RACIONAL: Os procedimentos endoscópicos são passíveis de favorecerem o desenvolvimento de bacteremia. Por serem imunodeprimidos, os hepatopatas crônicos estão mais predispostos a essa complicação e, conseqüentemente, a infecções. OBJETIVO: Determinar a incidência de bacteremia em pacientes cirróticos submetidos a ligadura elástica endoscópica de varizes esofágicas. PACIENTES E MÉTODOS: Foram estudados prospectivamente 120 pacientes divididos em três grupos: um grupo composto por pacientes cirróticos submetidos a ligadura elástica endoscópica, o segundo grupo composto por pacientes cirróticos submetidos a esofagogastroduodenoscopia exclusivamente, e o terceiro grupo de pacientes sem doença hepática submetidos a esofagogastroduodenoscopia. Amostra sangüínea para cultura em meios aeróbico e anaeróbico foi coletada desses pacientes imediatamente antes do procedimento endoscópico e após 5 e 30 minutos de seu término. RESULTADOS: Hemocultura positiva foi obtida em seis amostras. Em quatro destas, a bactéria (Staphylococcus hominis hominis, Staphylococcus auricularis, Acinetobacter lwoffii, e Staphylococcus coagulase-negativo) foi isolada antes do procedimento endoscópico. No grupo submetido a ligadura elástica, foi isolado Streptococcus do grupo viridans 5 minutos após o procedimento endoscópico, e no grupo de pacientes cirróticos não submetidos a ligadura elástica Staphylococcus epidermidis foi isolado após 30 minutos. Nenhum dos pacientes estudados apresentou sinais de infecção. CONCLUSÕES: A incidência de bacteremia em pacientes cirróticos submetidos a ligadura elástica endoscópica de varizes esofágicas foi de 2,5%, não diferindo da incidência encontrada nos grupos-controle.
Bacteremia; Varizes esofágicas e gástricas; Esofagoscopia; Ligadura; Cirrose hepática