OBJETIVO: Com o intuito de contornar diversas dificuldades encontradas no uso rotineiro de queratinócitos cultivados in vitro pela técnica descrita por Rheinwald e Green, e obter um substituto cutâneo mais resistente e o menos imunogênico possível para futuras aplicações clínicas, este trabalho avaliou um novo sistema de cultura de queratinócitos que prevê a utilização de um substrato de fibrina em associação com queratinócitos humanos em alta densidade. MÉTODOS: Através de microscopia óptica e eletrônica e análise imunohistoquímica, foram avaliadas as características proliferativas e de diferenciação em longo prazo de queratinócitos cultivados em condição imersa e na interface ar-líquido. RESULTADOS: Apesar da ausência de um substituto dérmico, foi demonstrado que o composto proposto constituiu-se de um substrato de fibrina transparente e elástico coberto por epitélio multi-estratificado, bem aderido, com características morfológicas semelhantes à epiderme humana, incluindo a neo-formação, embora incompleta, da membrana basal. CONCLUSÕES: A maior resistência mecânica com a presença de um substrato de fácil manuseio, a possível liberação de queratinócitos não-confluentes, e a remoção de células com origem animal dos sistemas de cultura sugerem que o composto proposto neste estudo apresenta grande potencial para uso clínico futuro.
Adesivo tecidual de fibrina; Queratinócitos; Imunoistoquímica; Microscopia Eletrônica