RESUMO
Um criador de aves silvestres procurou o Laboratório de Patologia Avícola de Descalvado devido a ocorrência de alta mortalidade em seu plantel, constituído por aproximadamente 2.000 casais de várias espécies de psitacídeos. Foi necropsiada apenas um psitacídeo doente, da espécie Agapornis (Agapornis roseicollis). A ave apresentava hepatomegalia e congestão pulmonar. As culturas bacteriológicas de órgãos resultaram em isolamento de Salmonella enterica subspécie enterica sorotipo 4, 5, 12: i: -. Foi indicado tratamento com enrofloxacina e suplementação vitamínica. As aves alojadas junto com a ave positiva foram sacrificadas, já que a mortalidade parecia concentrada naquele ambiente. Durante o período de antibioticoterapia não houve mortalidade. Decorridas duas semanas do término do tratamento, foi feita uma visita ao criadouro, quando foram colhidos diversos materiais para pesquisa de Salmonella sp.: fezes, aves mortas ou doentes, ovos não eclodidos, galinha caipira com diarréia, água de lagoa que abastecia os viveiros e as gaiolas. Foi isolado o mesmo sorotipo de Salmonella em fezes presentes em viveiro da espécie Agapornis e em aves doentes e mortas das espécies Diamante Gold (Chloebia gouldiae) e Bivate (Stagonoplura guttata). Dessa forma, observou-se que a salmonela não estava restrita às aves presentes no viveiro descartado e que o tratamento antimicrobiano não controlou a infecção do plantel.
PALAVRAS-CHAVE:
Salmonella; psitacídeos; antibioticoterapia.