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ESTUDO DA MICROBIOTA FÚNGICA DA PELE, PELOS E CONDUTO AUDITIVO DE MACACOS CLINICAMENTE SAUDÁVEIS, PROVENIENTES DO RESERVATÓRIO DE MANSO, MT, BRASIL

STUDY ON THE FUNGAL MICROBIOTA OF THE HIDE, HAIR AND AUDITORY CANAL OF CLINICALY HEALTHY MONKEYS FROM THE MANSO RESERVOIR IN MATO GROSSO, BRAZIL

RESUMO

Frente ao crescente interesse em ecologia e conservação da fauna silvestre, o diagnóstico e tratamento de entidades nosológicas pertinentes aos animais não domésticos, mantidos em cativeiro, tem sido solicitado aos médicos veterinários e apesar disso, raros são os trabalhos publicados enfocando a microbiota de animais silvestres. É sabido que várias espécies fúngicas sapróbias são isoladas de pele, pêlos e conduto auditivo de animais domésticos, podendo em situações específicas serem potêncialmente patogênicos. Objetivou-se neste trabalho identificar as espécies de fungos em pele, pêlos e conduto auditivo de macacos bugio (Alouatta caraya), sagüis (Callithrix sp.) e macacos prego (Cebus apella) clinicamente saudáveis. As amostras foram obtidas por retirada de pêlos e descamação cutânea. E, ainda, realização de impressão em lâmina de vidro no pavilhão auricular de 16 bugios, 12 sagüis e 27 macacos prego apreendidos pelo Centro de Triagem e Quarentena do Reservatório de Manso, MT. No Laboratório de Microbiologia do Hospital Veterinário da Universidade de Cuiabá, o material foi processado visando a identificação fúngica. Evidenciou-se o desenvolvimento fúngico em 7 (43,75%) amostras provenientes de bugio, sendo, respectivamente, Curvularia sp.(12,5%), Drechslera sp. (6,25%), Penicillium sp. (6,25%), Cladosporium sp. (6,25%), Aspergillus sp. (6,25%), Fusarium sp.(6,25%). Das amostras provenientes de sagüi, 5 (41,67%) resultaram positivas, respectivamente, para Aspergillus sp.(16,65%), Drechslera sp. (8,34%), Rhodotorula sp. (8,34%), Curvularia sp. (8,34%). Em macacos prego, 7 (25,92%) amostras foram positivas, respectivamente, para Curvularia sp. (14,82%), Aspergillus sp. (7,4%) e Cladosporium sp. (3,7%). Na citologia para diagnóstico de Malassezia pachydermatis, encontrou-se células leveduriformes características em 1 (8,3%) sagüi, 3 (18,74%) bugios e 6 (22,23%) macacos prego. Frente aos resultados obtidos concluiu-se que os fungos isolados provavelmente são integrantes da microbiota normal dos animais, bem como ficou evidente a ocorrência de leveduras em grande número de animais.

PALAVRAS-CHAVE:
Microbiota fungica; pele; pêlos; conduto auditivo; macacos

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