RESUMO
Objetivo
Verificar se a estimulação das habilidades auditivas de fonoaudiólogos com e sem dificuldades no processamento auditivo central (PAC) interfere no desempenho da avaliação perceptivo-auditiva (APA) do desvio vocal predominante.
Métodos
Estudo prospectivo, quase-experimental, realizado com 26 fonoaudiólogos, desenvolvido em cinco etapas: Etapa1: Pré-intervenção - primeira APA, composta por 30 amostras da vogal sustentada /ε/, acrescidas de 20% de repetição (seis amostras repetidas), apresentadas randomicamente, na qual os participantes deveriam identificar o desvio vocal predominante; Etapa 2: Triagem das habilidades do PAC com nove testes da plataforma AudBility; Etapa 3: Treinamento perceptivo-auditivo do desvio vocal predominante e segunda APA, idêntica à anterior; Etapa 4: Intervenção - estimulação das habilidades auditivas (EHA), realizada por 14 fonoaudiólogos, sendo oito que não passaram na triagem da Etapa 2 (Grupo1) e seis que passaram na triagem e, espontaneamente, realizaram a EHA (Grupo G2a). Os outros 12 participantes não realizaram EHA e formaram o Grupo G2b; Etapa 5: Pós-intervenção - realização da terceira APA, idêntica às anteriores, por todos os fonoaudiólogos. A acurácia das respostas e confiabilidade intra-avaliadores foram verificadas ao longo das três APAs.
Resultados
Os três grupos apresentaram desempenhos semelhantes nas três APAs. G1 e G2a não apresentaram melhora no desempenho da análise do desvio vocal predominante pós-EHA. A confiabilidade intra-avaliador pré-intervenção no G1 foi inferior a do G2a e G2b nas APA1 e APA2, e similar a eles na APA3, pós-intervenção.
Conclusão
EHA proposto não impactou a acurácia da APA, mas influenciou a confiabilidade intra-avaliador dos fonoaudiólogos com dificuldades nas habilidades auditivas do PAC.
Palavras-chave:
Percepção auditiva; Testes auditivos; Treinamento da voz; Triagem da voz; Processamento auditivo