RESUMO
CONTEXTO:
O câncer de pâncreas é uma das principais causas de morte relacionadas ao câncer em países desenvolvidos, e uma das neoplasias malignas mais letais. Este tipo de câncer é classificado como o nono mais frequente do mundo.
OBJETIVO:
Analisar as tendências temporais do câncer de pâncreas no Brasil no período de 2000-2014, e calcular as projeções de mortalidade para o período de 2015-2029.
MÉTODOS:
Estudo ecológico, de séries temporais, baseado em informações advindas do Sistema de Informações sobre Mortalidade brasileiro. A análise incluiu os óbitos por neoplasias malignas pancreáticas no Brasil, no período de 2000 a 2014, avaliados segundo sexo, faixa etária e regiões geográficas brasileiras. As projeções foram feitas até 2029, em períodos de cinco anos, calculados no Nordpred (no software R). E as tendências de mortalidade foram analisadas por regressão Joinpoint.
RESULTADOS:
Entre 2000 e 2014, ocorreram 112.533 mortes por câncer de pâncreas no Brasil. A taxa padronizada foi de 5,1 mortes /100.000 homens e 3,81 mortes /100.000 mulheres. As maiores taxas foram registradas para a região Centro-Oeste, para os dois gêneros. As projeções indicaram que, para o quinquênio 2025-2029, haverá aumento nas taxas de mortalidade de homens nas regiões Nordeste e Centro-Oeste. A análise do joinpoint para o Brasil não revelou aumento significativo para as mulheres (APC=0,4%; IC95%: -0,2; 1,0), entretanto, houve um aumento significativo da tendência de mortalidade para homens (APC=3,7%; IC95%: 0,6-7,0) no período 2000-2004, seguido de um período de estabilidade e, em seguida, aumento significativo após 2010. Esses resultados são explicados principalmente por variações na estrutura demográfica brasileira.
CONCLUSÃO:
A mortalidade por câncer de pâncreas está distribuída de forma desigual nas regiões e gêneros brasileiros e, nas próximas duas décadas, as diferenças serão acentuadas.
DESCRITORES:
Neoplasias pancreáticas; Mortalidade; Previsões; Demografia