Contexto
Os dados de populações asiáticas sobre as diferenças de gênero em doença de Crohn são poucos.
Objetivos
Este estudo analisou as características clínicas entre mulheres e homens afetados pela doença de Crohn.
Métodos
Estudo ininterrupto de coorte retrospectivo para analisar pacientes com doença de Crohn a partir de janeiro de 2000 a dezembro de 2012. Foram avaliadas as características clínicas e fenotípicas e os resultados do tratamento.
Resultados
Foram diagnosticados 79 pacientes (55 do sexo masculino, sendo 2 deles com história familiar positiva). A lesão inflamatória e a localização ileocolônica foram a apresentação mais comum para ambos os sexos. Além da alta frequência de náusea (45,83% vs 23,64%, P = 0,024) e baixo índice de massa corporal (19,44 vs 22,03 kg/m2,P = 0,003) relatado em mulheres, há diferenças significativas relacionadas com o gênero nas características clínicas observadas. As mulheres foram mais associadas com o uso tardio de terapia com imunossupressor (12 vs 36 meses, P = 0,028), especialmente para aquelas com idade inferior à 40 anos (85% vs 62,6%,P = 0,023). A análise de regressão de riscos proporcionais de Cox revelou que o tabagismo ativo (taxa de risco 4,679, intervalo de confiança de 95%,1,03-21,18) e uso de terapia imunossupressora (taxa de risco 4,13, 95% e intervalo de confiança, 1,01-16,88) foram fatores de risco independentes associados ao aumento do risco de complicações.
Conclusões
Não houve diferenças significativas específicas de gêneros masculinos e femininos nas características clínicas e fenotípicas nos pacientes com doença de Crohn. História de tabagismo e uso tardio da terapia imunossupressora foram associados com maior risco de complicações.
Doença de Crohn; Identidade de gênero; Imunossupressores, uso terapêutico; Hábito de Fumar