RESUMO
Objetivo:
Este estudo teve como objetivo avaliar a prevalência de algumas comorbidades epidemiologicamente importantes em pacientes com megaesôfago chagásico em relação à população sem o megaesôfago e se essa condição seria um fator protetor ou de risco para as condições analisadas.
Métodos:
Este estudo descritivo observacional coletou dados de prontuários de pacientes com diagnóstico prévio de megaesôfago (período: de 2005 a 2020). Os pacientes foram divididos por idade em um grupo geral (todas as idades) e um grupo idoso (60 anos ou mais). Foram pesquisadas associações para quatro áreas/sistemas/envolvimentos principais: cardiovascular, respiratório, endócrino e neurológico.
Resultados:
O grupo geral incluiu 546 pacientes e o grupo idosos incluiu 248 pacientes. Quanto à prevalência de comorbidades no grupo geral, as três doenças mais prevalentes foram hipertensão, com 44,3% (IC95%: 40,21-48,51%); dislipidemia, com 17,8% (IC95%: 14,79-21,19%); e insuficiência cardíaca, com 15,2% (IC95%: 12,43-18,45%). Assim como no grupo geral, as comorbidades mais prevalentes no grupo de idosos foram hipertensão, dislipidemia e insuficiência cardíaca.
Conclusão:
Hipertensão arterial sistêmica, dislipidemia e insuficiência cardíaca foram as comorbidades mais prevalentes nessa população. A menor prevalência de diabetes mellitus e doença de Alzheimer sugere uma associação de denervação do sistema nervoso entérico e requer mais investigação.
Palavras-chave:
Doença de Chagas; acalasia esofágica; comorbidades; epidemiologia clínica