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Associação entre limitação no trabalho por causa da voz, condições de trabalho e vulnerabilidade social de escolas metropolitanas no Brasil

RESUMO

Objetivo

Verificar a prevalência de limitação no trabalho por causa da voz de professores brasileiros da educação básica das escolas metropolitanas e a associação com a jornada de trabalho, ruído autorreferido e Índice de Vulnerabilidade Social das escolas.

Métodos

Estudo observacional transversal com amostra probabilística de professores brasileiros. Participaram 4979 professores de escolas metropolitanas e foram analisadas as seguintes variáveis: idade, gênero, nível de ensino, jornada de trabalho por 40 horas semanais ou mais, percepção do ruído intenso com necessidade de elevar a voz e Índice de Vulnerabilidade Social do município. Foi realizada análise descritiva e modelo multivariado de regressão de Poisson, com variância robusta e nível de significância de 5%.

Resultados

A prevalência brasileira de limitação no trabalho por causa da voz foi de 20,37%. Verificou-se diferença estatisticamente significativa entre limitação no trabalho por causa da voz e ser do gênero feminino, nível de ensino fundamental ou níveis combinados, jornada de trabalho de 40 horas ou mais, percepção de elevar a voz na presença de ruído intenso no trabalho e Índice de Vulnerabilidade Social médio e alto/muito alto.

Conclusão

A cada 100 professores, aproximadamente 20 relataram limitação no trabalho por causa da voz no Brasil e, considerando as unidades federativas, observou-se maior prevalência nas Regiões Norte e Nordeste. Ser do gênero feminino, trabalhar 40 horas semanais ou mais, lecionar para o ensino fundamental ou em níveis combinados, perceber necessidade de elevar a voz devido ao ruído intenso e trabalhar em escolas localizadas em regiões com Índice de Vulnerabilidade Social médio, alto/muito alto foram aspectos que evidenciaram o aumento da prevalência de percepção de limitação no trabalho devido a problemas vocais.

Palavras-chave:
Distúrbios da voz; Condições de trabalho; Vulnerabilidade social; Professores escolares; Saúde ocupacional

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