RACIONAL: Pancreatites agudas de causas alcoólica ou biliar podem necessitar de abordagens terapêuticas diferentes. OBJETIVO: Verificar a validade da relação lipase/amilase em diferenciar as causas alcoólica ou biliar na pancreatite aguda/pancreatite crônica agudizada. MÉTODOS: Foram avaliados nove pacientes com pancreatite aguda/pancreatite crônica agudizada alcoólica, todos homens, com idade média (desvio padrão) de 39,8 ± 7,0 anos (grupo I) e 29 com pancreatite aguda biliar, sendo 8 homens e 21 mulheres, com idade média de 43,6 ± 19,9 anos (grupo II). As amilasemias e lipasemias foram determinadas em pacientes com sintomatologia há, no máximo, 48 horas. A relação lipase/amilase foi calculada utilizando-se valores de amilasemia e lipasemia expressas como múltiplos de seus respectivos valores superiores de referência. RESULTADOS: As médias das lipasemias (4.814 ± 3.670 U/L) e amilasemias (1.282 ± 777 U/L) no grupo I foram semelhantes às do grupo II (2.697 ± 2.391 e 1.878 ± 1.319 U/L, respectivamente), mas a média das relações lipase/amilase foi significantemente maior no grupo I (4,4 ± 3,6) do que no grupo II (2,2 ± 2,2). Relação lipase/amilase >3 foi significantemente mais freqüente no grupo I (66,7%) do que no grupo II (24,1%) e diferenciou os dois grupos com sensibilidade de 67% e especificidade de 76%. CONCLUSÕES: 1) as amilasemias e lipasemias não diferenciaram os dois grupos avaliados; 2) relação lipase/amilase >3 é mais freqüente na pancreatite aguda/pancreatite crônica agudizada alcoólica do que na pancreatite aguda biliar, e pode ser útil na diferenciação destas duas causas de pancreatite.
Amilases; Lipase; Pancreatite crônica; Pancreatite alcoólica