RESUMO:
A migração de retorno se tornou apenas recentemente objeto de pesquisas no campo da saúde mental. A experiência do migrante de retorno em sua comunidade de origem o expõe aos olhares de alteridade que apontam para a fragilidade tanto de seus ideais egóicos como daqueles partilhados com o grupo cultural, particularmente quando o retorno se faz “com as mãos abanando”. Com duas vinhetas clínicas tiradas de uma pesquisa conduzida no Senegal entre 2014 e 2019, abordamos esse cenário no qual os sujeitos enfrentam vergonha, humilhação e abjeção quando retornam, ficando condenados a um espaço marginal de entre-dois migratório.
Palavras-chave:
migração de retorno; vergonha; humilhação; ideal de eu