Open-access SELECTION OF ISOLATES OF THE ENTOMOPATHOGENIC FUNGUS METARHIZIUM ANISOPLIAE (METSCH.) SOROK., AIMING AT THE CONTROL OF THE SUGARCANE BORER DIATRAEA SACCHARALIS (FABR., 1794)

aib Arquivos do Instituto Biológico Arq. Inst. Biol. 0020-3653 1808-1657 Instituto Biológico ABSTRACT Aiming to improve the methods for controlling the sugarcane borer, Diatraea saccharalis, this study tested some strains of the entomopathogenic fungus Metarhizium anisopliae under laboratory conditions. Initially, the value of the lethal concentration (LC90) was calculated, and set at 5 x 108 conidia/mL. Next, 27 different strains were tested for their pathogenicity and virulence in regard to larvae of D. saccharalis of approximately 1.5 cm, with retesting of the best isolates (confirmed mortalities above 80%) to confirm the results. Next, the values of lethal time (LT50) were calculated for the best strains, which were mass produced on pre-cooked rice, verifying the average sporulation of these isolates. Generally, the mortality confirmed among the 27 isolates ranged from 54 to 100%, with IBCB 167, 351, 383, 384, 410, 417, 418, 425 and 481 able to generate mortality over 80%. In terms of lethal time (LT50), IBCB 383 showed a shorter time of 6.83 days, while the greatest conidiogenesis was recorded for IBCB 417, with 2.52 x 109 conidia/g. INTRODUÇÃO A cana-de-açúcar (Saccharum spp.), uma poaceae semiperene de origem asiática, é uma das principais culturas no Brasil. A estimativa da produção nacional de cana-de-açúcar na safra 2007/2008, é de 528 milhões de toneladas, superior à safra passada em 11,2% (IEA, 2008). A área ocupada com essa cultura no Brasil é de 6,6 milhões de hectares, superior em 7,4% (456,9 mil hectares) à safra anterior. Esse comportamento do mercado está relacionado diretamente com o avanço das exportações do açúcar e à maior demanda interna de álcool com o aumento de venda dos carros com motorização baseada na nova tecnologia flex fuel, carros bicombustíveis (ÚNICA, 2008). O Estado de São Paulo é o maior produtor de canade-açúcar, sendo responsável por aproximadamente 60% de toda a produção nacional, colhendo e esmagando em torno de 316,7 milhões de toneladas na safra 2007/2008 (UDOP, 2008). Grandes extensões cultivadas com uma mesma cultura favorecem o surgimento de insetos pragas e doenças. Dentre as várias pragas que ocorrem na cultura da cana-de-açúcar, a broca da cana-de-açúcar, Diatraea saccharalis (Lepidoptera: Crambidae), é uma das principais, especificamente pelos danos ocasionados, caracterizando-se pelo complexo broca-podridão causado por micro-organismos que penetram nos colmos juntamente com a praga, além do dano direto devido à abertura de galerias ao longo da planta (GALLO et al., 2002). Vários relatos já foram descritos referenciando inimigos naturais como fungos, vírus, bactérias entomopatogênicas, predadores e parasitoides atacando a broca da cana-de-açúcar. Porém, com a introdução de um parasitoide trazido de Trinidad na América Central ¯ o braconídeo Cotesia flavipes ¯ é que o sucesso do controle biológico da D. saccharalis foi consolidado a partir da década de 70 no Brasil, devido à facilidade de criação massal e a capacidade desta vespinha em localizar seu hospedeiro (GALLO et al., 2002; PINTO, 2006). Porém, com a rápida expansão da cultura da canade-açúcar, a produção dos parasitoides C. flavipes teria que proporcionalmente acompanhar esse aumento, o que não seria possível devido ao curto espaço de tempo. Assim, a utilização de outros métodos de controle, como os fungos entomopatogênicos, incrementará o controle biológico da broca da canade-açúcar, além de contribuir na manutenção da baixa utilização de agrotóxicos para o controle de D. saccharalis. Este trabalho teve por objetivo selecionar isolados virulentos e produtivos do fungo M. anisopliae em condições de laboratório, visando o controle de D. saccharalis. MATERIAL E MÉTODOS Isolados de fungos entompatogênicos No experimento foram utilizados 27 isolados do fungo entomopatogênico Metarhizium anisopliae, provenientes da Coleção de Micro-organismos Entomopatogênicos “Oldemar Cardim Abreu” do Laboratório de Controle Biológico do Instituto Biológico, os quais se encontram armazenados em “freezer” a -12º C, na forma de conídios puros em tubos plásticos de 1,5 mL (Tabela 1) Tabela 1 Identificação e procedência dos isolados do fungo Metarhizium anisopliae, utilizados nos experimentos com Diatraea saccharalis. Isolado Hospedeiro Coletor Localidade IBCB 116 Solo J.E.M. Almeida Contagem, MG IBCB 153 Solo R. Cassol Aral Moreira, MS IBCB 154 Solo R. Cassol Guaraniaçu, PR IBCB 155 Solo de gramado R. Cassol Cascavel, PR IBCB 156 Solo R. Cassol Cascavel, PR IBCB 158 Solo R. Cassol Cascavel, PR IBCB 159 Solo R. Cassol Cascavel, PR IBCB 167 Solo R. Cassol Cascavel, PR IBCB 171 Solo de soja R. Cassol Aral Moreira, MS IBCB 351 Solo de cana-de-açúcar J.E.M. Almeida Guariba, SP IBCB 352 Solo de cana-de-açúcar J.E.M. Almeida Valparaíso, SP IBCB 353 Solo de cana-de-açúcar J.E.M. Almeida Valparaíso, SP IBCB 360 Solo de banana L.G. Leite Piedade, SP IBCB 361 Solo de banana L.G. Leite Piedade, SP IBCB 363 Mahanarvafimbriolata J.E.M. Almeida Araras, SP IBCB 380 Mahanarvafimbriolata L.G. Leite Água Branca, SP IBCB 382 Pão-de-galinha pastagem J.E.M. Almeida Passo Fundo, RS IBCB 383 Mahanarvafimbriolata L.G. Leite Água Branca, SP IBCB 384 Mahanarvafimbriolata L.G. Leite Sertãozinho, SP IBCB 391 Mahanarvafimbriolata J.E.M. Almeida Tabapuã, SP IBCB 410 Solo de mata atlântica E. Denardo Iporanga, SP IBCB 417 Solo de mata atlântica E. Denardo Iporanga, SP IBCB 418 Solo de mata atlântica E. Denardo Iporanga, SP IBCB 425 Solo de mata atlântica E. Denardo Iporanga, SP IBCB 426 Solo de mata atlântica E. Denardo Iporanga, SP IBCB 478 Solo de algodão J.E.M. Almeida Mogi das Cruzes, SP IBCB 481 Solo de sorgo L.G. Leite Campinas, SP Para a realização dos experimentos, os isolados de M. anisopliae foram repicados em placas de Petri, de 9,0 cm de diâmetro, contendo meio de cultura B.D.A. (Batata-Dextrose-Ágar). As placas foram mantidas em câmaras de germinação (B.O.D.) a 25 ± 1º C, umidade relativa 70 ± 10% e fotoperíodo de 12 horas. O período de incubação foi de 10 dias, em média, e, após esse período, as placas foram armazenadas em geladeira (4º C) até a utilização nos experimentos. Determinação da concentração letal (CL90) Foi utilizado como padrão o isolado IBCB 425 (M. anisopliae proveniente de solo de Iporanga, SP), utilizado em diversos programas de controle microbiano de pragas pelo Instituto Biológico. As suspensões foram preparadas a partir da conidiogênese dos isolados em placas com o meio de cultura sólido B.D.A, descrito no item 3.1, com água destilada, estéril e espalhante adesivo (Tween 80) a 0,1%. Com o auxílio de um microscópio óptico e uma câmara de Neubauer, foi feita a contagem do número de conídios. O experimento foi composto por cinco tratamentos contendo diferentes concentrações, 5 x 106; 1 x 107; 5 x 107; 1 x 108 e 5 x 108 conídios/mL dos isolados considerados padrão, pulverizados em lagartas de D. saccharalis no 4º ínstar (1,5 cm de comprimento) com quatro repetições. As lagartas da broca da cana-de-açúcar foram fornecidas pela Usina São João, sediada no Município de Araras, SP, e eram provenientes de uma criação de laboratório. A aplicação de 1 mL das suspensões do fungo M. anisopliae sobre as lagartas foi realizada com o auxílio de uma Torre de Potter adaptada, com pressão de 15 libras/pol.2. Após a pulverização, as lagartas foram transferidas para pequenos potes plásticos (5 cm de altura e 4 cm de diâmetro) com tampas de rosca e tela, contendo um pedaço de colmo de cana-de-açúcar, os quais foram acondicionados em uma sala climatizada com temperatura de 25 ± 1º C, umidade relativa 70 ± 10% e fotoperíodo de 12 horas. As avaliações foram realizadas diariamente por um período de 15 dias, onde cada inseto morto era transferido para uma placa de Petri contendo um chumaço de algodão umedecido com água destilada, estabelecendo-se uma câmara úmida, a fim de proporcionar a extrusão dos fungos pelo tegumento do inseto. As placas foram mantidas em câmara climatizada B.O.D.com temperatura média de 25 ± 1º C, fotofase de 12 horas e umidade relativa de 70 ± 10%. Este procedimento é realizado para confirmação da mortalidade causada pelo entomopatógeno. Seleção de isolados do fungo entomopatogênico Metarhizium anisopliae (Metsch.) Sorok. visando o controle da broca da cana-de-açúcar Diatraea saccharalis (Fabr., 1794). A partir dos dados obtidos pela mortalidade confirmada dos insetos, por meio da análise de Probit, foi possível calcular e determinar a CL90 (concentração letal em conídios/mL a 90% dos insetos). Seleção de isolados de Metarhizium anisopliae (Etapa 1) Com base nas concentrações selecionadas no experimento para determinação da CL90 , foram realizados ensaios de seleção, divididos em duas fases devido ao número de isolados (27 de M. anisopliae), sendo sua gr com fungo, o qual foi adicionado em um tubo de ensaio contendo 10 mL de água destilada mais espalhante adesivo (Tween 80) a 0,01% para a preparação de uma suspensão de conídios. As suspensões foram diluídas e quantificadas em câmara de Neubauer, com o auxílio do microscópio óptico com aumento de 400x. Os valores de produção dos conídios foram submetidos à análise de variância e as médias comparadas por meio do teste de Duncan a 5% de probabilidade e as médias originais transformadas para análise por Raiz quadrada x + 0,5. RESULTADOS E DISCUSSÃO Determinação da concentração letal (CL90) Para o fungoM. anisopliae, foi possível observar, ao término das avaliações, que as maiores concentrações foram capazes de gerar as maiores mortalidades confirmadas, ou seja, para 1 x 108 e 5 x 108 conídios/mL foram obtidos 26 e 62% da mortalidade confirmada respectivamente (Tabela 2). Sendo que aos 10 dias das avaliações, a concentração letal 90 (CL90) foi estimada em 5 x 108 conídios/mL (Fig. 1). Tabela 2 Mortalidade confirmada (%) de D. saccharalis pelo fungo entomopatogênico M. anisopliae (Temp. 25° C, UR de 70% e fotofase de 12 horas). Tratamentos PatógenoM. anisopliae (IBCB 425) 5 x 106 4 1 x 107 12 5 x 107 20 1 x108 26 5 x 108 62 Testemunha 0 Fig. 1 Mortalidade de lagartas de D. saccharalis 10 dias após a aplicação do isolado IBCB 66 de Metarhizium anisopliae, nas concentrações de 5 × 106, 1 × 107, 5 × 107, 1 × 108 e 5 × 108 conídios/mL (Temp. 25º C, UR de 70% e fotofase de 12 horas). Estudando outras pragas que acometem a cultura da cana-de-açúcar, LOUREIRO et al. (2005a) observaram que a CL50 para ninfas da cigarrinha da raiz da canade-açúcar (Mahanarva fimbriolata) pulverizadas com M. anisopliae, foi estimada em 1,2 x 107 conídios/mL. REIS et al. (2001), avaliando a virulência de 3 isolados de M. anisopliae sobre adultos do carrapato Amblyomma cajennense, verificaram que as maiores mortalidades foram ocasionadas com valores de CL 90 variando em 6,69 x 109. 3,77 x 1010 e 6,7 x 1010 conídios/mL. Seleção de isolados de Metarhizium anisopliae (Etapa 1) Os resultados gerados pelas mortalidades confirmadas dos 27 isolados do fungo M. anisopliae evidenciam que todos são patogênicos à broca da cana-deaçúcar, pois a menor mortalidade foi de 49% do IBCB 158 (Tabela 3). Analisando a mesma tabela podemos observar que somente três isolados foram capazes de causar mortalidades confirmadas iguais ou superiores a 80%, quais sejam: IBCB 425 (82%), IBCB 351 (90%) e o IBCB 353 (94%). Todos os demais não se adequaram ao padrão de seleção pré-estabelecido, pois apresentaram mortalidades confirmadas abaixo de 79%. Tabela 3 Mortalidade acumulada (total e confirmada) após 15 dias da aplicação de isolados de Metarhizium anisopliae em lagartas de Diatraea saccharalis (Temp. 25 ± 1o C e Umidade Relativa 70 ± 10% e fotofase de 12 horas). Isolado N° total insetos Mortalidade total (%) Mortalidadeconfirmada(%) IBCB 116 50 86 61 IBCB 153 50 63 59 IBCB 154 50 71 66 IBCB 155 50 55 54 IBCB 156 50 82 70 IBCB 158 50 66 49 IBCB 159 50 98 63 IBCB 167 50 59 55 IBCB 171 50 82 77 IBCB 351 50 81 90 IBCB 352 50 99 54 IBCB 353 50 99 94 IBCB 360 50 88 68 IBCB 361 50 77 68 IBCB 363 50 73 72 IBCB 425 50 85 82 Testemunha 50 2 0 O segundo experimento (Tabela 4) ficou caracterizado pelo fato de que dos 12 isolados testados, sete apresentaram mortalidades confirmadas acima de 80%, com destaque para o IBCB 417 que controlou 100% das lagartas de D. saccharalis, seguido pelo IBCB 418 com 96% de mortalidade confirmada. Tabela 4 Mortalidade acumulada (total e confirmada) após 15 dias da aplicação dos isolados de Metarhizium anisopliae em lagartas de Diatraea saccharalis (Temp. 25 ± 1o C e Umidade Relativa 70 ± 10% e fotofase de 12 horas). Isolado N° total insetos Mortalidade total (%) Mortalidadeconfirmada(%) IBCB 380 50 075 70 IBCB 382 50 81 78 iBCB 383 50 93 85 iBCB 384 50 97 96 iBCB 391 50 78 60 IBCB 410 50 92 84 IBCB 417 50 100 100 IBCB 418 50 97 96 iBCB 425 50 87 86 IBCB 426 50 78 72 IBCB 478 50 86 74 IBCB 481 50 85 80 Testemunha 50 2 0 ACEVEDO et al. (2007), estudando as interações entre diversos entomopatógenos e a broca da cana-de-açúcar D. saccharalis, relataram variações nos índices de mortalidade e apontam um isolado como altamente promissor, pois esse foi capaz de provocar a mortalidade de 100% das lagartas em seu tratamento, corroborando os dados obtidos com o isolado IBCB 417. FAVA et al. (2004) novamente apontam diferenças nos valores de mortalidades confirmadas de D. saccharalis pelo fungo M. anisopliae, quando aplicado em lagartas de 1º e 2º instar em concentrações de 1 a 3 x 108 conídios/mL em condições de laboratório. Estas mesmas variações também puderam ser observadas em outros grupos de insetos. CINTRA et al. (2003) observaram mortalidades confirmadas entre 10 e 70% para ninfas da cigarra-de-café Fidicina sp. XAVIER; ÁVILA (2005), em teste de patogenicidade de alguns isolados ao percevejo castanho, também observaram variações nos valores das mortalidades confirmadas estando entre 10 e 78%. LOUREIRO et al. (2005b), selecionando isolados de M. anisopliae à cigarrinha-da-raiz da cana-de-açúcar Mahanarva fimbriolata, relatam que variações entre 10 a 90% também ocorreram em seus experimentos. Foi observado que, dentre os 27 isolados de M. anisopliae testados, novamente 9 isolados apresentaram mortalidades confirmadas iguais ou superiores a 80%. Este valor foi adotado como padrão de seleção dos isolados com bom potencial para o controle da broca da cana-de-açúcar D. saccharalis. As mortalidades ocorreram principalmente entre o 5º e 12º dias após a aplicação da suspensão de conídios. Quando as mortalidades confirmadas dos isolados são dispostas em uma distribuição de frequência (Fig. 2), podemos observar a sua separação em grupos de acordo com as porcentagens, onde 6 isolados controlam entre 41 a 60% das lagartas, 13 mostraram mortalidades entre 61 e 80% e outros 8 isolados de M. anisopliae alcançaram mortalidades entre 81 e 100%, sendo estes últimos selecionados para o controle de lagartas de D. saccharalis. Fig. 2 Distribuição de frequência de isolados de M. anisopliae em relação ao percentual de mortalidade confirmada causada em lagartas de D. saccharalis. Esses dados corroboram com aqueles obtidos por LOUREIRO et al. (2005b), verificando que a grande maioria do isolados está abaixo do padrão estabelecido anteriormente e apenas uma minoria esta acima do padrão. Os isolados de M. anisopliae selecionados foram: IBCB, 351, 353, 383, 384, 410, 417, 418, 425 e 481. Seleção final dos isolados de Metarhiziu. anisopliae(Etapa 2) Os isolados de M. anisopliae novamente apresentaram mortalidades iguais ou superiores a 62%, resultados semelhantes e/ou iguais ao primeiro teste de seleção realizado. Os dados obtidos (Tabela 5) sugerem que houve diferença estatística apenas entre os isolados IBCB 384 e 425. Novamente podemos estabelecer uma relação positiva entre mortalidade confirmada e os valores para TL50, pois foi possível observar que os menores tempos letais ocorreram para os isolados IBCB 384 e 383 com 6,47 e 6,83 dias, respectivamente, os quais provocaram as maiores porcentagens de mortalidades confirmadas, com 90 e 86%, respectivamente, sendo considerados como os mais promissores e virulentos. Tabela 5 Mortalidade média de lagartas de Diatraea saccharalis causada por isolados de Metarhizium anisopliae (Temperatura 25 ± 2o C e Umidade Relativa 60 ± 10%). Isoladosselecionadosde B. bassiana1 Mortalidade médiade lagartas (n = 5) TL50 (Dias) IBCB 351 7,40 ± 0,89 ab 9,10 IBCB 353 7,40 ± 2,07 ab 9,22 IBCB 383 8,60 ± 0,54 ab 6,83 IBCB 384 9,00 ± 0,00 a 6,47 IBCB 410 7,00 ± 0,70 ab 10,25 IBCB 417 7,60 ± 1,81 ab 8,66 IBCB 418 8,20 ± 0,83 ab 8,47 IBCB 425 6,20 ± 1,30 b 10,21 IBCB 481 7,80 ± 0,83 ab 8,06 1 Médias seguidas de mesma letra não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5%. Dados não transformados. CV = 17,0%. FIGUEIREDO et al. (2002), estudando a patogenicidade de diferentes isolados de M. anisopliae sobre a broca gigante da cana de açúcar, puderam observar que os tempos letais a 50% da população de insetos variaram entre 7,3 a 17,9 dias e estes estavam inversamente relacionados com as crescentes mortalidades confirmadas obtidas, ou seja, existiu também uma correlação positiva entre menor tempo letal com a maior mortalidade. Essas relações de acréscimo da mortalidade confirmada em função do decréscimo do tempo letal também puderam ser observadas por SILVA et al. (2003) com M. anisopliae sobre lagartas de Plutela xylostella, por CÉSAR FILHO et al. (2001), com lagartas de Alabama argillacea pulverizadas com M. anisopliae. Produção dos melhores isolados em arroz précozido Dentre os isolados que foram produzidos em arroz, o IBCB 417 e 481 com uma quantidade média de conídios por grama, respectivamente de 2,52 e 2,46 x 109, foram os mais produtivos nesta fase do teste, pois diferiram estatisticamente apenas ao isolado IBCB 353, sendo que estes não diferiram significativamente dos demais isolados (Tabela 6). Tabela 6 Produção média de conídios dos isolados de Metarhizium anisopliae por grama de arroz pré-cozido. (Temperatura 25o C, Umidade Relativa 60%). Isolados Produção de conídios/g de arroz (x 109)1,2 (±EP)* IBCB 351 1,67 ± 0,54 ab IBCB 353 1,31 ± 0,59 b IBCB 383 2,25 ± 0,58 ab IBCB 384 1,67 ± 0,49 ab IBCB 410 1,90 ± 0,26 ab IBCB 417 2,52 ± 1,25 a IBCB 418 2,20 ± 0,46 ab IBCB 425 2,29 ± 0,38 ab IBCB 481 2,46 ± 1,06 a * Erro padrão da média. 1 Médias seguidas de mesma letra não diferem entre si pelo teste de Duncan a 5%. 2 Médias originais, transformadas para análise por Vx + 0,5. LOUREIRO et al. (2005b), analisando a produção em arroz pré-cozido de isolados selecionados de M. anisopliae visando o controle da cigarrinha-da-raiz da cana-de-açúcar, observaram que a quantidade média de conídios variou entre 0,86 a 2,30 x 1010 conidios/ g para o isolado IBCB 425 sendo o mais produtivo, estando esses dados 10 vezes abaixo dos valores encontrados para o isolado IBCB 417 com 2,52 x 109 conídios/g de arroz. Produzindo em condições semelhantes, TAKADA (2002) observou o rendimento médio de três isolados de M. anisopliae e constatou que os valores oscilaram entre 2,25 a 2, 4 x 108 conídios por grama de arroz. Os valores citados acima estão abaixo dos valores encontrados nos resultados dos testes de produção, porém, segundo TAMAI (1997), essas diferenças Seleção de isolados do fungo entomopatogênico Metarhizium anisopliae (Metsch.) Sorok. visando o controle da broca da cana-de-açúcar Diatraea saccharalis (Fabr., 1794). na produção de conídios entre os isolados podem estar relacionadas com a dificuldade de se reproduzir, entre um experimento e outro, todas as condições disponíveis para o crescimento do fungo em arroz, tais como: umidade e tempo de cozimento do arroz, variações na temperatura e nível de contaminação. Assim, considerando os mais altos valores do número de conídios por grama de arroz para o fungo M. anisopliae, os isolados com melhor potencial são o IBCB 417 e 481. Para ALVES (1998) a quantidade de conídios é um fator de seleção importante em um isolado, pois quanto maior sua produção maior será o potencial de inoculo, em determinada quantidade de arroz mais fungo a ser utilizada, viabilizando melhor o custo desse controle. CONCLUSÕES Todos os isolados testados são patogênicos à D. saccharalis em condições de laboratório. Os isolados mais virulentos de M. anisopliae são os IBCB 384, 383, 481, 418 e 417, sendo que a maior produção de conídios de M. anisopliae é obtida com os isolados IBCB 481 e 417. AGRADECIMENTOS À Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) pelo financiamento deste projeto e a Usina São João pela concessão das lagartas da broca da cana-de-açúcar. REFERÊNCIAS ACEVEDO, J.P.M.; SAMUELS, R.I.; MACHADO, I.R.; DOLINSKI, C. 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