RESUMO
CONTEXTO:
O uso de imunossupressores pós-transplante de fígado (TF) está associado ao desenvolvimento de hipertensão arterial sistêmica (HAS), além de outras alterações da síndrome metabólica.
OBJETIVO:
Sendo assim, o objetivo deste estudo foi analisar a partir de quando tempo após o uso do imunossupressor o paciente evolui para HAS, assim como, identificar a sua prevalência e outros fatores que podem estar relacionados, como injuria renal.
MÉTODOS:
Realizou-se um estudo retrospectivo, longitudinal, baseado em análise de 72 prontuários de pacientes, atendidos na unidade de transplante de um hospital universitário, que não apresentavam hipertensão arterial prévia, entre período de 2016 a 2019.
RESULTADOS:
Observou-se que, em média, 9±6,98 meses após uso do imunossupressor, os pacientes foram diagnosticados com hipertensão arterial sistêmica, sendo que a prevalência de pacientes transplantados que evoluíram para HAS, neste estudo, foi de 59,64% (41 pacientes). Além disso, verificou-se uma correlação entre a dosagem sérica de tacrolimus e o desenvolvimento de HAS (P=0,0067), o que evidencia que o tacrolimus tem uma atuação significativa no desenvolvimento da hipertensão arterial sistêmica. Por fim, percebeu-se que o desenvolvimento de HAS pós-transplante indica um maior risco de paciente apresentar os outros parâmetros da síndrome metabólica, como também maior prejuízo na sua função renal (P=0,0061).
CONCLUSÃO:
Este estudo mostra que os pacientes evoluíram para HAS em média 9±6,98 meses após o início do uso do imunossupressor. Verificou-se também alta prevalência de hipertensão arterial sistêmica (59,64%) em pacientes pós-transplante de fígado, que usavam inibidores de calcineurina, principalmente, quando associado ao uso de tacrolimus.
DESCRITORES:
Transplante de fígado; Hipertensão; Prevalência; Imunossupressores, efeitos adversos; Tacrolimo