. No sacrifício (7a.dia) foi realizado exame macroscópico descrevendo os possíveis achados e retirado segmento contendo a anastomose para a dosagem de hidroxiprolina.

As complicações (14ratos) foram mais freqüentes no grupo obstruído 11 ratos (50%). No grupo controle apenas 3 ratos (17,6%) tiveram alguma complicação.

Observou-se uma queda na média dos pesos nos grupos controle e grupo obstruído.

A média dos valores de hidroxiprolina foi maior no grupo obstruído (975,0) do que no grupo controle (872,0), porém sem diferença estatística.

A dosagem de hidroxiprolina foi semelhante nos dois grupos. Provavelmente a cicatrização ocorrendo sem complicações no grupo obstruído esta segue o mesmo processo de síntese de colágeno do que no controle.

As complicações mostraram-se o principal diferencial entre os grupos. A explicação pode decorrer da maior dificuldade técnica para realizar a anastomose devido à diferença dos cotos terminais ou a impactação de fezes amontante, translocação bacteriana, maior desnutrição e isquemia.

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004

INFLUÊNCIA DA ICTERÍCIA NA CICATRIZAÇÃO DE ANASTOMOSES DO CÓLON, EM RATOS

INFLUENCE OF THE JAUNDICE IN THE HEALING OF COLON ANASTOMOSIS IN RATS

Biondo-Simões MLP, Greca FH, Ioshii S, Weingärtner J, Guirello C, Martynetz F.

Disciplina de Técnica Operatória e Cirurgia Experimental

Pontifícia Universidade Católica do Paraná

INTRODUÇÃO: É comum considerar-se a icterícia como uma das causas de deiscência de anastomoses digestivas. Contudo, não se pode esquecer que muitas vezes os pacientes estão desnutridos e são portadores de doenças malignas.

OBJETIVO: O presente estudo visa reconhecer a interferência da hiperbilirrubinemia no processo de cicatrização de anastomoses de cólon de ratos.

MÉTODOS: Utilizaram-se 42 ratos Wistar, divididos em 2 grupos de 21 animais cada. Sob anestesia inalatória, fez-se uma laparotomia para-mediana, supra-umbelical. Nos ratos do grupo experimento procedeu-se à secção entre ligaduras do ducto biliar comum seguida de laparorrafia. Após 5 dias realizou-se nova laparotomia, agora mediana infra-umbelical, com aproximadamente 4 cm. Identificou-se o cólon distal e fez-se uma colotomia transversa a 2 cm da reflexão peritoneal. Refez-se o trânsito com anastomose término-terminal com plano único de sutura interrompida , extra-mucosa de fio monofilamentar de náilon 6-0 e laparorrafia. Fizeram-se as avaliações no 3.º , 7.º e 14.º dias de pós-operatório. Após a eutanásia feita com dose inalatória letal de éter etílico, a abertura da parede abdominal quando se pode avaliar a existência de líquido na cavidade, abscessos e aderências. Ressecou-se 4 cm de cólon contendo a anastomose. Submeteu-se este segmento a teste manométrico e em seguida procedeu-se estudo histopatológico. Conhecia-se a resposta inflamatória e o conteúdo do colágeno.

RESULTADOS: No 5.º dia os ratos se apresentavam francamente ictéricos. Aderências estiveram presentes nos dois grupos sem diferença significante. A resistência das anastomoses foi semelhante nos dois grupos no 3.º dia e maior no grupo controle no 7.º dia (p=0,0476) e no 14.º dia (p=0,0019). A concentração de colágeno total foi maior no grupo controle no 3.º dia (p=0,0038) e no 7.º dia (p=0,0074). O percentual de colágeno imaturo foi semelhante entre os grupos.

CONCLUSÃO: Concluiu-se que a icterícia diminui a resistência e a concentração de colágeno total em anastomoses de cólon, em ratos.

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005

COLECTOMIA SUBTOTAL E ANASTOMOSE COM DOENÇA INFLAMATÓRIA RESIDUAL: ESTUDO EXPERIMENTAL EM RATOS

SUBTOTAL COLECTOMY AND ANASTOMOSIS WITH RESIDUAL INFLAMATORY DISEASE: EXPERIMENTAL STUDY IN RATS

Biondo-Simões MLB, Greca FH, Ioshii S, Chin EWK, Kimura LY.

Disciplina de Técnica Operatória e Cirurgia Experimental – Pontifícia Universidade Católica do Paraná

INTRODUÇÃO E OBJETIVO: A anastomose íleo-retal é uma das opções cirúrgicas utilizadas para o tratamento da doença inflamatória intestinal. O objetivo do presente estudo é acompanhar a evolução das anastomoses íleo-cólicas realizadas em situação de doença inflamatória residual.

MÉTODOS: Utilizaram-se 60 ratos Wistar, divididos em 2 grupos de 30 animais que compuseram os grupos C (controle) e E (experimento). Os ratos do grupo E tiveram a doença inflamatória do cólon induzida com ácido acético a 10% por meio de enemas retais, enquanto que os animais do grupo C tiveram o cólon lavado com solução salina isotônica a 0,9% pelo mesmo método. No 6.º dia após a indução da doença inflamatória, todos os animais foram submetidos à colectomia subtotal, seguida de anastomose íleo-cólica em plano único, extra-mucoso tomando-se o cuidado de deixar doença residual no grupo E. Realizaram-se as aferições no 3.º , 7.º e 14.º dias de pós-operatório. Anotaram-se as alterações da cavidade peritoneal, a presença de aderências e ressecou-se 4 cm de cólon contendo a anastomose. Submeteu-se este segmento a teste manométrico e em seguida procedeu-se estudo histopatológico, corando-se os cortes pela hematoxilina-eosina e pelos Sirius Red. Conhecia-se a resposta inflamatória e o conteúdo do colágeno.

RESULTADOS: Observou-se peritonite difusa somente nos animais que morreram antes do dia da aferição. O percentual de mortalidade no grupo C foi de 6,67% e no grupo E de 30,0% sendo que a proporção de mortalidade E:C foi de 4,48:1 (p=0,0205). As anastomoses que não sofreram deiscência evoluíram de forma semelhante nos dois grupos, quanto às aderências peri-anastomóticas e evolução histológica. Contudo a capacidade de suportar pressão foi menor no grupo E, no 7.º dia.

CONCLUSÃO: Concluiu-se que a grande complicação das anastomoses íleo-cólicas realizadas em situação de doença inflamatória residual são as deiscências acompanhadas de peritonite e óbito. Quando isto não acontece a cicatrização se processa de modo semelhante ao que ocorre quando não existe doença inflamatória.

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006

CICATRIZAÇÃO DE ANASTOMOSES COLÔNICAS DE COELHOS COM HIPERCOLESTEROLEMIA

HEALING OF COLON ANASTOMOSIS OF RABBITS WITH HIPERCOLESTEROLEMIA

Greca, F. H.; Biondo-Simões, M. L.P.; Komatsu, M. C. G.; Bryk-JR, A.; Fedrizzi, F.; Ioshi, S.

Disciplina de Técnica Operatória e Cirurgia Experimental – Pontifícia Universidade Católica do Paraná

INTRODUÇÃO: Inúmeros fatores locais e sistêmicos podem influenciar adversamente a cicatrização das anastomoses intestinais, dentre eles o aporte sanguíneo deficiente. A hipercolesterolemia compromete a reação vasomotora, diminuindo o fluxo sanguíneo a determinado órgão. O presente estudo visa avaliar o processo cicatricial de anastomoses do cólon distal de coelhos hipercolesterolêmicos.

MÉTODOS: Foram estudados 18 coelhos, divididos em 2 grupos. Nove animais compuseram o grupo experimento, recebendo ração rica em colesterol a 1% por 30 dias e os demais receberam ração comum no mesmo período. No 30º dia todos os animais foram submetidos a uma ressecção de 3 cm de cólon distal, que foi anastomosado em plano único. No 7º dia de pós-operatório ressecou-se 6 cm do cólon contendo a anastomose e retirarou-se 10 ml de sangue por punção intracardíaca para dosagem de colesterol total, LDL e HDL. Submeteram-se os segmentos colônicos a teste manométrico e a estudo histopatológico pela coloração de picrosirius e HE. Realizou-se ainda fluxometria a laser da parede colônica.

RESULTADOS: A pressão de ruptura à insuflação foi semelhante nos dois grupos (p=0,0709). Houve uma diminuição significativa na concentração de colágeno imaturo (p=0,0078) e de colágeno total (p=0,0422) nas anastomoses do grupo experimento. Em relação ao colágeno maturo constatou-se um redução não significante (p=0,1085). Reação inflamatória (p=0,0104), proliferação fibroblástica (p=0,0104) e fibrose (p=0,1573) também estavam diminuídas e macrófagos xantomatosos estavam presentes somente neste grupo. A fluxometria diminui o fluxo capilar do grupo experimento (p 0 0,00312).

CONCLUSÃO: Os resultados permitem admitir que há uma diminuição da resposta inflamatória e fibroblástica na cicatrização das anastomoses de cólon distal de coelhos hipercolesterolêmicos, bem como uma diminuição da deposição de colágeno nas mesmas e diminuição do fluxo capilar.

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007

AS METALOTIONEIMAS ESTÃO ENVOLVIDAS NO MECANISMO DE PROTEÇÃO QUE O MEGACÓLON PROPICIA CONTRA O DESENVOLVIMENTO DO CÂNCER DE CÓLON

METHALLOTHIONEINS ARE INVOLVED IN THE MECHANISM OF PROTECTION AGAINST COLON CARCINOGENESIS PROVIDED BY MEGACOLON

Carvalho CEV, Escalante RD, Salim R, Silva MT, Cunha FQ, Garcia SB

Departamento de Patologia da Faculdade de Medicina de Ribierão Preto - USP

INTRODUÇÃO E OBJETIVO: Sabe-se que o megacólon leva a uma proteção contra o desenvolvimento do câncer de cólon, mas os mecanismos desta proteção são desconhecidos. O presente estudo avaliou a expressão de metalotioneinas (MT) na mucosa colônica de ratos Wistar.

MÉTODOS: Foram estudados ratos normais e ratos submetidos à desnervação do colón distal por cloreto de benzalcônico. Posteriormente estes animais foram expostos ao carcinógeno dimetilhidrazina. Os animais foram sacrificados e retirados os cólons e neles foi examinada a expressão MT por imunohistoquímica.

RESULTADOS: Os resultados mostraram que nos animais expostos à dimetilhidrazina houve aumento de MT e que megacólon induzido potenciou a este aumento.

CONCLUSÃO: Concluindo, através dos resultados da expressão de metalotioneina, podemos inferir que a mesma está relacionada com situações onde há proteção ao desenvolvimento de câncer colorretal induzido em ratos podendo ser esta uma via pela qual o megacólon leve a esta proteção.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    11 Jun 2002
  • Data do Fascículo
    2001
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