RESUMO
CONTEXTO:
O tratamento do câncer de reto médio e distal evoluiu muito nas últimas décadas devido à disseminação da técnica de excisão total do mesorretal e ao uso de quimioterapia e radioterapia neoadjuvantes. No entanto, essa abordagem multidisciplinar pode afetar a qualidade de vida dos pacientes de várias maneiras que merecem ser adequadamente avaliadas.
OBJETIVO:
Avaliar a qualidade de vida imediata e tardia relacionada à saúde em pacientes tratados de câncer retal com intenção curativa.
MÉTODOS:
Estudo prospectivo que incluiu pacientes com câncer primário de reto médio ou baixo não metastático. Foram aplicados os questionários EORTC QLQ-C30 e EORTC-CR38 antes, 3 meses e 12 meses após o tratamento. As médias dos escores dos questionários foram estratificadas em quatro categorias para fins de comparação dos resultados nos diferentes momentos.
RESULTADOS:
Vinte e nove pacientes responderam aos 1º e 2º questionários e 12 responderam os três questionários. A idade média foi de 50,8 anos e 62% do sexo feminino. Preservação esfincteriana foi possível em 89,6%. As médias de escores globais de saúde e qualidade de vida melhoraram tanto após 3 meses quanto após 12 meses. Função cognitiva, dor, insônia, constipação, sintomas gastrointestinais, problemas esfincterianos, perda de peso melhoraram tanto no período imediato quanto tardio. Problemas sexuais masculinos e femininos e perspectiva futura pioraram tanto no período precoce quanto tardio. As demais funções ou sintomas ou itens não se alteraram.
CONCLUSÃO:
Apesar da complexidade do tratamento do câncer de reto dentro de um serviço especializado, a qualidade de vida ficou preservada ou melhor na maioria das características estudadas.
DESCRITORES:
Qualidade de vida; Perfil de impacto da doença; Neoplasias retais; Qualidade de vida relacionada à saúde; Estudos de coorte; Neoplasias colorretais