RESUMO:
O presente artigo tem um caráter especulativo. Ele tenciona apresentar a origem do sujeito identitário da psicanálise na filosofia cartesiana, ou mais precisamente no sujeito cartesiano. A minha tese é a de que Descartes funda o sujeito moderno na identidade dele com a consciência que o sujeito guarda para si mesmo de sua própria interioridade. Esse caráter identitário do sujeito cartesiano pode ser entendido em uma ótica psicanalítica, por meio da compreensão de que o ego tenta narcisicamente manter a sua própria integridade. Assim, sustento que Descartes inaugura em certo sentido o identitarismo por fornecer, com a sua compreensão de sujeito, a base que estrutura o ego na psicanálise, entendido como processo subjetivo de identificação consigo mesmo.
Palavras-chave:
Descartes; sujeito cartesiano; ego; narcisismo, identidade