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CIRURGIA DO TRAUMA

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LESÕES PENETRANTES DE DORSO E FLANCOS: LAPAROTOMIA EXPLORATÓRIA MANDATÓRIA EM COMPARAÇÃO COM CONDUTA SELETIVA COM CT DE TRIPLO CONTRASTE

Guimarães, F.M; Kawano, J.A.; Soares,R.D.; Tauffer, V.P.

Departamento de Cirurgia e Anatomia da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo

INTRODUÇÃO E OBJETIVO: Apresentar casuística da Unidade de Emergência desta instituição no atendimento de pacientes que deram entrada com ferimento penetrante por arma branca (FAB) em dorso e flancos. Avaliar a importância do CT de triplo contraste do abdome como método de triagem comparando sua eficácia com a laparotomia exploratória mandatória.

MÉTODOS: Avaliação retrospectiva de 67 casos que entraram neste serviço entre 1990 e 2000 com ferimento por FAB em dorso e flancos, considerando a conduta realizada na entrada do paciente: laparotomia, CT ou observação.

RESULTADOS: De 1990 a 2000 foram atendidos 67 indivíduos com estas características, dos quais 55 (82%) foram submetidos a laparotomia, 6 (9%) ficaram sob observação e depois tiveram alta e 7 indivíduos realizaram o CT. Dos 55 indivíduos que submeteram-se a laparotomia, o procedimento não foi terapêutico (portanto, desnecessário) em 7 casos (12%). A partir de 1996, quando começou-se a utilizar o CT, este foi indicado em 7 casos dos quais 6 (85%) ficaram sob observação e receberam alta, sem complicações posteriormente. Isso corresponde a 13% (6/47) do total de casos atendidos no período que foram poupados da laparotomia sem intercorrências. A única laparotomia realizada após o resultado do CT foi terapêutica.

CONCLUSÃO: A laparotomia exploratória é comparativamente ao CT de triplo contraste uma conduta menos especifica no diagnóstico de lesões. Assim, recomendamos a conduta seletiva, a utilização do CT de triplo contraste como conduta inicial em casos de FAB em dorso e flancos, por ter se mostrado um mé

todo com alta especificidade e sensibilidade satisfatória ao invés da laparotomia exploratória mandatória.

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ANÁLISE DAS ESCALAS DE SEVERIDADE E PROPABILIDADE DE SOBREVIDA NO TRAUMA COM O NÚMERO DE ÓBITOS NA UNIDADE DE EMERGÊNCIA DO HCFMRP-USP

Moraes, CG; Rosique, RG; Reges, RV; Scarpelini, S

Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto-USP

A observação diária nos serviços de atendimento médico de urgência do grau de severidade do trauma e sua relação com as chances de sobrevivência das vítimas resultou na criação de escalas (scores) que refletem matematicamente o que acontece na prática dos diferentes serviços e que servem de parâmetro na escolha da conduta de tais pacientes.

Este trabalho visa, através da análise dos scores (TRISS; ISS; RTS) de 25 pacientes que foram a óbito na Unidade de Emergência da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto – USP, estabelecer a possíveis causas e fatores que influenciaram a não-concordância entre a expectativa matemática e o resultado na prática.

As escalas TRISS, ISS e RTS adotados pelo Comitê de trauma do Colégio Americano de Cirurgiões (ACSCOT) são baseadas em parâmetros anatômicas, fisiológicos e de idade que foram convencionados, buscando padronizar a avaliação do estado geral das vítimas; no caso específico do TRISS, adicionam-se constantes adotadas a partir dos dados de rotina de diferentes serviços. Este estudo objetiva analisar especificamente os óbitos em que as chances de sobrevida ultrapassavam a percentagem de 50 (normatizada pela AMA), e para desta forma acompanhar a evolução das vítimas do trauma desde o momento de sua admissão (quando são calculados os scores) até a constatação do óbito. Portanto, esses dados permitem avaliar a eficiência do serviço de atendimento pré-hospitalar de maneira indireta devido à sua relação com a chances de sobrevida das vítimas do trauma.

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EFEITOS DA IMPLANTAÇÃO DO SISTEMA DE REGULAÇÃO NO SERVIÇO DE ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR AO TRAUMA EM RIBEIRÃO PRETO

Rosique, RG; Moraes, CG; Reges, RV; Scarpelini, S

Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto-USP

Desde a criação de sistemas padronizados de atendimento ao paciente traumatizado, difundidos visando a uniformidade e melhoria do serviço médico em situações de urgência, tem-se destacado o papel fundamental que o atendimento pré-hospitalar desempenha no aumento da sobrevida do paciente. Vários estudos têm apontado para a necessidade de se atuar nas primeiras horas após o acidente em vista da percentagem elevada de óbitos que se observa no caminho para o hospital e nos primeiros instantes após a sua admissão.

Baseado na portaria nº 824 do ministério da saúde, vem sendo implantado nos últimos meses (07/03/1999 – 07/12/1999) um sistema de regulação do atendimento pré-hospitalar às vítimas do trauma na cidade de Ribeirão Preto. Nesta cidade, a central de regulação, bem como o sistema de transporte pré-hospitalar, ficou a cargo do Serviço de Atendimento Médico de Urgência (SAMU).

O objetivo deste trabalho é comparar os dados referentes às admissões nos diferentes tipos de hospitais ligados ao SUS (desde unidades básicas de saúde a hospitais terciários) e que integram o serviço de regulação, antes e após o estabelecimento e consolidação da central de regulação. Nesses hospitais, foi observada a triagem para as diferentes áreas de atendimento de urgência (desde a clínica médica até a neurocirurgia) buscando assim, um atendimento mais específico quanto aos parâmetros de gravidade, tempo e recursos disponíveis. Desta forma, pode-se analisar a eficiência da hierarquização das condutas no atendimento de urgência.

A conclusão final do estudo foi de que com a implantação do sistema de regulação, a maior parte das admissões ocorreu em hospitais terciários, decrescendo então até números ínfimos destinados a serviços não voltados ao atendimento do trauma. Além disso, dentro dos hospitais terciários, um número maior de pacientes foi destinado a serviços de neurocirurgia, cirurgia geral e ortopedia, confirmando predições.

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ANÁLISE DA EFICÁCIA DA REGULAÇÃO MÉDICA NO ATENDIMENTO DE VÍTIMAS DE TRAUMA

Santos A.F.J. dos, Scarpelini S., Rampazzo D.Z., Gomes E.V.F., Masela C.A., Nascimento F.M.

Liga do Trauma da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto – USP

INTRODUÇÃO: O trauma é uma doença com elevada mortalidade, onde o atendimento pré-hospitalar tem grande influência na evolução das vítimas. Em Ribeirão Preto, em 17 de janeiro de 2000 foi criado o serviço de regulação médica, com o objetivo de organizar o fluxo de vítimas para os hospitais e melhorar o atendimento pré-hospitalar.

OBJETIVO: Avaliar a influência da criação de uma regulação médica na distribuição das vítimas de trauma, pelos diversos níveis hospitalares de atendimento.

MÉTODOS: Foram analisados 200 casos de trauma, sendo 100 a partir de 01/08/1998 e os outros 100 a partir de 01/08/2000. Foi analisado o T-RTS e o destino hospitalar de cada vítima, considerando-se a seguinte divisão: hospitais terciários , hospitais secundários e unidades primárias.

RESULTADOS: Em 1998, a distribuição dos casos atendidos distribuiu-se da seguinte maneira: primário=8%, secundário=18% e terciário=74% e em 2000 o resultado foi 36%, 14% e 50%, respectivamente, havendo diferença no perfil atendido de casos leves (T-RTS>10) pelos serviços terciários.

CONCLUSÃO: Em 1998 houve número maior de pacientes destinados a hospitais terciários se comparado com o mesmo período do ano 2000, demonstrando a triagem pela regulação médica foi eficiente, pois o número de casos leves levados para os hospitais terciários diminuiu no ano de 2000 em relação ao ano de 1998.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    11 Jun 2002
  • Data do Fascículo
    2001
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