Contexto A estenose biliar figura como uma das complicações mais frequentes pós-transplante hepático. São classificadas em anastomóticas e não anastomóticas, sendo estas últimas geralmente isquêmicas. Dentre as várias opções de tratamento, destacam-se a dilatação balonada, a colocação de próteses plásticas e a colocação de próteses metálicas autoexpansíveis, que podem ser realizadas tanto por via endoscópica, como por via percutânea. Não há consenso quanto ao melhor tratamento para a estenose da anastomose biliar.
Objetivos O objetivo deste estudo foi realizar revisão sistemática da literatura sobre o resultado do tratamento endoscópico da estenose da anastomose biliar após transplante hepático.
Métodos Revisão sistemática da literatura foi realizada sobre o tratamento da estenose da anastomose biliar pós transplante hepático, através do acesso aos bancos de dados pesquisados eletronicamente: Medline - PubMed, EMBASE, Scielo- Lilacs, Cochrane de janeiro de 1966 a abril de 2013.
Resultados Não foi encontrado estudo clinico controlado e randomizado. A maioria dos estudos são comparativos retrospectivos ou prospectivos. Um estudo (86 pacientes) avaliou o acesso endoscópico e percutâneo. As taxas de sucesso clínico sustentados foram semelhantes, mas a duração do tratamento foi maior no grupo de acesso percutâneo. Dois estudos (56 pacientes) compararam a dilatação por balão com dilatação por balão e múltiplas próteses plásticas. Não houve diferenças em relação as taxas de sucesso e de complicações clínicas sustentadas.
Conclusões A dilatação com balão é tão eficaz quanto a dilatação associada à colocação de múltiplas próteses plásticas para a resolução da estenose da anastomose biliar. Estudos randomizados bem desenhados ainda são necessários para comparar a simples dilatação balonada e a colocação de próteses plásticas.
Transplante de fígado; Constrição; Revisão; Metanálise; Endoscopia gastrointestinal