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Um novo Phásmida Pachymorphinae do Brasil, emendas a chave para separação dos machos do gênero Acanthoderus e redistribuição por subfamílias das espécies descritas pelo autor

Um novo Phásmida Pachymorphinae do Brasil, emendas a chave para separação dos machos do gênero Acanthoderus e redistribuição por subfamílias das espécies descritas pelo autor.

S. de Toledo Piza Júnior

Professor de Zoologia, Anatomia e Fisiologia da Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz" da Universidade de Sao Paulo

SUMMARY

In this paper a new species of Phasmid, Phtoa bispinosa, is described and a key is given for separation of the three neotropical species of the genus hitherto known to the science. The key destined to the separation of the males of the genus Acanthoderus is again published with corrections. A redistribution in subfamily of the species hitherto described by the author is also given.

Phtoa bispinosa sp. n. (Fig. 1).


Femina. Elongata, cylindrica, laevis, badia, femora antica nigro marmorata. Caput magnum, antice quam postice paullo latius, prope. oculos spinis duabus conicis, acuminatis, divergentibus, obscurioribus, armatum. Oculi parvi, rotundati, paullo prominentes, castaneo-nigri. Antenae breves, dimidio basilari castaneo-nigrae, parte reliqua colore corporis, articulo primo depresso, longiore quam latiore. Abdomen postice sensim attenuatum, segmento IX cylindrico, sat brevi. Segmentum anale vix longius quam latius, levissime carinatum, postice emarginatum, lobis rotundatis. Lamina supraanalis brevíssima, in medio fortiter carinulata. Cerci breves, cylindrici, acumina- ti. Operculum sat longum, extremitatem versus attenuatum, inferne carinatum. Pedes graciles. Femora antica basi modice ampliata, superne carina interna modicissime dentata. Femora intermedia et postica prope basin superne et inferne utrinque singulatim dentata. Tibiae omnimo inermes.

Long, corporis (operculum excl.) ........... 134 mm.

Mesonotum ................................. 29 mm.

Metanotum c. segm. mediano ............... 24 mm.

Segm. medianum ........................... 9 mm.

Femora antica ............................. 35 mm.

Femora intermedia ......................... 25 mm.

Femora postica ............................. 30 mm.

Tibiae anticae ............................. 39 mm.

Tibiae intermediae ......................... 27 mm.

Tibiae posticae ............................. 32 mm.

Operculum ................................. 39 mm.

Patria : Porto Cabral, Rio Paraná. (E. de S. Paulo). Col.: Travassos Filho, M. Carrera e E. Dente, no mês de Março de 1944.

Tipo : Uma fêmea, no Departamento de Zoologia da Secretaria da Agricultura.

É esta a segunda espécie descrita do Brasil e a terceira de toda a região neo-tropical. A chave abaixo, organizada para as fêmeas, permite separá-las com facilidade.

A - Cabeça com dois espinhos P. bispinosa sp. n. (Brasil)

AA - Cabeça inteiramente desarmada ................ B

B - Mesonoto muito mais longo que o metanoto com o segmento mediano .. P. brasiliensis Piza (Brasil)

BB - Mesonoto igual ao metanoto com o segmento mediano .............. P.bosqi Piza (R. Argentina)

CHAVE PARA OS MACHOS DO GÊNERO ACANTHODERUS

Em minha chave das espécies do gên. Acanthoderus (PIZA 1944, An. Esc. Sup. Agrie. "Luiz de Queiroz", 1: 43-58), destinada à separação dos machos, deixei de incluir A. 24-spinosus (Redt.), razão porque publico novamente aquela chave, com as modificações que se fizeram necessárias

A - Fêmures anteriores de base coralina ................. A. corallinus (Piza)

AA - Fêmures anteriores de base nao coralina ............ B

B - Corpo com espinhos ...... C

C - Espinhos sòmente no tórax D

D - Pronoto, mesonoto e meta- noto com espinhos....... A. Pulhis (Redt.)

DD - Pelo menos um segmento torácico sem espinhos..... E

E - Pronoto sem espinhos ____ A. libidinosus Piza

EE - Metanoto sem espinhos ... A, euterpinus Westw. CC - Espinhos no tórax e no abdome .................... D

D - Espinhos nos três segmentos torácicos ............ E

E - As quatro coxas posteriores desarmadas .............. A. Fischeri (Piza)

EE - As quatro coxas posteriores armadas de um espinho, cabeça com 2 ou 4 espinhos F.

F - Cabeça com 2 espinhos, espinhos das coxas pequenos, fémures desarmados, mesonoto com 3 pares de espinhos e metanoto com segmento mediano com 2 pares.................... A. 20-spinosus (Redt.

FF - Cabeça geralmente com 4 espinhos, espinhos das coxas grandes, fêmures intermédios com um pequeno dente superior e outro inferior perto do ápice, mesonoto com 4 pares de espinhos e metanoto com segmento mediano com 3 pares.................... A. 24-spinosus (Redt)

DD - Espinhos somente no mesonoto e no metanoto____ A. Metzi (Redt.)

BB - Corpo sem espinhos ....... C

C - Fêmures intermédios e posteriores inteiramente desarmados ................ D

D - Pernas curtas e robustas, fêmures posteriores mais ou menos do comprimento do metanoto com o segmento mediano ......... A. inermipes Piza

DD - Pernas longas e delgadas, os fêmures posteriores bem mais longos que o metanoto com o segmento mediano .................... E

E - Segmento anal não carinado. Cercos silíndricos, longos e direitos. Lâmina subgenital elevada em alto tubérculo ................ A. nudiceps (Redt.)

EE - Segmento anal fortemente carinado. Cercos breves, de extremidade comprimida e recurvada. Lâmina subgenital nao elevada em alto tubérculo ............. A. inermis (Redt.)

CC - Fêmurees intermédios e posteriores com lobos foliáceos ou dentes ........... D

D - Cabeça com 2 cornos dilatados e armados na base. VI segmento abdominal posteriormente com 3 protuberâncias alongadas, das quais a mediana é muito elevada. Segmento VII superiormente com um tubérculo posterior e inferiormente com uma área rugosa escura. Cercos cilíndricos. Fêmures posteriores com um dente préapical superior e outro inferior na carina posterior A. vetus (Piza)

DD - Cabeça com 2 espinhos longos e agudos. VI segmento abdominal sem protuberancias. VII segmento sem o tubérculo superior e sem a área rugosa inferior. Cercos escavados internamente. Fêmures posterio- res só com o dente pré-- apical inferior ........... A. bispinosus (Piza)

São, portanto, 13 as espécies brasileiras até agora descritas. Possivelmente uma revisão do assunto determinará a fusão de algumas espécies que me parecem extraordinariamente afins.

REDISTRIBUIÇAO DE ESPÉCIES POR SUBFAMILIAS

Muitas das espécies por mim descritas sairam em subfamilias que nao correspondem ao arranjo de KARNY (1923, Zur Nomenclatur der Phasmoiden, Treubia, in, p. 230-242), razão o pela qual dou a seguir uma lista completa com a redistribuição daquelas que se acham mal colocadas:

Fam. PHYLLIIDAE

Subfam. Pygirhynchinae

1. Acanthoderus grandis (Piza, 1936)

Canuleius grandis Piza, 1936, Rev. de Entom. V. 6, p. 280, Est. 2, Fig. 1.

2. Acanthoderus affinis (Piza, 1936)

Canuleius affinis Piza,, 1936, Rev. de Entom. V. 6, p. 281.

3. Acanthoderus vetus (Piza, 1936)

Canuleius vetus Piza, 1936, Rev. Entom. V. 6, p. 281.

4. Acanthoderus corallinus (Piza, 1936)

Canuleius corallinus Piza, 1936, Rev. de Entom. V. 6, p. 282, Est. 2, Fig. 3.

5. Acanthoderus bispinosus (Piza, 1936)

Canuleius bispinosus Piza, 1936, Rev. de Entom. V. 6, p. 282, Fig. 1.

6. Acanthoderus Fischeri (Piza, 1936)

Canuleius Fischeri Piza, 1936, Rev. de Entom. V. 6, p. 283.

7. Acanthoderus brevipes (Piza, 1936)

Canuleius brevipes Piza, 1936, Rev. de Entom. V. 6, p. 284.

8. Acanthoderus libidinosus Piza, 1943

A. 1. Piza, 1943, Rev. de Entom. V. 14, p. 290, Figs. 3 e 4.

9. Acanthoderus inermipes Piza, 1944

A. i. Piza, 1944, An. Esc. Sup. Agr. "Luiz de Queiroz", V 1, p. 50, Fig. 4.

10. Acanthoderus ubatubae Piza, 1944

A. u. Piza, 1944, An. Esc. Sup. Agr. "Luiz de Queiroz", V. 1, p. 52, Fig. 5.

11. Ceroys scaber Piza, 1936

C. s. Piza, 1936, Rev. de Entom, V. 6, p. 286, Est. 2, Fig. 4.

12. Ceroys multispinosus Piza, 1936

C. m. Piza, 1936, Rev. de Entom. V. 6, p. 287.

13. Ceroys auritus Piza, 1936

C. a. Piza, 1936, Rev. de Entom. V. 6, p. 287, Est. 2, Fig. 2.

14. Ceroys Brunneri Piza, 1936

C. B. Piza, 1936, Rev. de Entom. V. 6, p. 288, Est. 2, Fig. 5.

15. Ceroys albogranulatus Piza, 1938

C. a. Piza, 1938, Rev. de Entom. V. 9, p. 9.

16. Miroceroys Redtenbacheri Piza, 1936.

M. R. Piza, 1936, Rev. de Entom. V. 6, p. 290.

17. Miroceroys Heymonsi Piza, 1936

M. H. Piza, 1936, Rev. de Entom. V. 6, p. 291, Est. 2, Fig. 6.

18. Pygirhynchus carioca Piza, 1944

P. c. Piza, 1944, An. Esc. Sup. Agr. "Luiz de Queiroz", V. 1, p. 48, Fig. 3.

Subiam. Prisopinae

19. Olcyphides crassithorax Piza, 1937

O. c. Piza, 1937, Rev..de Entom., V. 7, p. 2.

20. Olcyphides ocellatus Piza, 1937

O. o. Piza, 1937, Rev. de Entom. V. 7, p. 2.

21. Olcyphides dubius Piza, 1937

0. d. Piza, 1937, Rev. de Entom. V. 7, p. 3.

22. Damasippus spatulatus Piza, 1937

D. s. Piza, 1937, Rev. de Entom. V. 7, p. 5.

23. Planudes Melzeri Piza, 1937

P. M. Piza, 1937, Rev. de Entom. V. 7, p. 6.

24. Planudes taeniatus Piza, 1944.

P. t. Piza, 1944, An. Esc. Sup. Agr. "Luiz de Queiroz", V. 1, p. 43, Fig. 1.

25. Stratocles dentatus Piza, 1937

S. d. Piza, 1937, Rev. de Entom. V. 7, p. 7.

26. Bacunculus nigrovittatus (Piza, 1939).

Donusa nigrovittata Piza, 1939, Rev. de Entom. V. 10, p. 446, Fig. 2.

27. Isadoras paulensis Piza, 1944

1. p. Piza, 1944, An. Esc. Sup. Agr. "Luiz de Queiroz", V. 1, p. 46, Fig. 2.

Fam. PHASMEDAE Subfam. Pachymorphinae

28. Hamulus debilis (Piza, 1938)

Gratidia debilis Piza, 1938, Rev. de Entom. V. 9, p. 2, Fig. 1.

29. Ramulus fragilis (Piza, 1938)

Gratidia fragilis Piza, 1938, Rev. de Entom. V. 9, p. 2.

30. Phtoa brasiliensis Piza, 1938

P. b. Piza, 1938, Rev. de Entom. V. 9, p. 4. M. Phtoa bosqi Piza, 1938

P. b. Piza, 1938, Rev. de Entom. V. 9, p. 4.

32. Phtoa bispinosa sp. n.

P. b. sp. n. Piza, An. Esc. Sup. Agr. "Luiz de Queiroz", V. 3, p. 149, fig. 1.

33. Wattenwylia foliata Piza, 1938

W. f. Piza, 1938, Rev. de Entom. V. 9, p. 6, Pigs. 4-6.

34. Wattenwylia cearensis Piza, 1938

W. c. 1938, Rev. de Entom. V. 9, p. 6, Pig. 7.

35. Leptinia platensis Piza, 1939 L. p. Piza, Physis, t. 17, p. 115.

Subfam. Prisomerinae

36. Lonchodes brasiliensis (Piza, 1938)

Dixippus brasiliensis Piza, 1938, Rev. de Ent. V. 9, p. 7, Pig. 8. Subfam. Diapheromerinae

37. Heteronemia boliviana Piza, 1939

H. b. Piza, 1939, Physis, t.-17, p. 115. Subfam. Cladoxerinae

38. Bacteria tuberculata Piza, 1936

B. t. Piza, 1936, Rev. de Entom, V. 6, p. 98, Fig. 1.

39. Bacteria chacoensis Piza, 1939

B. c. Piza, 1939, Physis, t. 17, p. 113.

40. Bacteria tuberculata v. argentina Piza, 1939

B. t. a. Piza, 1939, Physis, t. 17, p. 113.

41. Phibalosoma paulense Piza, 1938

P. p. Piza, 1938, Rev. de Entom. V. 8, p. 41, Fig. 2.

42. Phibalosoma rochai Piza, 1938

P. r. Piza, 1938, Rev. de Entom. V. 9, p. 1, Fig. 2.

43. Pseudobacteria longipes Piza, 1938

P. 1. Piza, 1938, Rev. de Entom. V. 8, p. 42, Fig. 1

44. Pseudobacteria bahiensis Piza, 1938

P. b. Piza, 1938, Rev. de Entom. V. 8, p. 42, Fig. 3.

45. Otocrania imbé Piza, 1939

O. i. Piza, 1939, Rev. de Entom. V. 10, p. 444, Fig. 1.

46. Cladoxerus bispinosus Piza, 1939

C. b. Piza, 1939, Physis, t. 17, p. 114.

Subfam. Necrosciinae

47. Dilophocephalus paradiacanthoides Piza, 1938

D. p. Piza, 1938, Rev. de Entom. V. 9, p. 8, Fig. 3.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    26 Fev 2013
  • Data do Fascículo
    1946
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