RESUMO
Contexto:
A dissecção endoscópica da submucosa do esôfago (DSEE) é um procedimento complexo, cujo treinamento está disponível principalmente no Japão. Há uma escassez de dados sobre a curva de aprendizado para se capacitar na realização da DSEE por endoscopistas ocidentais.
Objetivo:
Este estudo teve como objetivo avaliar o efeito da curva de aprendizado no resultado clínico dos pacientes submetidos a DSEE.
Métodos:
Trata-se de um estudo observacional retrospectivo. Foram incluídos pacientes submetidos a DSEE no período de 2009 a 2021. A análise foi dividida em dois períodos; T1: caso 1 a 49 e T2: caso 50 a 98. Os seguintes parâmetros foram analisados para cada grupo: características clínicas dos pacientes e dos tumores de esôfago, taxas de ressecção em bloco, completa e curativa, duração do procedimento e taxa de eventos adversos.
Resultados:
Noventa e oito procedimentos de DSEE foram realizados. O tempo médio do procedimento foi de 111,8 min e 103,6 min nos períodos T1 e T2, respectivamente (P=0,004). A taxa de ressecção em bloco foi de 93,8% e 97,9% nos períodos T1 e T2, respectivamente (P=0,307). A taxa de ressecção completa foi de 79,5% e 85,7% nos períodos T1 e T2, respectivamente (P=0,424). A taxa de ressecção curativa foi de 65,3% e 71,4% para T1 e T2, respectivamente (P=0,258). Quatro pacientes tiveram complicações; três durante o período T1 e um durante o período T2. Taxa de mortalidade geral: 0%.
Conclusão:
A DSEE pode ser realizada de forma eficaz e segura por um endoscopista ocidental adequadamente treinado.
Palavras-chave:
Dissecção endoscópica da submucosa; curva de aprendizado; neoplasias superficiais do esôfago