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Avaliação clínica da disfagia orofaríngea na doença de Machado-Joseph

CONTEXTO: Na doença de Machado-Joseph, a má postura, a distonia e a neuropatia periférica predispõem à disfagia orofaríngea, mais comumente associada à distrofia muscular. OBJETIVO: Avaliar as características clínicas da disfagia orofaríngea em pacientes com doença de Machado-Joseph. MÉTODOS: Quarenta indivíduos participaram do estudo, incluindo 20 sem quaisquer queixas clínicas e 20 disfágicos com doença de Machado-Joseph do tipo clínico 1, grupos similares em termos de sexo, média de idade e função cognitiva. Foi verificada a história clínica de cada paciente e todos os indivíduos passaram por avaliação clínica da deglutição. Ao final, a disfagia dos enfermos com doença de Machado-Joseph foi classificada de acordo com a Escala de Severidade da Disfagia. RESULTADOS: A comparação entre disfágicos e controles não revelou muitas diferenças significativas quanto à avaliação clínica da fase oral da deglutição, visto que os pacientes demonstraram déficits apenas relacionados à protrusão, retração e tônus linguais. Entretanto, em relação à fase faríngea, várias alterações relevantes, ausentes nos controles, foram notadas nos pacientes, tais como estase faríngea à deglutição de líquidos e sólidos, acompanhada de tosse e/ou engasgo, assim como de penetração e/ou aspiração laringotraqueal. CONCLUSÕES: Disfagia orofaríngea faz parte da doença de Machado-Joseph desde as primeiras manifestações neurológicas. Há maior comprometimento da fase faríngea, em relação à fase oral da deglutição. A disfagia desses pacientes é classificada entre leve e moderada.

Doença de Machado-Joseph; Transtornos de deglutição


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