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Confusões perceptivas entre consoantes do Português Brasileiro em função do ruído

Objetivo:

(a) Verificar se o comportamento do indivíduo, na percepção de consoantes em meio a diferentes ruídos, está ligado diretamente ao modo como os sons são mentalmente representados; (b) Verificar se há relação entre similaridade fonológica e perceptiva.

Métodos:

A pesquisa utilizou uma amostra não probabilística, por tipicidade, composta por 11 participantes adultos, com idade entre 20 e 30 anos. Os critérios de inclusão foram: ter idade entre 18 e 30 anos; ler, concordar e assinar o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido; apresentar audição periférica e processamento auditivo dentro dos critérios de referência. A coleta de dados aconteceu em duas etapas: 1) Avaliação preliminar: audiometria tonal liminar, imitanciometria, logoaudiometria, teste de fala com ruído e teste dicótico de dígitos; 2) Avaliação da percepção de consoantes, com o objetivo de verificar a correta identificação das consoantes [p], [t], [d], [k], [f], [v], [ʃ] e [ʒ], seguidas da vogal [a], em meio aos ruídos branco e de festa, nas relações sinal ruído igual a 0 e +5 dB (NS).

Resultados:

No ruído branco, em ambas as relações sinal/ruído foram encontradas, em maior número, as confusões: [f]-[p], [ʃ]-[k] e [ʃ]-[ʒ]. No ruído de festa, foram mais encontradas as confusões: [f]-[p], [v]-[p], [v]-[f] e [t]-[d]. Observou-se que, quanto mais traços distintivos as consoantes compartilham, mais elas são confundidas.

Conclusão:

Ruído branco e ruído de festa afetam diretamente a percepção das consoantes, mas de forma diferente, sendo encontrada maior distância perceptiva entre consoantes no ruído de festa. Assim, as confusões entre consoantes parecem sofrer maior influência das características acústicas, do que fonológicas.

Percepção da fala; Percepção auditiva; Audição; Linguística; Ruído


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