RESUMO
CONTEXTO:
As patologias digestivas são frequentes no idoso e têm geralmente uma sintomatologia latente e atípica.
OBJETIVO:
Avaliar os dados epidemiológicos e de evolução sobre as doenças digestivas nos idosos, e procurar fatores associados ao período de permanência hospitalar.
MÉTODOS:
Estudo retrospectivo de 10 anos, incluindo pacientes com idades de 60 ou mais, hospitalizados para doenças digestivas no Departamento de Gastroenterologia do Hospital Universitário de Ensino de Lomé, Togo.
RESULTADOS:
De 5933 pacientes hospitalizados, havia 1054 pacientes (17,8%) com idade de 60 anos ou mais com uma patologia digestiva (526 homens e 528 mulheres). A idade média foi de 69,5 anos ± 7,9 variando de 60 a 105 anos. A duração média da estadia hospitalar foi de 7,45 dias ±6,2 variando de 1 a 44 dias. A prevalência do HIV foi de 2,4%. Em ordem de diminuição da frequência, houve patologias hepatobiliares (54,3%) com predominância de cirrose e câncer hepático, patologias do esôfago-gastroduodenal (23,1%) com predominância de úlceras, câncer gástrico e câncer esofágico, patologias intestinais (8,7%) com predominância de intoxicação alimentar, patologias pancreáticas (4,2%) com predominância de câncer pancreático e patologia peritoneal (1,4%). O câncer gástrico foi o segundo câncer digestivo encontrado após o câncer de fígado. Câncer de cabeça pancreática foi a segunda doença após o câncer gástrico, que necessitou transferência para a enfermaria cirúrgica (P=0,31). Houve 204 mortes (19,4%). A maior duração da internação foi devido ao câncer gástrico (9,16 dias).
CONCLUSÃO:
As doenças hepatobiliares foram as mais frequentes e associadas a uma elevada taxa de mortalidade e a uma longa estadia hospitalar.
DESCRITORES:
Idoso; Doenças do sistema digestório; Hospitalização; Togo