RESUMO
Contexto:
O câncer colorretal (CCR) é um importante problema de saúde pública, uma vez que representa a terceira neoplasia mais diagnosticada no mundo e a quarta causa de mortalidade. Sua prevenção pode ser dividida em primária, secundária, demonstrada pelas técnicas de rastreamento e terciária, que consiste no diagnóstico de câncer em pacientes sintomáticos. Apesar de apresentar uma alta incidência, as taxas de mortalidade diminuíram nas últimas duas décadas nos países desenvolvidos, enquanto o contrário ocorreu em países subdesenvolvidos, o que atribui-se a elevação dos programas de rastreamento colorretal nesses países, de modo que permite o diagnóstico precoce e o tratamento de lesões pré-cancerosas e do CCR. Desse modo, a American Cancer Society divide os métodos de rastreio secundário em testes baseados em amostras de fezes e exames visuais do cólon e reto, indicando-se seu início a partir dos 45 anos de idade, em pacientes de baixo risco.
Objetivo:
Verificar de forma analítica as ações de rastreamento do câncer colorretal realizadas no Brasil, de modo a avaliar a necessidade da implementação de um programa nacional de rastreamento do CCR.
Métodos:
A metodologia baseou-se em um estudo secundário quantitativo descritivo que correlacionou a incidência do CCR e sua morbimortalidade e o impacto dos programas de rastreamento precoce. Foram incluídas atividades não relatadas na literatura médica através de contatos pessoais com coordenadores de programas regionais, de modo a comparar com os dados existentes na literatura. Utilizou-se como variáveis as estratégias de triagem, os exames realizados e seus respectivos resultados.
Resultados:
Foram descritos nove programas realizados em diversas regiões do Brasil utilizando dois métodos de rastreio para o CCR, um não invasivo que consiste na pesquisa de sangue oculto nas fezes, sendo a maioria pelo método FIT; e outro invasivo, tendo a colonoscopia como representante. Essas iniciativas foram efetivas na detecção de formas precoces desta doença.
Conclusão:
Apesar da existência de diversos programas de rastreamento de início privativo e a ampla divulgação da importância do rastreamento e diagnóstico precoce do CCR, foi demonstrado que o Brasil carece de um programa nacional que padronize as formas de rastreio, o que reflete na maior prevalência de diagnósticos tardios na população.
Palavras-chave:
Câncer colorretal; Brasil; prevenção; triagem