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Jejum aumenta a gravidade da pancreatite aguda em camundongos: implicações para intervenções pré-operatórias para reduzir as complicações da cirurgia pancreática

RESUMO

Contexto:

A pancreatite aguda após procedimentos cirúrgicos ou endoscópicos no pâncreas pode comprometer o resultado e levar a complicações graves e até mesmo à morte. O objetivo deste estudo foi determinar se o jejum prolongado afeta a gravidade da pancreatite aguda (PA).

Métodos:

Camundongos machos foram divididos em 4 grupos: Grupo CF (n=5) animais de controle que jejuaram por 24 horas; Grupo CNF (n=5) animais de controle que não jejuaram; Grupo APF (n=7) que jejuaram por 24 horas e foram submetidos à indução de PA e Grupo APNF (n=7) que não jejuaram e foram submetidos a PA. Oito horas após a PA, o sangue foi coletado para avaliação de citocinas: IL-1β, IL-6, IL-10, TNF-α e MCP-1. O tecido hepático foi coletado para a determinação do malondialdeído, o tecido pancreático para a determinação do conteúdo enzimático e o tecido pulmonar para a determinação da mieloperoxidase.

Resultados:

Foi observado um aumento significativo no conteúdo de amilase pancreática no grupo CF e um aumento nos níveis séricos de IL-6, Il-10 e MCP-1 no grupo APF. O malondialdeído hepático também aumentou nos animais APF. O grupo APF apresentou muito mais necrose das células acinares pancreáticas.

Conclusão:

No presente estudo, observamos um aumento na gravidade da pancreatite aguda com o jejum prolongado em um modelo de pancreatite aguda grave. Esses resultados sugerem que, na prática clínica, o tempo de jejum pré-operatório deve ser reduzido antes dos procedimentos pancreáticos.

Palavras-chave:
Jejum; pancreatite aguda; cirurgia pancreática; complicações pós-operatórias; CPRE

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