RESUMO
CONTEXTO:
Poucos estudos investigaram pacientes portadoras de defecação obstruída identificados por exames de imagens, como ultrassonografia tridimensional dinâmica, correlacionando parto vaginal, paridade e idade.
OBJETIVO:
O objetivo deste estudo foi avaliar a prevalência de disfunções do assoalho pélvico em pacientes do sexo feminino com sintomas de defecação obstruída e determinar se disfunções específicas do assoalho pélvico identificadas por ultrassonografia tridimensional dinâmica (ecodefecografia) estão correlacionadas com parto vaginal, paridade e idade. O objetivo secundário é relatar a prevalência de disfunções do assoalho pélvico coexistentes.
MÉTODOS:
Este é um estudo de coorte retrospectivo incluindo pacientes com sintomas de obstrução da defecação submetidas à ecodefecografia para avaliar disfunções do assoalho pélvico no compartimento posterior e correlacionar com parto vaginal, paridade e idade.
RESULTADOS:
De 889 mulheres: 552 (62%) tiveram parto vaginal e 337 (38%) eram nulíparas. A prevalência de disfunções identificadas pela ecodefecografia (retocele, intussuscepção, enterocele/sigmoidocele e dissinergia) foi semelhante entre os dois grupos e não foi associada ao número de partos ou à idade. No entanto, a prevalência de defeitos esfincterianos apresentou taxas mais elevadas em mulheres com parto vaginal e aumentou com a paridade. Até 33% dos pacientes apresentavam disfunções coexistentes.
CONCLUSÃO:
A prevalência de disfunções como retocele, intussuscepção, dissinergia e enterocele/sigmoidocele avaliada pela ecodefecografia em pacientes com sintomas de defecação obstruída são semelhantes independentemente do parto normal, número de partos ou idade estratificada. No parto vaginal, o número de partos tem impacto na detecção de defeitos esfincterianos e na possibilidade de incontinência fecal.
Palavras-chave:
Assoalho pélvico; constipação intestinal; evacuação obstruída; parto vaginal; ultrassom dinâmico 3D