RACIONAL: A alta incidência de câncer esofagiano no norte do Irã foi associada ao consumo de ópio e exposição às nitrosaminas. A dietilnitrosamina possui potencial estabelecido de produzir câncer experimental em esôfago e fígado. OBJETIVO: Avaliar por histopatologia o efeito da administração oral de morfina e de dietilnitrosamina na carcinogênese esofágica e hepática em ratos. MÉTODOS: Durante 23 semanas, 176 ratos ingeriram diferentes soluções, sendo divididos em grupos: Morf: morfina; Den: dietilnitrosamina; Den+morf: dietilnitrosamina e morfina numa mesma solução; Den/morf: dietilnitrosamina e morfina em diferentes soluções e dias. RESULTADOS: Morf não promoveu neoplasias. Encontraram-se maiores incidências neoplásicas: a) no esôfago, Den em relação à Den/morf e Den+morf (71,1%, 55,8% e 50,0%); b) no fígado, Den e Den/morf em relação à Den+morf (73,8%, 81,4% e 40,9%); c) maior incidência de neoplasia hepática do que esofágica em Den/morf (81,4% e 55,8%). Diferentes doses de dietilnitrosamina foram ingeridas entre os grupos Den, Den/morf e Den+morf, respectivamente 2,9, 2,8 e 2,3 mg/kg/dia. CONCLUSÕES: A morfina não promoveu a carcinogênese esofágica e pode ter estimulado o metabolismo hepático de primeira passagem do carcinógeno.
Neoplasias esofágicas; Carcinoma de células escamosas; Morfina; Dietilnitrosamina; Ratos