RESUMO
Objetivo:
Apresentar as ferramentas metodológicas e de investigação de um inquérito domiciliar de distúrbios fonoaudiológicos autodeclarados, implementado no sul do Brasil.
Métodos:
Para a condução do estudo foi realizada uma longa etapa de planejamento e de atividades piloto, que incluíram seleção e treinamento de equipe de campo, elaboração, teste e reteste de instrumento de aferição de distúrbios fonoaudiológicos autodeclarados. Técnicas de abordagem e preenchimento dos questionários também foram testadas e aplicadas, em razão da dimensão do estudo.
Resultados:
O tempo médio de entrevista variou de 15 a 35 minutos, dependendo da experiência dos entrevistadores e diminuiu para ambos os grupos, depois de algum tempo de trabalho de campo. A ocorrência de “não sabe ou não respondeu” variou de 0,2% (IC 95% 0,0;1,6) a 6,1% (IC 95% 2,8;11,3), foi menor para as questões relativas à história de rouquidão e zumbido respondida por substitutos e maior para a questão relacionada à percepção de alteração na emissão vocal associada ao envelhecimento.
Conclusão:
Inquérito domiciliar é um método viável e relevante para verificar a carga dos distúrbios fonoaudiológicos na população em geral, embora seja necessário contar com amplo conhecimento dos aspectos relacionados a essa metodologia de estudo, bem como de elementos importantes para a seleção e formação contínua dos entrevistadores, a fim de aumentar a participação da população investigada.
Descritores:
Epidemiologia; Inquéritos epidemiológicos; Fonoaudiologia; Voz; Fala; Audição