RESUMO
Para testar se a imuno-histoquímica (IH), técnica diagnóstica bastante rápida e de alta especificidade, poderia substituir o bioensaio em camundongos, técnica sensível, porém demorada, nove caprinos foram inoculados com 105 oocistos da cepa AS-28 de Toxoplasma gondii e sacrificados oito semanas depois. Dois animais não inoculados formaram o grupo testemunha. Amostras de cérebro, medula espinhal, retina, fígado, baço, linfonodos cervicais e mesentéricos, rins, pulmões, musculatura cardíaca e esquelética, diafragma, pâncreas, glândula adrenal, glândulas salivares e intestino delgado foram colhidas para pesquisa do parasito através da IH e do bioensaio. Embora todos os caprinos inoculados tenham apresentado sinais clínicos entre o terceiro e o oitavo dias pós-infecção e um deles até o 14º dia, no momento da necrópsia mostravam-se saudáveis. Comprovou-se pelo bioensaio que todos os inoculados estavam parasitados, e cérebro e medula foram os tecidos que se mostraram positivos em maior número de casos. Examinando oito cortes de cada fragmento, corados pela IH nenhum taquizoíta, cisto ou fragmento do parasito foram encontrados. Concluiu-se que o bioensaio ainda é o melhor método para a pesquisa de T. gondii em tecidos de animais infectados, mas assintomáticos e que cérebro e medula espinhal são os órgãos de eleição para o isolamento do agente.
PALAVRAS-CHAVE:
Toxoplasma gondii; caprinos; diagnóstico; imuno-histoquímica; bioensaio.