RESUMO
Em ranário próximo à São Paulo, relata-se grande perda de animais de engorda, manifestando apatia, inapetência, retardamento no crescimento, prolapso da cloaca, perda do tônus muscular e morte. A necropsia revelou fígado hipertrofiado, friável, de cor palha e manchado; coração hipertrofiado e isquêmico; rins hemorrágicos e hipertrofiados; intestinos hemorrágicos; reto e estômago edemaciados com paredes espessadas. Pela histopatologia, foi visto no fígado rarefação e degeneração celular protéica e hidrópica; no intestino, enterite, descamação epitelial e atrofia das vilosidades; no coração, dissociação das fibras musculares e, no baço, degeneração. O prolapso da cloaca está associado à enterite. Tais lesões sugerem um quadro degenerativo nutricional por intoxicação com deficiência protéica. No diagnóstico diferencial, a presença de aflatoxina foi negativa. No histórico do caso, o criador informou que a ração alterada foi ministrada aos animais por não ter outra disponível. Cuidados básicos no armazenamento da ração, bem como o conhecimento de alguns indicadores para uma ração deteriorada como mudança de cor, aspecto, odor, esfarelamento, grumos, compactação e bolor é fundamental, juntamente com um perfeito gerenciamento de estoque. Sugere-se a interrupção no fornecimento de alimento até que a ração seja substituída evitando-se as graves consequências decorrentes do uso do alimento deteriorado.
PALAVRAS-CHAVE:
Rã-touro; Rana catesbeiana; intoxicação; patologia; doença.