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CONTAGEM DE CÉLULAS SOMÁTICAS, COMPOSIÇÃO E CONTAGEM BACTERIANA TOTAL DO LEITE DE PROPRIEDADES LEITEIRAS NOS MUNICÍPIOS DE MIRANDA DO NORTE, ITAPECURÚ– MIRIM E SANTA RITA, MARANHÃO

SOMATIC CELL COUNTS, COMPOSITION AND TOTAL BACTERIAL COUNTS OF MILK FROM DAIRY FARMS IN THE CITIES OF MIRANDA DO NORTE, ITAPECURÚ-MIRIM AND SANTA RITA, MARANHÃO STATE, BRAZIL

RESUMO

Objetivou-se com este estudo avaliar a contagem de células somáticas (CCS), composição e contagem bacteriana total (CBT) sobre a qualidade do leite produzido em propriedades leiteiras de Miranda do Norte, Itapecurú-Mirim e Santa Rita, Estado do Maranhão. Verificou-se no período A que a média de CCS foi de 2.236.700 células/mL, 3,87 % de gordura, 3,19% de proteína, 4,36% de lactose, 12,25% de EST, 8,55% de ESD (%) e CBT de 677,90 UFC/mL, e no período B a média de CCS foi de 2.629.950 células/mL, 3,87% de gordura, 3,27% de proteína, 4,45% de lactose, 13,19% de EST, 8,74% de ESD e CBT de 8421,35 UFC/mL. Quanto à sazonalidade, as médias de CCS e CBT foram mais elevadas no período B do que no período A.

PALAVRAS-CHAVE
Qualidade do leite; IN Nº 51; higiene

ABSTRACT

The aim of this study was to evaluate somatic cell counts (SCC), composition and total bacterial counts (TBC) of milk from dairy farms in Miranda do Norte, Itapecurú-Mirim and Santa Rita, all located in Brazilian Maranhão state. In the A period, it were verified means of 2,236,700 somatic cells/mL; 3.87% fat; 3.19% protein; 4.36% lactose; 12.25% (TS); 8.55% non-fat solids (NFS) and 677.90 clonies forming unit (CFU)/mL. In the winter period means were 2,629,950 cells/mL; 3.87% fat; 3.27% protein; 4.45% lactose; 13.19% TS; 8.74% NFS and 8,421,35 CFU/mL. Regarding sazonality, both SCC and TBC means were higher during the period B than during the period A.

KEY WORDS
Milk quality; IN Nº 51; higyenic

INTRODUÇÃO

As células somáticas do leite originam-se do sangue (linfócitos, macrófagos e neutrófilos) e células epiteliais de descamação da própria glândula mamária presentes no leite. Essas células são um indicativo da ocorrência de inflamação intramamária e podem ser usadas para distinguir uma glândula mamária infectada de uma não-infectada (SANTOS; FONSECA 2007SANTOS, M.V.; FONSECA, L.F.L. Estratégicas para controle de mastite e melhoria da qualidade do leite. Barueri: Manole, 2007. 314p.).

A contagem de células somáticas do rebanho e do tanque de expansão deve ser vista como ferramenta extremamente valiosa e que, entre outras finalidades, pode-se citar: o monitoramento da prevalência de mastite subclínica no rebanho, especialmente aquelas causadas por micro-organismos contagiosos, denotativo da qualidade do leite cru para a indústria; indicação das condições higiênicas sob as quais o leite foi produzido nas propriedades; possibilidade de estimativas das perdas da produção de leite; orientação do produtor para tomada de decisões a fim de prevenir a transmissão da doença durante a lactação e a identificação de vacas para tratamento, secagem e descarte (LANGONI, 2000LANGONI, H. Tendências de modernização do setor lácteo: monitoramento da qualidade do leite pela contagem de células somáticas. Revista de Educação Continuada do CRMV-SP, v.3, p.57-64, 2000.).

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), por intermédio do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal (DIPOA), publicou a Instrução Normativa Nº51 – IN Nº51 no Diário Oficial da União, em 18 de setembro de 2002. Esse regulamento normatiza a produção, estabelecendo os critérios e parâmetros de identidade e qualidade do leite, desde a ordenha, o resfriamento na propriedade rural e seu transporte a granel, incluindo requisitos físico-químicos e microbiológicos, contagem de células somáticas (CCS) e composição. Com isto acredita-se em uma melhor remuneração do produtor e melhoria da qualidade do leite consumido no Brasil, além da adequação do produto aos padrões internacionais visando ampliar as exportações (LIMA et al., 2006LIMA, M.C.G.; SENA, M.J.; MOTA, R.A.; MENDES, E.S.; ALMEIDA, C.C.; SILVA, R.P.P.E. Contagem de células somáticas e análises físico-químicas e microbiológicas do leite cru tipo C produzido na região agreste do estado de Pernambuco. Arquivos do Instituto Biológico, São Paulo, v.73, n.1, p.89-95, 2006.).

Portanto, o objetivo deste estudo foi avaliar a contagem de células somáticas, composição e contagem bacteriana total do leite de propriedades leiteiras de Miranda do Norte, Itapecurú-Mirim e Santa Rita, Estado do Maranhão, em diferentes períodos do ano.

MATERIAL E MÉTODOS

Para determinação da qualidade do leite foram selecionadas, aleatoriamente, 20 propriedades produtoras de leite, localizadas nos municípios de Miranda do Norte, Itapecurú-Mirim e Santa Rita, Estado do Maranhão, representando pequenos, médios e grandes produtores, com ordenha manual e mecânica, durante os períodos de agosto a dezembro de 2006 (período A) e de janeiro a julho de 2007 (período B).

As amostras eram representadas por um “pool” de cada propriedade, sendo colhidos aproximadamente 40 mL em frascos estéreis de 50 mL com pastilha Bronopol (2-bromo-2-nitropropano-1,3-diol e natamicina). Estas foram colocadas em caixas isotérmicas contendo gelo reciclável, mantidas na temperatura de 7º C e enviadas ao Laboratório de Qualidade do Leite do Centro de Pesquisa em Alimentos da Escola de Medicina Veterinária da Universidade Federal do Goiás - UFG, para serem submetidos às análises de teor de gordura, proteína, lactose, EST, ESD e contagem de células somáticas (CCS).

Para CBT foram colhidos aproximadamente 40 mL de leite, em frascos estéreis contendo quatro gotas do conservante azidiol (cloranfenicol, azida sódica, citrato de sódio e álcool etílico), em seguida os frascos foram tombados por 6 vezes, depois foram colocados em caixas isotérmicas contendo gelo reciclável, mantidas a 7º C e enviados ao Laboratório de Qualidade do Leite do Centro de Pesquisa em Alimentos da Escola de Medicina Veterinária da Universidade Federal do Goiás - UFG, onde foram submetidas à análise de Contagem Bacteriana Total, por meio equipamento Bactoscan FC (Foss bEletric A/S. Hillerod, Denmark) com capacidade de análise de 50 amostras/hora e cujo princípio analítico baseia-se na citometria de fluxo (BROUNTIN, 2004BROUNTIN, P. Contagem individual de bactérias no leite no manejo da qualidade. In: DÜRR, J.W.; CARVALHO, M.P.; SANTOS, M.V. (Ed.). O compromisso da qualidade do leite no Brasil. Passo Fundo: UPF, 2004. cap. 26.).

Para a análise dos dados foram obtidas distribuições absolutas, percentuais e as medidas estatísticas: média, mediana, desvio padrão, coeficiente de variação, valor mínimo e valor máximo e utilizados os teste: Wilcoxon de Postos Sinalizados, teste t-Student pareado e o teste t-Student para amostras independentes com variâncias iguais ou desiguais (Técnicas de estatística indiferencial) (ALTMAN; HALL 1991ALTMAN, D.G.; HALL, C. Practical statistics for medical research. London: Chapman and Hall, 1991. 611p., ZAR, 1999ZAR, E.H. Biostatistical Analysis. New Jersey, Prentice Hall,. 1999.).

RESULTADOS E DISCUSSÃO

A CCS no período A variou de 168.000 células/mL a 6.211.000 células/mL, com média de 2.236.700 células/mL e no período B variou de 767.000 células/ mL a 10.198.000 células/mL com média de 2.629.950 células/mL, sendo que 65% das amostras no período A e 85% das amostras no período B estavam acima dos padrões preconizados pela Instrução Normativa nº51/ MAPA (BRASIL, 2002BRASIL, Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Instrução Normativa Nº 51 de 18 de setembro de 2002. Regulamento Técnico de Produção, Identidade e Qualidade do Leite Tipo A, do Leite Tipo B, do Leite Tipo C, do Leite pasteurizado e do leite Cru Refrigerado e o Regulamento Técnico da Coleta de Leite cru Refrigerado e seu Transporte a Granel. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 18 de set. de 2002. Secção 3. Disponível em: <http://www.agricultura.gov.br/das/ dipoa/in51.htm>. Acesso em: 25 set. 2002.
http://www.agricultura.gov.br/das/ dipoa...
) para a região Nordeste, que estabelece um limite máximo de 1.000.000 células/mL a partir de junho de 2007.

Com relação à sazonalidade, as médias e as medianas de CCS foram correspondentes mais elevadas no período B do que no período A e a variabilidade expressa através do coeficiente de variação se mostrou bastante elevada desde que a referida medida foi no mínimo 78,01%. O aumento da CCS período B, observado nos municípios estudados pode ser justificado por ser um período que apresenta temperaturas elevadas, alta umidade do ar e chuvas periódicas, resultando em maior exposição das extremidades dos tetos aos micro-organismos, favorecendo o aparecimento de novas infecções (Tabela 2).

Tabela 1
Distribuição das propriedades leiteiras nos municípios de Miranda do Norte, Itapecurú-Mirim e Santa Rita, MA, analisadas segundo as variáveis relacionadas ao manejo da ordenha.
Tabela 2
Percentual de gordura, proteína, lactose, EST e ESD segundo a estação do ano (verão e inverno), nas propriedades leiteiras de Miranda do Norte, Itapecurú-Mirim e Santa Rita, MA

Pode-se observar que a CCS na estação verão apresentou até 1.000.000 células/mL em sete (35,0%) propriedades e acima de 1.000.000 células/mL em 13 (65,0%) propriedades, enquanto que na estação inverno apenas três (15,0%) propriedades apresentaram CCS até 1.000.000 células/mL e 17 (85%) propriedades tinham valores acima de 1.000.000 células/mL.

Resultados semelhantes foram observados por ARAÚJO et al. (2006)ARAÚJO, V.M.; SILVA, P.D.L.; CORREIA, R.T.P. Variação dos níveis de células somáticas no leite de rebanho bovino potiguar em diferentes períodos do ano. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE QUALIDADE DO LEITE, 2., 2006, Goiânia, GO. Resumos. Goiânia: 2006. que citaram que a média da CCS no período B foi estatisticamente superior (p < 0,05) àquela observada no período A e enfatizam que no período chuvoso há formação de áreas alagadas e presença de lamas no habitat das vacas, favorecendo as infecções por micro-organismos ambientais. Segundo VIANA (2000)VIANA, L.C. Duração das infecções naturais por estafilococos coagulase negativo e contagem de células somáticas em vacas primíparas. 2000. 89f. Dissertação (Mestrado em Sanidade Animal), Universidade Estadual de Londrina, Londrina, 2000., BARBOSA et al. (2007)BARBOSA, S.B.P.; MONARDES, H.G.; CUE, R.I.; RIBAS, N.P.; BATISTA, A.M.V. Avaliação da contagem de células somáticas na primeira lactação de vacas holandesas no dia do controle mensal. Revista Brasileira de Zootecnia, v.36, n.1, p.223-228, 2007., além da presença de infecções intramamárias e fatores intrínsecos como raça, idade da vaca e estágio de lactação, outros fatores extrínsecos podem interferir na CCS, como época do ano e estresse climático.

As altas CCS e CBT observadas no presente estudo podem ser explicadas por falhas no manejo, principalmente no que se refere aos cuidados higiênicosanitários na ordenha, pois, das 20 propriedades estudadas, apenas 12 (60%) tinham como rotina a prática de realizar o pré e/ou pós-dipping, mas a maioria não utilizava desinfetantes adequados; algumas usavam na concentração errada e outras utilizavam somente a água para limpeza do úbere e dos tetos. Dessas 12 propriedades, somente 3 (15%) realizavam o pós-dipping pelo fato de ter bezerros ao pé e acharem que eles podem ingerir o produto. Com relação à utilização de pano para secagem dos tetos das vacas, 12 (60%) propriedades fazem uso na rotina de ordenha, sendo um risco em potencial por poder veicular micro-organismos patogênicos causadores de mastite e, consequentemente, o aumento da CCS. Somente 12 (60%) propriedades realizavam limpeza e desinfecção das instalações e o restante das propriedades fazia apenas a retirada dos dejetos nas instalações. Constatou-se, no presente trabalho, que somente 5 (25%) propriedades utilizavam caneca telada e CMT para diagnóstico de mastite antes da ordenha e apenas dois (10%) proprietários afirmaram conhecer o significado de CCS, mas não souberam responder corretamente (Tabela 1).

Na Tabela 2, verifica-se que, com exceção do percentual de gordura que apresentou médias iguais entre os dois períodos, as demais médias foram correspondentemente mais elevadas período B do que período A, entretanto diferença significativa ao nível de 5,0% entre os dois períodos só foi verificada para EST (p < 0,05).

Observou-se que as médias de gordura, proteína, lactose, EST e ESD, tanto no período A quanto no período B, estavam de acordo com os valores preconizados pela IN N°51/MAPA. Resultados semelhantes foram observados por BARCELOS et al. (2006)BARCELOS, S.S.; OLIVEIRA, L.R.S.; ALVES, K.S.; VERAS, R.M.L.; GOMES, D.I.; ROCHA, P. M. Caracterização físico-química do leite fluido exposto ao consumo no município de Parauapebas – PA. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE QUALIDADE DO LEITE, 2., 2006, Goiânia, GO. Resumos. Goiânia: 2006. em amostras de leite cru clandestino em Paruapebas, PA; SILVA et al. (2007)SILVA, J.C.; BENEDETTI, E.; TETZER, T.A. Contagem de células somáticas em amostras de leite cru na região de Catalão, GO. Higiene Alimentar, v.21, n.149, p78-81, 2007 em propriedades leiteiras de Catalão, GO e FERREIRA et al. (2006)FERREIRA, L.M.; SOUZA, V.; PINTO, F.R.; NADER, A.F.; MELO, P.C. Avaliação da qualidade físico-química de leite pasteurizado tipo C integral comercializado na cidade de Jaboticabal – SP. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE QUALIDADE DO LEITE, 2., 2006, Goiânia, GO. Resumos. Goiânia: 2006. em amostras de leite pasteurizado em Jaboticabal, SP. Contudo, diferem de VIDAL-MARTINS et al. (2005)VIDAL-MARTINS, A.M.C.; ROSSI JÚNIOR, O.D.; REZENDE-LAGO, N.C.M. Características físicoquímicas do leite UAT (ultra alta temperatura) ao longo do seu processamento. Higiene Alimentar, v.19, n.3, p.44-48, 2005., os quais observaram valores de EST e ESD fora dos padrões exigidos pela IN Nº 51/MAPA em amostras de leite UAT de São Paulo.

Na Tabela 3, observa-se que no verão as médias foram mais elevadas entre as propriedades que produziam até 250 L de leite para as variáveis: gordura, CCS e CBT e o contrário ocorreu com as outras variáveis (proteína, lactose, EST e ESD) que apresentaram as médias mais elevadas entre as propriedades que produziam mais de 250 L de leite, entretanto, a única diferença significativa para esses grupos ocorreu para a CCS (p < 0,05).

Tabela 3
Percentual de gordura, proteína, lactose, EST e ESD, CCS e CBT, segundo o volume de leite na estação do verão nas propriedades leiteiras de Miranda do Norte, Itapecurú-Mirim e Santa Rita, MA.

Na Tabela 4, observa-se que no período B as médias de gordura, lactose, EST, ESD e CCS foram mais elevadas entre as fazendas que produziam até 250 L de leite, entretanto, a única diferença significativa entre os dois subgrupos do volume de leite ocorreu para CCS (p < 0,05).

Tabela 4
Percentual de gordura, proteína, lactose, EST, ESD, CCS e CBT, segundo o volume de leite na estação do inverno nas propriedades leiteiras de Miranda do Norte, Itapecurú-Mirim e Santa Rita, MA.

Na Tabela 5, destaca-se que as médias para gordura foram mais elevadas entre as amostras que tinham mais de 1.000.000 células/mL, tanto no período B quanto no período A; a média para lactose foi mais elevada entre as propriedades que tinham até 1.000.000 células/mL no período A, enquanto que no período B a média foi mais elevada entre as propriedades que tinham mais de 1.000.000 células/mL; as médias das variáveis: proteína, EST e ESD foram correspondentemente mais elevados entre as propriedades com até 1.000.000 células/mL no período A e B, entretanto, não se comprovou diferença significativa entre as propriedades com até 1.000.000 células/mL do que entre as propriedades que tinham mais de 1.000.000/mL células para nenhuma das variáveis analisadas no período A e B.

Tabela 5
Gordura, lactose, proteína, EST e ESD segundo a CCS por estação do ano (verão e inverno) nas propriedades leiteiras de Miranda do Norte, Itapecurú-Mirim e Santa Rita, MA.

Com relação à gordura, resultados semelhantes foram observados por LIMA et al. (2006)LIMA, M.C.G.; SENA, M.J.; MOTA, R.A.; MENDES, E.S.; ALMEIDA, C.C.; SILVA, R.P.P.E. Contagem de células somáticas e análises físico-químicas e microbiológicas do leite cru tipo C produzido na região agreste do estado de Pernambuco. Arquivos do Instituto Biológico, São Paulo, v.73, n.1, p.89-95, 2006. que verificaram aumento do teor de gordura à medida que a CCS aumentava. Os mesmos autores observaram um aumento de EST, ESD e proteína, com o aumento de CCS, mas uma diminuição quando a CCS estava acima de 1.000.000 células/mL e aumento da lactose com o aumento da CCS. Ao contrário de BUENO et al.(2005)BUENO, V.F.F.; MESQUITA, A.L.; NICOLAU, E.S.; OLIVEIRA, A.N.; OLIVEIRA, J.P.; NEVES, R.B.S.; MANSUR, J.R.G.; THOMAZ, L.W. Contagem celular somática: relação com a composição centesimal do leite e período do ano no Estado de Goiás. Ciência Rural, v.35, n.4, p.48-56, 2005., que verificaram uma redução significativa nos teores de proteína, lactose e EST com o aumento da CCS e com relação à gordura, constatou-se que praticamente não houve variação entre os intervalos, com diferença significativa apenas entre os intervalos (CCS menor ou igual a 200.000 células/mL e entre 201.000 e 400.000 células/mL).

CONCLUSÃO

A maioria das amostras de leite analisadas apresenta-se fora dos padrões exigidos pela Instrução Normativa Nº51 do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento no que se refere à CCS e CBT e dentro dos padrões com relação à composição. Dessa forma, faz-se necessária a introdução de um programa de Educação e Saúde junto aos produtores de leite das regiões estudadas, visando a melhoria da qualidade do leite produzido.

REFERÊNCIAS

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  • ZAR, E.H. Biostatistical Analysis New Jersey, Prentice Hall,. 1999.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    16 Nov 2020
  • Data do Fascículo
    Apr-Jun 2010

Histórico

  • Recebido
    07 Out 2008
  • Aceito
    20 Maio 2010
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