Acessibilidade / Reportar erro

OCORRÊNCIA DE MYCOPLASMA CONJUNCTIVAE EM OVINOS SADIOS E COM CERATOCONJUNTIVITE INFECCIOSA, NO ESTADO DE PERNAMBUCO

OCCURRENCE OF MYCOPLASMA CONJUNCTIVAE IN HEALTHY SHEEP AND WITH OVINE KERATOCONJUNCTIVITIS IN PERNAMBUCO STATE, BRAZIL

RESUMO

Relatou-se, pela primeira vez no Brasil, a ocorrência de Mycoplasma conjunctivae, em ovinos sadios e com ceratoconjuntivite infecciosa, na microrregião de Garanhuns, Estado de Pernambuco. Os animais com sintomatologia clínica apresentaram lacrimejamento profuso, hiperemia conjuntival, descarga ocular mucopurulenta e, em alguns casos, ceratite ulcerativa, vascularização corneana, e sinais clínicos de uveíte anterior.

PALAVRAS-CHAVE:
Ceratoconjuntivite infecciosa; ovinos; Mycoplasma conjunctivae

ABSTRACT

This is the first report of an occurrence of M. conjunctivae in healthy sheep and with ovine keratoconjunctivitis in Pernambuco State, Brazil. Affected animals presented increased lacrimation, conjunctival hyperemia, mucopurulent ocular discharge and, in severe events, ulcerative keratitis, corneal vascularization and signs of anterior uveitis.

KEY WORDS:
Infectious keratoconjunctivitis; sheep; Mycoplasma conjunctivae

Ceratoconjuntivite infecciosa ovina é uma doença contagiosa caracterizada por reação inflamatória aguda da conjuntiva, hiperemia da esclera e pannus, além de aumento de lacrimejamento, blefaroespasmo, fotofobia, descargas oculares purulentas, opacidade e ulceração corneana, em casos avançados. A gravidade varia de um indivíduo para outro, podendo inclusive ambos os olhos, quando afetados, apresentarem quadros diversos (EGWU et al., 1989EGWU, G.O; FAULL, W.B.; BRADBURY, J.M.; CLARKSON, M.J. Ovine infectious keratoconjunctivitis: a microbiological study of clinically unaffected and affected sheep's eyes with special reference to Mycoplasma conjunctivae. Vet. Rec., v.125, p.253-256, 1989.; GREIG, 1989GREIG, A. Ovine keratoconjunctivitis. An update. In Practice, v.11, p.110-113, 1989.; HOSIE & GREIG, 1995HOSIE, B.D. & GREIG, A. Role of oxytetracicline dihidrate in the treatment of Mycoplasma-associated ovine keratconjunctivitis in lambs. Br. Vet. J., v.151, p.8388,1995.).

As perdas econômicas resultantes da doença são, essencialmente, com os custos medicação, tempo e manejo requerido para o tratamento e perda de peso, além do aumento de toxemia da prenhez e pisoteio das crias por ovelhas cegas (GELLAT, 2003GELLAT, K.N. Manual de oftalmologia veterinária. São Paulo: Manole, 2003. 594p.). A variação dos sinais clínicos na expressão da doença torna difícil avaliar a extensão das perdas econômicas.

O agente etiológico da doença permanece obscuro, pois uma ampla variedade de microrganismos tem sido encontrada associada a doença (JONES et al., 1976JONES, G.E.; FOGGIE, A.; SUTHERLAND, A.; HARKER, D. Mycoplasma and ovine keratoconjunctivitis. Vet. Rec., v.99, p.137141, 1976.; EGWU et al., 1989EGWU, G.O; FAULL, W.B.; BRADBURY, J.M.; CLARKSON, M.J. Ovine infectious keratoconjunctivitis: a microbiological study of clinically unaffected and affected sheep's eyes with special reference to Mycoplasma conjunctivae. Vet. Rec., v.125, p.253-256, 1989.). Estudos epidemiológicos envolvendo a ceratoconjuntivite infecciosa ovina e relatos de transmissão experimental têm incriminado o Mycoplasma conjunctivae como o mais provável agente causal da doença. No entanto, sua interrelação com outras espécies bacterianas e seu papel na patogênese permanecem obscuros, bem como o de fatores ambientais que podem predispor à doença (EGWU et al., 1989EGWU, G.O; FAULL, W.B.; BRADBURY, J.M.; CLARKSON, M.J. Ovine infectious keratoconjunctivitis: a microbiological study of clinically unaffected and affected sheep's eyes with special reference to Mycoplasma conjunctivae. Vet. Rec., v.125, p.253-256, 1989.; DAGNALL, 1994bDAGNALL, G.R.J. The role of Branhamella ovis, Mycoplasma conjunctivae and Chlamydia psittaci in conjunctivitis of sheep. Br. Vet. J., v.150, p.65-71, 1994b.; HOSIE & GREIG, 1995HOSIE, B.D. & GREIG, A. Role of oxytetracicline dihidrate in the treatment of Mycoplasma-associated ovine keratconjunctivitis in lambs. Br. Vet. J., v.151, p.8388,1995.; RUFFIN, 2001RUFFIN, D.C. Mycoplasma infections in small ruminants. Vet. Clin. North Am. Large Anim. Pract., v.17, p.315-332, 2001.).

GREIG (1989)GREIG, A. Ovine keratoconjunctivitis. An update. In Practice, v.11, p.110-113, 1989. e HOSIE & GREIG (1995)HOSIE, B.D. & GREIG, A. Role of oxytetracicline dihidrate in the treatment of Mycoplasma-associated ovine keratconjunctivitis in lambs. Br. Vet. J., v.151, p.8388,1995. asseguraram que dois agentes infecciosos estão associados à doença, Chlamydia psittaci ovis e M. conjunctivae. Diversos autores diferenciaram uma ceratoconjuntivite infecciosa não-folicular causada por M. conjunctivae de uma ceratoconjuntivite folicular causada por Chlamydia (BOOGARD, 1984BOGAARD, A.E.J.M. Inclusion keratoconjunctivitis ('pink eye') in sheep. A proposal for a new name for chlamydial keratoconjunctivitis in sheep and comment on recent clinical trials. Vet. Quartely, v.6, p.229-235, 1984.; DAGNALL, 1994aDAGNALL, G.R.J. An investigation of colonization of the conjunctival sac of sheep by bacteria and Mycoplasmas. Epidemiol. Infect., v.112, p.561-567, 1994a.; SLATTER, 2001SLATTER, D. Fundamentals of veterinary ophtalmology. 3.ed. Philadelphia: W.B. Saunders, 2001. 640p.).

SURMAN (1968)SURMAN, P.G. Cytology of 'pink eye' of sheep including a reference to trachoma of man, by employing acridine orange and iodine stains, and isolation of Mycoplasma agents in infected sheep eyes. Aust. J. Biol. Sci., v.21, p.447-467, 1968. foi o primeiro a cultivar, caracterizar e associar o Mycoplasma com a ceratoconjuntivite em ovinos. Também foi bem sucedido na transmissão do microrganismo para animais sadios, reproduzindo uma forma suave da doença. BARILE et al. (1972)BARILE, M.F.; GIUDICE, R.A. DEL; TULLY, J.G. Isolation and characterization of Mycoplasma conjunctivae sp. n. from sheep and goats with keratoconjunctivits. Infect. Imm., v.5, p.70-76, 1972. caracterizaram e nomearam microrganismos isolados de ovinos e caprinos com ceratoconjuntivite como M. conjunctivae. JONES (1983)JONES, G.E. Mycoplasmas of sheep and goats: a synopsis. Vet. Rec., v.113, p.619-620, 1983. classificou-o como um organismo pouco ou não-patogênico e provavelmente presente na flora, sendo também encontrado no trato respiratório de caprinos e ovinos.

Os trabalhos de JONES et al. (1976)JONES, G.E.; FOGGIE, A.; SUTHERLAND, A.; HARKER, D. Mycoplasma and ovine keratoconjunctivitis. Vet. Rec., v.99, p.137141, 1976. e EGWU et al. (1989)EGWU, G.O; FAULL, W.B.; BRADBURY, J.M.; CLARKSON, M.J. Ovine infectious keratoconjunctivitis: a microbiological study of clinically unaffected and affected sheep's eyes with special reference to Mycoplasma conjunctivae. Vet. Rec., v.125, p.253-256, 1989. indicam que o M. conjunctivae provavelmente desempenha um significativo e importante papel primário na ceratoconjuntivite infecciosa ovina, porém outros agentes ainda não tiveram sua participação bem determinada.

Em trabalho conduzido por HOSIE (1988)HOSIE, B.D. Keratoconjunctivitis in a hill sheep flock. Vet. Rec., v.122, p.40-43, 1988.M. conjunctivae, apesar de ter sido incriminado como agente causal de ceratoconjuntivite infecciosa, foi encontrado no saco conjuntival de ovelhas sadias na ausência de sinais clínicos de ceratoconjuntivite.

No Brasil, o M. conjunctivae foi relatado pela primeira vez em três caprinos com sintomatologia clínica de ceratoconjuntivite (GREGORY et al., 2003GREGORY, L.; CARDOSO, M.V.; BIRGEL JUNIOR, E.H.; TEIXEIRA, S.R.; SOUZA, R.M.; PACHECO, W.A.; BIRGEL, E.H.; BENESI, F.J. Surto de ceratoconjuntivite infecciosa dos caprinos causada por Mycoplasma conjunctivae em caprinos adultos criados no estado de São Paulo. Arq. Inst. Biol., São Paulo, v.70, n.2, p.179-181, 2003.).

Não se tem referências na literatura científica nacional, até a presente data, sobre a ocorrência de Mycoplasma conjunctivae em ovinos sadios ou com ceratoconjuntivite. Por este motivo, este trabalho relata o envolvimento deste agente na ceratoconjuntivite de ovinos assim como a sua identificação em animais sadios procedentes de propriedades rurais da microrregião de Garanhuns, PE.

Foram utilizados 64 ovinos da raça Santa Inês e seus cruzamentos, machos ou fêmeas e de idades variadas, criados em sistema de manejo semi-intensivo. As coletas foram realizadas na microrregião de Garanhuns, PE, no período de janeiro a dezembro de 2002.

Antes da colheita cada animal foi submetido à exame oftalmológico (SLATTER, 2001SLATTER, D. Fundamentals of veterinary ophtalmology. 3.ed. Philadelphia: W.B. Saunders, 2001. 640p.). Indivíduos que apresentaram afecção unilateral tiveram amostra colhida apenas do olho acometido. Formaram-se 3 grupos de estudo, baseados nos achados do exame: Grupo I, composto por 31 ovinos clinicamente sadios (60 amostras), pertencentes a 5 rebanhos diferentes. Animais acometidos por diferentes estágios de ceratoconjuntivite infecciosa, uni ou bilateral (33 ovinos, pertencentes a outros 5 rebanhos), compuseram o Grupo II formado por indivíduos que apresentaram sinais clínicos de doença suave, caracterizada por lacrimejamento profuso, hiperemia da conjuntiva e, em alguns casos, descarga ocular catarral, mucopurulenta ou purulenta (27 indivíduos/52 amostras); e Grupo III, composto por seis animais (8 amostras) que apresentavam, além dos sintomas já descritos, sinais graves de ceratoconjuntivite, evidenciada por ceratite ulcerativa superficial ou profunda, vascularização corneana superficial ou profunda, e sinais clínicos de uveíte anterior, como hifema e hipópio.

Para identificação do Mycoplasma, as amostras foram colhidas por meio de swab seco estéril friccionado junto ao terço médio do saco conjuntival inferior. O material, conservado sob refrigeração em meio SP4 (TULLY, 1995TULLY, J.G. Culture medium formulation for primary isolation and maintenance of Mollicutes. In: TULLY, J.G. & RAZIN, S. (Eds.). Molecular and diagnostic procedures in Mycoplasmology. San Diego: Academic Press, 1995. v.1, p.33-40.) foi encaminhado ao Departamento de Microbiologia do Instituto de Ciências Biomédicas II da Universidade de São Paulo, São Paulo, SP. O material clínico foi submetido ao método de extração de DNA descrito por FAN et al. (1995)FAN, H.H.; KLEVEN, S.H.; JACKWOOD, M.W. Aplication of polymerase chain reaction with arbitrary to strain identification of Mycoplasma gallisepticum. Avian Dis., v.39, p.729-735, 1995.. Numa primeira etapa, todas as amostras foram submetidas à Reação em Cadeia da Polimerase utilizando-se os oligonucleotídeos iniciadores (primers) gênero-específico comum para Mycoplasma, Acholeplasma, Ureaplasma e Spiroplasma, descritos por VAN KUPPEVELD et al. (1992)VAN KUPPEVELD, F.J.M.; VAN DER LOGT, J.T.M.; ANGULO, A.F.; VAN ZOEST, M.J.; QUINT, W.G.V.; NIESTERS, J.M.; GALAMA, J.M.D.; MELCHERS, W.J.G. Genusand Species-Specific Identification of Mycoplasmas by 16S rRNA Amplification. Appl. Environ. Microbiol., v.58, p.26062615, 1992.. As amostras positivas nesta prova foram submetidas a uma nova reação, com primers específicos para Mycoplasma conjunctivae, descritos por LAUERMAN (1998)LAUERMAN, L.H. Mycoplasma PCR Assays. In: LAUERMAN, L.H. (Ed.). Nucleic acid amplification assays for diagnosis of animal diseases. Alabama: Dept. of Agriculture and Industries, 1998. p.41-47..

No Grupo I (animais sadios), a presença de Mycoplasma conjunctivae foi detectada em 15% (9/60) das amostras. No Grupo II (doença suave) M. conjunctivae esteve presente em 75% (39/52) dos olhos estudados. No Grupo III (doença grave) M. conjunctivae foi encontrado em 62,5% (5/8) do total de amostras.

A ocorrência de M. conjunctivae em ovinos com ceratoconjuntivite infecciosa é amplamente descrita, com vários estudos relatando um papel significativo deste agente na etiologia da doença (JONES et al., 1976JONES, G.E.; FOGGIE, A.; SUTHERLAND, A.; HARKER, D. Mycoplasma and ovine keratoconjunctivitis. Vet. Rec., v.99, p.137141, 1976.; HOSIE, 1988HOSIE, B.D. Keratoconjunctivitis in a hill sheep flock. Vet. Rec., v.122, p.40-43, 1988.; EGWU et al., 1989EGWU, G.O; FAULL, W.B.; BRADBURY, J.M.; CLARKSON, M.J. Ovine infectious keratoconjunctivitis: a microbiological study of clinically unaffected and affected sheep's eyes with special reference to Mycoplasma conjunctivae. Vet. Rec., v.125, p.253-256, 1989.). LAAK et al. (1988)LAAK, E.A.; SCHREUDER, B.E.C; SMITH-BUYS, M.C. The occurrence of Mycoplasma conjunctivae in the Netherlands and its association with keratoconjunctivitis in sheep and goats. Vet. Quartely, v.10, p.73-83, 1988. sugeriram, inclusive, um papel etiológico primário. No entanto, de acordo com GREGORY et al. (2003)GREGORY, L.; CARDOSO, M.V.; BIRGEL JUNIOR, E.H.; TEIXEIRA, S.R.; SOUZA, R.M.; PACHECO, W.A.; BIRGEL, E.H.; BENESI, F.J. Surto de ceratoconjuntivite infecciosa dos caprinos causada por Mycoplasma conjunctivae em caprinos adultos criados no estado de São Paulo. Arq. Inst. Biol., São Paulo, v.70, n.2, p.179-181, 2003. há um inexpressivo número de relatos de casos clínicos ou de pesquisas científicas no Brasil. Este fato é de grande preocupação, especialmente para a região Nordeste, detentora do maior rebanho de pequenos ruminantes do país (IBGE, 1996IBGE - Censo Agropecuário. Efetivo dos rebanhos (cabeças) Brasil [on line], 1996. Disponível em: <http://www.sidra.ibge.gov.br/cgibin/prtabl>. Acesso em: 20 jul. 2003.
http://www.sidra.ibge.gov.br/cgibin/prta...
).

A presença de M. conjunctivae em amostras de animais sadios, apesar de pouco freqüente, é relatada por HOSIE (1988)HOSIE, B.D. Keratoconjunctivitis in a hill sheep flock. Vet. Rec., v.122, p.40-43, 1988. e RADOSTITS et al. (2000)RADOSTITS, O.M.; GAY, C.C.; BLOOD, D.C.; HINCHCLIFF, K.W. Veterinary medicine. 9.ed. London: W.B. Saunders, 2000. 1877p.. SURMAN (1968)SURMAN, P.G. Cytology of 'pink eye' of sheep including a reference to trachoma of man, by employing acridine orange and iodine stains, and isolation of Mycoplasma agents in infected sheep eyes. Aust. J. Biol. Sci., v.21, p.447-467, 1968. sugeriu que todo ovino pode abrigar Mycoplasma na conjuntiva de uma forma latente, e sua ativação ser resultante de traumas ou condições estressantes. HOSIE (1988) alertou para a possibilidade de M. conjunctivae, isolado de animais aparentemente sadios, ser decorrente de amostras coletadas antes destes animais desenvolverem a enfermidade. Sugeriu, ainda, a alternativa deste microrganismo fazer parte da flora em números tão pequenos que não iniciam resposta clínica. DAGNALL (1994a)DAGNALL, G.R.J. An investigation of colonization of the conjunctival sac of sheep by bacteria and Mycoplasmas. Epidemiol. Infect., v.112, p.561-567, 1994a. e EGWU (1992)EGWU, G.O. Outbreak of ovine infectious keratoconjunctivitis caused by Mycoplasma conjunctivae. Small Ruminant Res., v.9, p.189-196, 1992. sugeriram diferenças na patogenicidade entre cepas de M. conjunctivae, resultando em alguns animais exibindo sintomas de ceratoconjuntivite e outros não. Estas possibilidades justificam a presença de animais positivos para este agente no grupo de animais sadios (Grupo I).

Outra justificativa pode ser o fato de animais tratados, mesmo com terapêutica eficiente na eliminação dos sinais clínicos, apresentarem o agente por um longo período (JONES et al.; 1976; LAAK et al., 1988LAAK, E.A.; SCHREUDER, B.E.C; SMITH-BUYS, M.C. The occurrence of Mycoplasma conjunctivae in the Netherlands and its association with keratoconjunctivitis in sheep and goats. Vet. Quartely, v.10, p.73-83, 1988.; HOSIE, 1988HOSIE, B.D. Keratoconjunctivitis in a hill sheep flock. Vet. Rec., v.122, p.40-43, 1988.; GREIG, 1989GREIG, A. Ovine keratoconjunctivitis. An update. In Practice, v.11, p.110-113, 1989.; HOSIE & GREIG, 1995HOSIE, B.D. & GREIG, A. Role of oxytetracicline dihidrate in the treatment of Mycoplasma-associated ovine keratconjunctivitis in lambs. Br. Vet. J., v.151, p.8388,1995.).

A não observação de sinais clínicos em animais positivos para M. conjunctivae é um dado importante para a epidemiologia da doença, uma vez que o trânsito destes animais possibilita a infecção de novos animais ou rebanhos.

Baseado na observação clínica e identificação microbiológica permitiu-se concluir: a identificação, pela primeira vez no Brasil de Mycoplasmac onjunctivae em ovinos sadios e com sintomatologia de ceratoconjuntivite infecciosa. Sua presença em maior número nos grupos de animais com manifestação clínica da doença sugere sua participação na etiologia do processo. Animais assintomáticos podem ser fontes de infecção.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

  • BARILE, M.F.; GIUDICE, R.A. DEL; TULLY, J.G. Isolation and characterization of Mycoplasma conjunctivae sp. n. from sheep and goats with keratoconjunctivits. Infect. Imm, v.5, p.70-76, 1972.
  • BOGAARD, A.E.J.M. Inclusion keratoconjunctivitis ('pink eye') in sheep. A proposal for a new name for chlamydial keratoconjunctivitis in sheep and comment on recent clinical trials. Vet. Quartely, v.6, p.229-235, 1984.
  • DAGNALL, G.R.J. An investigation of colonization of the conjunctival sac of sheep by bacteria and Mycoplasmas. Epidemiol. Infect, v.112, p.561-567, 1994a.
  • DAGNALL, G.R.J. The role of Branhamella ovis, Mycoplasma conjunctivae and Chlamydia psittaci in conjunctivitis of sheep. Br. Vet. J, v.150, p.65-71, 1994b.
  • EGWU, G.O. Outbreak of ovine infectious keratoconjunctivitis caused by Mycoplasma conjunctivae. Small Ruminant Res, v.9, p.189-196, 1992.
  • EGWU, G.O; FAULL, W.B.; BRADBURY, J.M.; CLARKSON, M.J. Ovine infectious keratoconjunctivitis: a microbiological study of clinically unaffected and affected sheep's eyes with special reference to Mycoplasma conjunctivae. Vet. Rec, v.125, p.253-256, 1989.
  • FAN, H.H.; KLEVEN, S.H.; JACKWOOD, M.W. Aplication of polymerase chain reaction with arbitrary to strain identification of Mycoplasma gallisepticum. Avian Dis, v.39, p.729-735, 1995.
  • GELLAT, K.N. Manual de oftalmologia veterinária São Paulo: Manole, 2003. 594p.
  • GREGORY, L.; CARDOSO, M.V.; BIRGEL JUNIOR, E.H.; TEIXEIRA, S.R.; SOUZA, R.M.; PACHECO, W.A.; BIRGEL, E.H.; BENESI, F.J. Surto de ceratoconjuntivite infecciosa dos caprinos causada por Mycoplasma conjunctivae em caprinos adultos criados no estado de São Paulo. Arq. Inst. Biol, São Paulo, v.70, n.2, p.179-181, 2003.
  • GREIG, A. Ovine keratoconjunctivitis. An update. In Practice, v.11, p.110-113, 1989.
  • HOSIE, B.D. Keratoconjunctivitis in a hill sheep flock. Vet. Rec, v.122, p.40-43, 1988.
  • HOSIE, B.D. & GREIG, A. Role of oxytetracicline dihidrate in the treatment of Mycoplasma-associated ovine keratconjunctivitis in lambs. Br. Vet. J, v.151, p.8388,1995.
  • IBGE - Censo Agropecuário. Efetivo dos rebanhos (cabeças) Brasil [on line], 1996. Disponível em: <http://www.sidra.ibge.gov.br/cgibin/prtabl>. Acesso em: 20 jul. 2003.
    » http://www.sidra.ibge.gov.br/cgibin/prtabl
  • JONES, G.E. Mycoplasmas of sheep and goats: a synopsis. Vet. Rec, v.113, p.619-620, 1983.
  • JONES, G.E.; FOGGIE, A.; SUTHERLAND, A.; HARKER, D. Mycoplasma and ovine keratoconjunctivitis. Vet. Rec, v.99, p.137141, 1976.
  • LAAK, E.A.; SCHREUDER, B.E.C; SMITH-BUYS, M.C. The occurrence of Mycoplasma conjunctivae in the Netherlands and its association with keratoconjunctivitis in sheep and goats. Vet. Quartely, v.10, p.73-83, 1988.
  • LAUERMAN, L.H. Mycoplasma PCR Assays. In: LAUERMAN, L.H. (Ed.). Nucleic acid amplification assays for diagnosis of animal diseases Alabama: Dept. of Agriculture and Industries, 1998. p.41-47.
  • RADOSTITS, O.M.; GAY, C.C.; BLOOD, D.C.; HINCHCLIFF, K.W. Veterinary medicine 9.ed. London: W.B. Saunders, 2000. 1877p.
  • RUFFIN, D.C. Mycoplasma infections in small ruminants. Vet. Clin. North Am. Large Anim. Pract, v.17, p.315-332, 2001.
  • SLATTER, D. Fundamentals of veterinary ophtalmology 3.ed. Philadelphia: W.B. Saunders, 2001. 640p.
  • SURMAN, P.G. Cytology of 'pink eye' of sheep including a reference to trachoma of man, by employing acridine orange and iodine stains, and isolation of Mycoplasma agents in infected sheep eyes. Aust. J. Biol. Sci, v.21, p.447-467, 1968.
  • TULLY, J.G. Culture medium formulation for primary isolation and maintenance of Mollicutes. In: TULLY, J.G. & RAZIN, S. (Eds.). Molecular and diagnostic procedures in Mycoplasmology San Diego: Academic Press, 1995. v.1, p.33-40.
  • VAN KUPPEVELD, F.J.M.; VAN DER LOGT, J.T.M.; ANGULO, A.F.; VAN ZOEST, M.J.; QUINT, W.G.V.; NIESTERS, J.M.; GALAMA, J.M.D.; MELCHERS, W.J.G. Genusand Species-Specific Identification of Mycoplasmas by 16S rRNA Amplification. Appl. Environ. Microbiol, v.58, p.26062615, 1992.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    16 Set 2024
  • Data do Fascículo
    Jan-Mar 2004

Histórico

  • Recebido
    07 Out 2003
  • Aceito
    19 Dez 2003
Instituto Biológico Av. Conselheiro Rodrigues Alves, 1252 - Vila Mariana - São Paulo - SP, 04014-002 - São Paulo - SP - Brazil
E-mail: arquivos@biologico.sp.gov.br