Contexto
Colestase produz lesão hepatocelular, infiltração leucocitária, proliferação de células ductulares e fibrose do parênquima hepático por matriz extracelular.
Objetivo
Analisar os efeitos da ligação do ducto biliar sobre conteúdo de glicosaminoglicanos e atividade de metaloproteinases de matriz (MMP).
Métodos
Animais (6-8 semanas; n = 40) foram eutanasiados 2, 7 ou 14 dias após ligação do ducto biliar ou falsa ligação. A evolução da doença foi analisada por peso corporal e do fígado, concentrações séricas de bilirrubina direta, globulinas, gama glutamil transpeptidase (GGT), fosfatase alcalina (Alk-P), alanina e aspartato aminotransfesases (ALT e AST), alterações teciduais de mieloperoxidase e metaloproteinases (MMP-9, pro MMP-2 e MMP-2), histopatologia e conteúdo de glicosaminoglicanos.
Resultados
A colestase causou dano celular com elevação dos níveis séricos de globulinas, GGT, Alk-P, ALT e AST. Houve também infiltração leucocitária observada pelo aumento na atividade de mieloperoxidase nos grupos 7 (P = 0,0064) e 14 dias (P = 0,0002) o que leva ao aumento das lesões no tecido. Ligação do ducto biliar aumentou as atividades de pro MMP-2 (P = 0,0677), MMP-2 (P = 0,0003) e MMP-9 (P<0,0001) aos 14 dias indicando remodelamento da matriz e estabelecimento de processo inflamatório. Animais com ligação do ducto biliar mostraram um aumento do conteúdo de dermatam sulfato e/ou heparam sulfato refletindo a produção de matriz extracelular e aumento de mitose devido a depleção do parênquima hepático.
Conclusões
Colestase causou várias mudanças no parênquima hepático de ratos, bem como em sua matriz extracelular, com importantes alterações na atividade de MMPs e no conteúdo de glicosaminoglicanos.
Colestase extra-hepática; Glicosaminoglicanas; Metaloproteinases de matriz