RESUMO
Contexto:
Dieta com consistência modificada para pacientes com disfagia internados em instituições por longa permanência pode causar desnutrição.
Objetivo
: Avaliar o estado nutricional de pacientes adultos com paralisia cerebral (PC) e disfagia internados em instituição de saúde por mais de dez anos.
Métodos
: É um estudo prospectivo realizado em 56 pacientes com PC com idades entre 25 e 71 anos, média: 44±12 anos. O estado nutricional, a disfagia e a capacidade de ingestão alimentar foram avaliados em dois momentos, separados por 12 meses, respectivamente pelo índice de massa corporal (IMC), protocolo de avaliação do risco de disfagia (PARD) e pela escala funcional de ingestão por via oral (FOIS), em 56 pacientes com PC internados em instituição hospitalar por mais de 10 anos, sem outro diagnóstico neurológico.
Resultados
: Não houve diferenças, entre dezembro de 2015 e dezembro de 2016, nas avaliações do peso, do estado nutricional, na classificação da consistência da dieta ingerida, na escala PARD para disfagia e na escala FOIS de avaliação de ingestão por via oral. Houve influência dos limites da consistência da dieta prescrita (IDDSI-FDS), da avaliação da disfagia e do nível funcional da alimentação no estado nutricional. Disfagia mais intensa e maior restrição alimentar foram associadas com pior estado nutricional.
Conclusão
: Em pacientes adultos com PC, avaliados com intervalo de 12 meses, não houve piora do estado nutricional. A intensidade da disfagia e as restrições alimentares são fatores que interferem no estado nutricional dos pacientes, disfagia e restrições alimentares mais intensas associadas com pior estado nutricional.
Palavras-chave:
Desnutrição; transtornos de deglutição; hospitalização; paralisia cerebral