RESUMO
A presente pesquisa foi conduzida utilizando-se 288 galinhas poedeiras da linhagem Hisex White com 32 semanas de idade, pelo período de 10 semanas, com o objetivo de estudar o enriquecimento da gema do ovo em ácidos graxos a partir de rações suplementadas com óleo de peixe (OP) ou alga marinha (AM) em cinco níveis de ácido docosahexaenóico (DHA) de 120, 180, 240, 300 e 360 mg/100 g dieta. Foi aplicado o modelo fatorial 2 x 5, em delineamento inteiramente casualizado, com três repetições de oito aves por tratamento, de modo a constituir os grupos: OP120, OP180, OP240, OP300, OP360, AM120, AM180, AM240, AM300 e AM360. Um grupo controle submetido à ração basal de milho e soja (CON) e outro, acrescido de AM, contendo 420 mg de DHA/ 100 g dieta (AM420) foram também utilizados. Os ácidos araquidônico (AA), linoléico e PUFAs n-6 mostraram decréscimos significativos (P < 0,05) com o aumento de OP na dieta, variando, respectivamente, de 98,71 mg, 987,70 mg e 1.108,92 mg/gema na dieta CON a 38,87 mg, 734,22 mg e 802,79 mg/gema, para o grupo OP360. Para a fonte OP, as médias de AA também mostraram linearidade (Y = -0,16X + 89,40, R2 = 0,86), decrescendo de 98,71 mg/gema (CON) para 38,87 mg/ gema (OP360) e 77,79 mg/gema (AM420), enquanto que o total de PUFAs n-6 oscilou de 1.108,92 mg/gema (CON) a 802,79 mg/gema (OP360) e 1.178,19 mg/gema (AM120). O percentual de incorporação de AA na gema dos ovos decresceu linearmente com o aumento dos níveis de DHA na ração suplementada com OP e AM, de 4,81% (CON) para 2,57% (OP360) e 3,51% (AM420). As médias de 1.572,11 mg/gema (OP) e 2.118,16 mg/gema (AM) de consumo do total de PUFAs n6 e de 3,12% (OP) e 4,30% (AM) de incorporação de AA na gema diferiram (P < 0,05) entre fontes. Um decréscimo significativo (P < 0,05) foi consignado na relação n-6/n-3, variando de 17,50 (CON) para 3,72 (OP360) e 6,36 (AM420).
PALAVRAS-CHAVE
Araquidônico; ovos de galinha; ácidos graxos; óleo de peixe; alga marinha
ABSTRACT
This experiment was conducted using 288 Hisex White laying hens, 32 weeks old, for a period of 10 weeks, with the objective of studying the fatty-acid enrichment of the egg yolk of hens fed diets supplemented with fish oil (OP) or marine algae (AM) to provide five levels of docosahexaenoic acid (DHA) of 120, 180, 240, 300 and 360 mg/100 g diet for each source. A 2x5 completely randomized factorial design with three replicates of eight birds per treatment was applied in order to have the following groups: OP120, OP180, OP240, OP300, OP360, AM120, AM180, AM240, AM300 and AM360. A control group submitted to a corn/soy basal diet (CON) and another one supplemented with marine algae at the level of 420 mg of DHA/100 g diet (AM420) were also used. The arachidonic acid (AA), linoleic (AL) and n-6 PUFAs showed significant decreases (P < 0.05) with the increase of fish oil in the diet, ranging, respectively, from 98.71 mg, 987.70 mg and 1108.92 mg/yolk in the CON diet to 38.87 mg, 734.22 and 802.79 mg/yolk, for the group OP360. For the fish-oil source, the average amount of arachidonic acid also showed linearity (X + Y = –0.16 89.40, R2 = 0.86), decreasing from 98.71 mg/yolk (CON) to 38.87 mg/yolk (OP360) and 77.79 mg/yolk (AM420), while the total of n-6 PUFAs ranged from 1108.92 mg/yolk (CON) to 802.79 mg/yolk (OP360) and 1178.19 mg/yolk (AM120). The percentage of incorporation of arachidonic acid in the yolk of eggs decreased linearly with increasing levels of DHA in feed supplemented with fish oil and marine algae, from 4.81% (CON) to 2.57% (OP360) and 3.51% (AM420). The averages of 1572.11 mg/yolk (fish oil) and 2118.16 mg/yolk (marine algae) of the total consumption of n-6 PUFAs, and 3.12% (fish oil) and 4.30% (marine algae) of the incorporation of AA into yolk differed (P < 0.05) between sources. A significant decrease (P < 0.05) was noted in the n-6/n-3 ratio, varying from 17.50 (CON) to 3.72 (OP360) and 6.36 (AM420).
KEY WORDS
Arachidonic acid; fatty acids; hens’ eggs; fish oil; marine algae
INTRODUÇÃO
Somente o ácido linoléico (AL, C 18:2 n-6) é considerado essencial por não ser sintetizado pelo organismo animal (BALNAVE, 1970). Entretanto, do ponto de vista da necessidade dos ácidos graxos para funções fisiológicas normais do organismo, são essenciais os ácidos AL, linolênico (ALA, C18:3 n-3) e araquidônico (AA, C 20:4 n-6). Em galinhas poedeiras a deficiência do AL reduz o tamanho do ovo. Do AL pode originar a série ômega-6, sendo que via dessaturação e elongação pela enzima delta-6-dessaturase pode ser convertido a ácido g-linolênico (C 18:3n-6), ácido eicosatrienóico ou dihomo-g-linolênico (C 20:3 n6) e AA. O AL entra na composição orgânica de ácidos graxos em fosfolipídeos e ésteres de colesterol. A função biológica mais importante, entretanto, é como precursor de prostaglandinas (PG1), tromboxanos, leucotrienos e lipoxinas os quais contem ácidos graxos insaturados de 20 carbonos com um anel ciclopentano no centro da molécula. A prostaglandina PGE2 derivada do AA resulta na contração uterina e expulsão do ovo, ao mesmo tempo em que relaxa a musculatura da vagina. O AA participa como constituinte de membranas biológicas e organelas celulares, exercendo importantes funções bioquímicas em nível molecular como sinalizadores célula acélula, é precursor de substâncias com propriedades de reguladores hormonais exercendo função autocrina e paracrina (PHETTEPLACE; WATKINS, 1989; SIM, 1998; SIMOPOULOS, 2003; 2009). O AA é reconhecido por originar substâncias que estimulam as reações inflamatórias, as prostaglandinas, tromboxanos e leucotrienos das séries 2 e 4, todas relacionadas ao aumento das doenças cardiovasculares (DCV), incluindo ateroesclerose e cardiopatias ligadas ao infarto do miocárdio (DYERBERG et al., 1975; BANG et al., 1976; DE LORGERIL; SALEN (2003); DEWAILLY et al., 2001; NETTLETON, 1995).
Em função do aumento da quantia de ácidos graxos n-6 na dieta ocidental, precursores de eicosanóides a partir do AA são formados em grandes quantias.
Na galinha poedeira de um ovo por dia, 19 gramas de precursores da gema são sintetizados pelo fígado, transportados para o desenvolvimento do folículo, via corrente sanguínea, e depositados na gema pelo mecanismo celular específico de receptor mediador na membrana do oócito. Os sólidos da gema, ao redor de 65%, estão empacotados em uma partícula complexa conhecida como lipoproteína de baixa densidade (VLDL, 1,006 g/dL), a qual contém 12% de proteína e 88% de lipídeos. A fração lipídica da partícula contém 70 a 75% de triacilgliceróis, 20 a 25% de fosfolipídio e 4% de colesterol (FREEMAN, 1984; ETCHES, 1996).
Do ponto de vista nutricional, o ovo é considerado um alvo ideal para modificação da dieta humana e animal conduzindo ao desenvolvimento de um alimento com propriedades funcionais ou nutracêuticas. SURAI; SPARKS (2001) e ZEIDLER (1998) consideraram que os benefícios da melhora da qualidade dos ovos com aumento da concentração de ácidos graxos poliinsaturados, vitamina E, carotenóides e selênio refletem os resultados das pesquisas visando enriquecer ovos. A gema possui alto teor de gorduras passíveis de alteração da composição química de seus ácidos graxos (YU; SIM, 1987; GRIFFIN, 1992; SIM, 2000). Nesta pesquisa, objetivou-se estudar a influência da suplementação à ração de teores crescentes de óleo de peixe e de alga marinha, sobre o perfil de ácidos graxos poliinsaturados da série ômega-6 (PUFAs n-6) na gema do ovo de galinhas poedeiras submetidas à dieta basal de milho e soja.
MATERIAL E MÉTODOS
A pesquisa foi conduzida de outubro a dezembro de 2003 no biotério experimental de aves do Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo. No presente estudo foi utilizado o delineamento inteiramente casualizado, empregando-se 288 galinhas poedeiras da linhagem comercial Hisex White com 32 semanas idade, distribuídas em 12 tratamentos, com três repetições de oito aves, alojadas em gaiolas de 0,45m x 0,25 m x 0,45 m, sendo duas aves por gaiola. A ração foi fornecida a vontade em comedouro tipo calha e a água em bebedouro tipo nipple. As aves receberam 16 horas diárias de luz.
Rações experimentais
As rações experimentais fornecidas às galinhas poedeiras, isocalóricas e isoproteicas, foram formuladas de acordo com os requerimentos estabelecidos pelo NRC (1994). O grupo controle foi composto de dieta basal de milho e soja, enquanto que nos demais tratamentos as rações foram suplementadas com óleo de salmão (OP) ou alga (AM). Os tratamentos de dois a seis tiveram adição de níveis crescentes de ácido docosahexaenóico (DHA) de óleo de salmão (Salmo salar) nas concentrações de 120 mg (0,80% OP); 180 mg (1,20% OP); 240 mg (1,60% OP); 300 mg (2,00% OP) e 360 mg DHA/ 100 g ração (2,40% OP), enquanto que os de sete a doze continham percentuais crescentes de alga marinha (Schizochytrium sp.) de 120 mg (0,50% AM); 180 mg (0,75%); 240 mg (1,00% AM); 300 mg (1,25% AM); 360 mg (1,50% AM) e 420 mg DHA/100g de ração (1,75% AM). Ao OP (salmão) e AM foram adicionados 200 ppm do antioxidante Butil Hidroxi Tolueno (BHT). O extrato etéreo da alga marinha foi 56,2% (Tabela 1).
Análise dos ácidos graxos da gema do ovo
Na oitava semana experimental, foram colhidos quatro ovos por repetição. As gemas foram separadas e pesadas individualmente. A seguir, foram homogeneizadas a fim de se obter uma amostra por repetição, formada por pool de quatro gemas, constituindo-se três amostras por tratamento. As análises foram realizadas a partir de um grama de gema fresca e crua de cada amostra segundo a metodologia descrita por FOLCH et al. (1957) e BLIGH; DYER (1959), modificada por NIELSEN (1998), enquanto que a saponificação do extrato lipídico e a extração dos ésteres de ácidos graxos das amostras foram realizadas segundo a técnica descrita por HARTMAN; LAGO (1973). A seguir, a amostra foi solubilizada com hexano e procedeu-se a injeção de 1 (um) μL da solução para determinação do perfil de metil-ésteres de ácidos graxos pela técnica de cromatografia gasosa.
Os lipídes totais de uma amostra por repetição foram determinados por gravimetria segundo a técnica de FOLCH et al. (1957) e BLIG H; DYER (1959) sequencialmente a determinação dos ácidos graxos.
Para a avaliação do perfil de ácidos graxos da AM, dos óleos de peixe e milho, das rações e das gemas (Tabela 1) utilizou-se a técnica de cromatografia gasosa com o uso de cromatógrafo da marca Varian modelo CP 3800 equipado com detector de ionização de chama e acoplado ao sistema “Workstation Star Chromatography”. Empregou-se coluna capilar de sílica fundida CP-WAX 52CB (Chrompack) com 30 m de comprimento, 0,25 mm de diâmetro e 0,25 µm de polietilenoglicol. As condições de operação foram: injeção “split”, razão 50:1, temperatura da coluna: 150º C durante 15 minutos, programada até 210º C em uma razão de 3º C por minuto; gás de arraste: nitrogênio com uma vazão de 1,5 mL por minuto; gás “make-up”: Nitrogênio 30 mL por minuto; temperatura do injetor: 250º C; temperatura do detector: 280º C. Foram utilizados padrões externos contendo o perfil de metil-ésteres de ácidos graxos 189-19 da Supelco®. Foi utilizado o padrão interno de etil-éster de ácido docosahexaenóico da Sigma® cis 4.7.10.13.16.19 a 99% (D-2661, 10 mg).
Análise estatística
Na avaliação estatística dos resultados foi utilizado o delineamento em arranjo fatorial com três repetições por tratamento aplicando-se os procedimentos descritos por SNEDECOR; COCHRAN (1967), a dois critérios de classificação [fontes de ácidos graxos poliinsaturados: óleo de peixe (OP) e alga marinha (AM)] e níveis de ácido docosahexaenóico (DHA) nas dietas contendo óleo de peixe e alga marinha: 120; 180; 240; 300 e 360 mg/100 g. Com o objetivo de comparar os tratamentos previamente mencionados com um grupo controle de aves alimentadas com ração basal de milho e soja e outro constituído de galinhas submetidas à dieta contendo AM em teor de 420 mg de DHA/ 100 g de ração, foi elaborada a análise de variância envolvendo um total de doze tratamentos. O teste de Tukey foi aplicado para analisar a diferença entre médias. A análise estatística foi realizada mediante o uso do software “Statistical Analysis System” (SAS, 1994) adotando o nível de 5% de significância.
RESULTADOS
A adição de teores crescentes das fontes suplementares de OP e AM em níveis crescentes, ricas em PUFAs n-3 à dieta determinaram mudanças significativas na composição dos lipídeos da gema do ovo das galinhas poedeiras. O decréscimo na relação do total de PUFAs n-6/ PUFAs n-3 de 355,70 (CON) para 2,62 (OP360) e 4,08 (AM420) em função do acréscimo de OP e AM as dietas foram os responsáveis por estes efeitos (Tabelas 1 e 2).
Foram evidentes os efeitos das fontes suplementares de OP e AM adicionadas às rações das poedeiras (Tabelas 1 e 2) sobre todos parâmetros analisados incluindo as médias dos totais de ácidos graxos saturados (% SAT), monoinsaturados (% MUFAs), poliinsaturados (% PUFAs), % PUFAs n-6, relação n-6/n-3, poliinsaturado: saturado (P/S), nos tratamentos, fontes e níveis de OP e AM estudados de acordo peso das gemas, lipídios totais (%) e gordura da gema (Tabelas 3 a 6).
Composição em ácidos graxos (% do total de ácidos graxos) da gema, segundo os tratamentos estudados.
Composição em ácidos graxos da gema (% do total de ácidos graxos), segundo as fontes e níveis estudados.
Teores médios (mg/ gema) dos PUF As n-6 AL (C18:3 n-6), GLA (C18:3 n-6), AA (C20:4 n-6) e total de PUF As n-6 (mg/ g gema e mg/ gema), consumo de PUF As n-6 e porcentual de incorporação de AL e AA, peso da gema, lipldeos totais e gordura da gema de acordo com tratamentos estudados.
Teores médios (mg/gema) dos PUFAs n-6 AL (C18:3 n-6), GLA (C18:3 n-6), AA (C20:4 n-6) e total de PUFAs n-6 (mg/ g gema e mg/gema), consumo de PUFAs n-6 e porcentual de incorporação de AL e AA, peso da gema, lipídeos totais e gordura da gema de acordo com as fontes e níveis estudados.
Os maiores porcentuais (%) ácidos graxos na ração (CON) em ordem decrescente foram: 49,22 (linoléico) > 29,71 (oléico) >13,21 (palmítico) > 2,09 (esteárico) e inversamente na gordura da gema foram: 39,90 (oléico) > 25,03 (palmítico) > 17,60 (linoléico) > 7,89 (esteárico) > 2,61 (palmitoléico). Da mesma maneira, os maiores porcentuais dos totais de ácidos graxos no extrato etéreo das rações (CON) em ordem decrescente foram: 51,02 (PUFAs) > 50,88 (PUFAs n6) > 30,32 (MUFAs) > 15,99 (SAT) > 0,14 (PUFAs n-3) e em contraste na gordura da gema foram: 42,78 (MUFAs) > 33,21 (SAT) > 20,88 (PUFAs) > 19,77 (PUFAs n-6) > 1,11 (PUFAs n-3). Ainda, com adição de OP e AM às dietas observou-se concomitante ao decréscimo linear de PUFAs n-6, o acréscimo de PUFAs n-3 no extrato etéreo das rações e na gema dos ovos, respectivamente (Tabelas 2 e 3).
Os teores totais de SAT não foram influenciados pelos tratamentos. Entretanto, diferença significativa para as médias de 34,79% (OP) e 33,49% (AM) foram assinaladas entre fontes.
Entre os MUFAs, o oléico, com média variando ao redor de 40%, apresentou-se como o maior ácido graxo da gema nos tratamentos. Para fontes, médias significativamente diferentes de 45,29% (OP) e 42,28% (AM) confirmaram os MUFAs como os ácidos graxos em maior porcentual na gema do ovo.
Ácidos graxos poliinsaturados ômega-6 (PUFAs n-6) na gema do ovo
Os PUFAs n-6, apesar de majoritários, com 50,88% (CON) no extrato etéreo da ração, não mantiveram a preponderância na gordura da gema do ovo. Foram responsáveis por este decréscimo a soma dos três principais ácidos graxos, linoléico (AL, C 18:2 n-6), γ-linolênico (GL, C18:3 n-6) e araquidônico (AA, C20:4 n-6), presentes na composição do total de ácidos graxos ômega-6 que compõe parte dos lipídeos da gema. As médias do grupo CON de 17,60% (AL), 0,41% (GL) e 1,76% (AA) decresceram significativamente nos tratamentos com adição de fonte suplementar de PUFAs n-3. Tais decréscimos foram observados principalmente nas médias do AL de 17,60% (CON) para 12,99% (OP360) e 18,42% (AM420).
Entre fontes, a análise dos três principais ácidos graxos, AL, GL e AA e total de PUFAs n-6 que compõem os principais ácidos graxos ômega-6 da gema mostraram médias de 14,76% (OP) e 18,56% (AM) para AL, 0,45% (OP) e 0,35% (AM) para GL, 0,89% (OP) e 1,61% (AM) para AA e 16,11% (OP) e 20,53% (AM) para o total de PUFAs n-6, evidenciando que a fonte de OP foi significativamente (P<0,05) mais eficiente em reduzir os PUFAs n-6 na gema do ovo (Tabela 4).
O contraste de médias de 16,11% (OP) e 20,53% (AM), entre as fontes, mostrou que a fonte OP foi mais efetiva (P < 0,05) na redução dos PUFAs n-6 na gema. As médias de 54,46 mg/g (OP) e 68,21 mg de PUFAs n-6/g gema (AM)evidenciaramefeitosignificativodafonteOPsobre a redução do total de PUFAs n-6 na gema.
Entre tratamentos, foram observados decréscimos das médias de do AA de 1,76% (CON) para 0,69% (OP360) e1,41%(AM420).Consequentemente, médias decrescentes dos ácidos graxos acima citados determinou decréscimos das médias dos totais de PUFAs n-6 de 19,77% (CON)para14,21%(OP360)e20,19%(AM420) (Tabela 3).
Contrastando aos acréscimos de PUFAs n-3 na dieta, notáveis decréscimos lineares das médias de AA para fontes foram observados na composição dos lipídeos da gema. Entretanto, a fonte OP foi a que determinou maiores reduções (P < 0,05) da média de 0,89% de AA (OP) versus 1,61% de AA para a fonte AM. Comportamento semelhante observado para as médias de 49,03 mg/gema (OP) e 89,88 mg AA/gema (AM) mostraram maior efetividade da fonte OP no decréscimo do AA na gema do ovo (Tabela 4).
Os porcentuais de consumo do total de PUFAs n-6 (mg/ave/dia) foram influenciados significativamente pelo incremento da fonte de OP na dieta das poedeiras, quando médias de 2.058,80 mg (CON) decresceram para 1.550,60 mg/ave/dia de consumo. Entre tratamentos e fontes, as médias dos porcentuais de incorporação de AL (%) que oscilaram nos tratamentos de 48,01% (CON) a 53,90% (OP), maior média, evidenciando ausência de efeito (P > 0,05) do consumo de PUFAs n-6 nas rações sobre o % de incorporação na gema (Tabela 5).
Entretanto, explicitamente, fato oposto foi assinalado com as médias dos tratamentos para o porcentual de incorporação de AA (%) na gema que decresceram de 4,80% (CON) para 2,57% (OP360) e 3,51% (AM). A mesma tendência foi observada para fonte com média de 3,12% (OP) versus maior média de 4,30% de incorporação da fonte AM caracterizando a fonte OP como determinante de efeito mais intenso sobre a redução do AA, o principal derivado PUFA n-6, em face de competição com PUFAs n-3 pela enzima delta-6-dessaturase (Tabela 5).
DISCUSSÃO
A resposta fisiologica da galinha poedeira à dieta carente no PUFA n-6 AL tem sido a diminuição do tamanho do ovo segundo BALNAVE (1970) e WHITEHEAD (1981) e, na carência de PUFAs n-3 com AL normal a resposta ao metabolismo hepático das gorduras tem sido níveis elevados do teor de AA nos tecidos e carência dos PUFAs n-3, α-linolênico (ALA), EPA, DPA e DHA, no ovo (CHERIAN; SIM, 1993). O nível ideal para a relação entre PUFAs n-6 e PUFAs n-3 na dieta das espécies animais e humanos, tal a importância do papel que desempenham e relevância que representam na área de domínio da nutrição animal e humana aplicadas, ainda neste novo milênio tem sido intensamente perseguido por varias correntes de pesquisadores em todos as partes do mundo e motivo de intensos esforços de busca em inúmeras pesquisas (SIMOPOULOS, 2009). Entretanto, permanece o desafio, e nesta pesquisa as contribuições dos resultados vieram no sentido de somar as confirmações importantes sobre os requerimentos e reais necessidades destes ácidos graxos na alimentação.
Análises dos constituintes lipídico gordura da gema dos ovos por efeito dos teores aumentados de PUFAs n-3 nas dietas das galinhas poedeiras permitiram constatar intensa modificação do perfil de dos ácidos graxos na composição final da gema. Foram constatados efeitos acentuados dos ingredientes lipídicos de enriquecimento adicionados às rações sobre as alterações ocorridas na composição final em ácidos graxos da gema por influência dos tratamentos, fontes e níveis de PUFAs n-3 nas dietas, o que está de acordo com HARGIS et al. (1991), CHERIAN; SIM (1993), CHERIAN et al. (1996), BRIZ (1997), VAN ELSWYK (1993, 1997), BARCLAY et al. (1998), ABRIL et al. (2000) e GALOBART et al. (2002).
Estas afirmações podem ser confirmadas quando, nesta pesquisa, independentemente dos teores dos PUFAs n-6 nas rações, a presença de suplementos ricos em PUFAs n-3 das fontes de OP e AM à dieta das galinhas poedeiras determinou, maiores níveis dos PUFAs n-3, EPA, DPA ou DHA em detrimento da incorporação dos PUFAs n-6, principalmente do AA. A altísssima relação n-6/n-3 apresentada pela ração controle igual a 355,70 decresceu linearmente para 2,62 com 2,40% de OP e 4,08 com 1,75% de AM. Proporcionalmente, decréscimos lineares da relação n-6/n-3 de 17,50 (CON) para 3,72 (OP360) e 6,36 (AM420). A modificação da composição da gordura da gema em relação aos PUFAs n-6 foi constatada principalmente nos decréscimos da síntese e transporte de AA e inversamente, maior enriquecimento das gemas com os PUFAs ômega-3, EPA, DPA e principalmente DHA (Tabelas 1, 2 e 3). Segundo CHERIAN; SIM (1991) e JIANG et al. (1991), o AL incorpora-se nos triacilgliceróis e na fração fosfatidilcolina dos fosfolipídeos teciduais.
Frente às complexas interações que apresentaram estes nutrientes, deve-se ressaltar ainda que os resultados desta pesquisa estão de acordo com WASHBURN (1979), BARCLAY et al. (1994), ZELLER et al. (2001) quando reportaram valores médios de 53,30 mg de AA/gema com uso de fonte de alga marinha rica em ômega-3 na dieta de poedeiras. Verificaram que igualmente a outras fontes de PUFAs n-3 e n-6, que na dieta com n-6 e n-3 na ração, apresentaram 9,20% e 10,87% do total de PUFAs n-3 e n-6 incorporados nos fosfolipídios, e 2,12% e 12,13%, do total de PUFAs n-3 e n-6 incorporados nos triacilgliceróis, respectivamente. Estas particularidades explicariam a maior incorporação de PUFAs n-6 no total de ácidos graxos da gema presenciada no presente experimento, e em outras pesquisas cuja composição de PUFAs n-6 e n-3 assemelham-se a estes resultados, fatos relatados por JIANG et al. (1991), LESKANICH; NOBLE (1997) e SIM (2000).
Observando a preponderância no CON com média de 50,88% de PUFAs n-6 seguida por 30,32% de MUFAs e 15,99% de SAT, esta tendência não foi seguida na gordura da gema que apresentou teor ao redor de 33% de SAT, 40% de MUFLAs e de 20% de PUFAs n-6. A ave poedeira semelhante a filtro biológico apresenta intenso metabolismo hepático dos lipídeos que, após reorganização estrutural via ressíntese são, conjugados a lipoproteínas e transportados aos receptores específicos no tecido alvo ovariano que os incorpora aos oócitos da poedeira viabilizando notáveis transformações na composição da gordura da gema, também mencionadas por inúmeros pesquisadores e entre os quais podemos destacar DONALDSON (1966), FREEMAN (1984), HARGIS et al. (1991), CHERIAN; SIM (1993), BRIZ (1997) e MANTZIORIS et al. (2000).
O aumento do teor de PUFAs n-3 dos suplementos de OP e AM na ração dos tratamentos refletiram significativamente (P < 0,05) na composição lipídica da gema. Decréscimos dos totais de PUFAs n-6 na gema foram registrados concomitantemente a acréscimos significativos dos totais de PUFAs n-3 na gema em substituição a diferença negativa no total de PUFAs nos lipídeos da gema. Dados semelhantes foram apresentados por SELL et al. (1968), LESKANICH; NOBLE (1997) e PHETTEPLACE; WATKINS (1989, 1990). Ainda, de acordo com SIM (2000) o total de gordura da gema é compensado na substituição principalmente do AL, o terceiro maior ácido da gema e, AA pelos PUFAs n-3, EPA, DPA e DHA (Tabela 3). Neste particular, a fonte OP foi mais efetiva em promover tais modificações evidenciadas pelos resultados desta pesquisa (Tabela 4).
PUFAs n-6 na gema do ovo
Os totais de PUFAs n-6 representados pelos ácidos graxos AL, GLA e AA tiveram intensa modificação em relação aos teores presentes na gordura da ração e da gema. A mais notável transformação metabólica da gordura da ração foi observada no grupo CON no qual estava ausente o AA, entretanto, entre os tratamentos, nos lipídeos da gema foi detectada a maior média de 1,76% AA neste grupo (CON) (Tabela 3). Resultados semelhantes foram descritos por GRIFFIN (1992), GROBAS et al. (2001), GALOBART et al. (2002) e por HUANG et al. (1990) que, alimentando poedeiras com 3% de óleo de peixe por quatro semanas, observaram diferença significativa na redução da média de 1,96% de AA (CON) para 0,87% de AA na gema e, de MORI (2001) quando utilizou o teor de 2% de OP na dieta de poedeiras e observou decréscimo acentuado do AA na gema. Quando a galinha recebe alimentação rica em AL ou γ-linolênico, reflete na gema do ovo a preponderância de AA (HERMIER, 1997). Pelo mecanismo de dessaturação e elongação o AA pode ser convertido a γ-linolênico, a ácido dihomo-γ-linolênico e, em sequência, o AA (WATKINS, 1991).
As averiguações acima confirmaram o papel das enzimas delta-6-dessaturase na dessaturação e elongação da cadeia carbônica de 18 C do AL presente na dieta para acido dihomo-gama-linolênico (C18:3 n-6, GLA) que a seguir, pela ação da delta-5-dessaturase deve ser elongado para AA (C 20:4 n-6), do qual pode se originar uma série de compostos com funções teciduais distintas, as prostaglandinas, tromboxanos, lipoxinas e leucotrienos, os quais são conhecidos por estimular a reação inflamatória (NETTLETON, 1995). Os PUFAs n3 de cadeia longa presentes em óleos marinhos, são absorvidos e metabolizados de maneira semelhante aos PUFAS n-6 nos mamíferos (KROGDAHL, 1985). Segundo VON SCHACKY; DYERBERG (2001), a grande afinidade da acil transferase pela série n-3 comparada à série n-6, mostra ser favorável à incorporação do EPA e DHA. Por outro lado, os resultados deste experimento são concordantes com as afirmativas levantadas por WATKINS et al. (1997, 2001), de que o decréscimo da relação n-6/n-3 na ração, consequentemente levariam ao decréscimo desta relação na gema do ovo ou nos tecidos do animal.
Ainda, os autores acima observaram que a adição de suplemento rico em ômega-3 na dieta leva a competição dos substratos pela mesma enzima entre os precursores dos PUFAs n-3, α-linolênico (C18:3 n-3, ALA), EPA, DPA e DHA, o que limitou certamente, entre os tratamentos e fontes com suplemento de n-3, a formação de AA nesta pesquisa quando nos tratamentos e fontes houveram acréscimos significativos de PUFAs n-3 na dieta das poedeiras (Tabelas 3 e 4).
Este comportamento das poedeiras tem sido o suporte para as evidencias que possam nortear as exigências nutricionais desta categoria animal em PUFAs n-3. Médias crescentes de 1,11% (CON) para 3,85% (OP360) e 3,18% (AM420) do total de n-3 transferidas a gordura da gema revelaram que a partição de nutrientes na ave poedeira, privilegia o ovo em reservas essenciais ao desenvolvimento do futuro embrião, enriquecendo-o com teor adequado em nutrientes, o que tem sido amplamente defendido por FREEMAN (1984) e ETCHES (1996).
Nesta pesquisa, as melhores médias da relação n6/n3 de 5,79 foram obtidas com a fonte OP contra 8,80 na AM. Entre tratamentos, o decréscimo de 17,50 (CON) para 3,72 (OP360) e 6,36 (AM420) da relação n6/n-3 confirmaram a supremacia dos PUFAs n-3 em deslocar a incorporação celular favorável aos ômega-3 (Tabelas 3 e 4). Resultados semelhantes foram apresentados por YU; SIM (1987), WATKINS et al. (1997), WATKINS et al. (2001), SIMOPOULOS (1999, 2002 e 2003). Funções fisiológicas distintas as do AA, são exercidas pelos derivados ômega-3 ao originarem compostos, as prostaglandinas, leucotrienos e tromboxanos, que exercem função tecidual moduladoras da reação inflamatória inibindo ataque tecidual nas reações autoimunes e outros estados patológicas com autoagressão ou exacerbação do sistema do sistema imunocompetente presente em muitas formas doentias como cânceres, lúpus, psoríase, demência e psicoses. O balanço da relação PUFAs n-6/PUFAs n-3 passa a ter relevância face ao papel modulador sobre o sistema orgânico principalmente ao equilíbrio do sistema imunocompetente (HWANG, 1989).
Os decréscimos nas concentrações totais de médias de 987,70 mg (CON) para 734,22 mg/gema de AL, 98,71 mg (CON) para 38,87mg (OP360) e 77,79 mg/ gema (AM420) de AA e de 1.108,92 mg (CON) para 802,79 mg/gema (OP360) do total de PUFAs n-6 na gordura da gema confirmaram o efeito das dietas sobre os totais de ácidos graxos da serie ômega-6 nos tratamentos. Os resultados desta pesquisa estão de acordo com um significativo número de experimentos realizados objetivando modificar o teor de PUFAs n-6 e n-3 na gema do ovo e, dentre os citados na literatura, pode-se mencionar os trabalhos de FISHER; LEVEILLE (1957), WHEELER et al. (1959), MURTY; REISER (1961), WHITEHEAD (1981), ADAMS et al. (1989), VAN ELSWYK (1993), SURAI et al. (2000), SURAI; SPARKS (2001), GALOBART et al. (2002) e TSUZUKI (2003) nos quais podem ser evidenciados que a concentração média de PUFAs n-6 mesmo sendo deslocada para menor por efeito da dieta rica em PUFAs n-3, permaneceu como a quarta maior concentração de ácidos graxos da gordura da gema (Tabelas 5 e 6).
As poedeiras apresentaram consumo variável de PUFAs n-6 com média de 2.058,80 mg/ave (CON) decrescendo significativamente para 1.550,60 mg/ ave/dia (OP360) com a fonte OP e consumo variável e não significativo com médias maiores que 2014,50 mg/ave/dia (AM180) com a fonte AM na ração. O parâmetro consumo de PUFAs n-6, não afetou a incorporação que variou de 48,01% (CON) a 58,26% (OP300), maior média, de AL na gema do ovo. Entretanto, alterações significativas por efeito dos tratamentos e fontes foram observadas nas variações decrescentes de médias de 4,80% (CON) a 2,57% (OP360) e 3,51% (AM420) de AA na gordura da gema, destacando-se maior efeito para a média de 3,12% da fonte OP se comparado 4,30% de incorporação de AM (Tabelas 5 e 6). Apesar da literatura não fazer menção direta ao porcentual de incorporação de PUFAs n-6, os resultados desta pesquisa são concordantes com HUANG et al. (1990) que, alimentando poedeiras com 3% de óleo de peixe por quatro semanas, observaram diferença significativa na redução da média de 1,96% de AA (CON) para 0,87% de AA na gema e de MORI (2001) quando utilizou o teor de 2% de OP na dieta de poedeiras e comprovou decréscimos do AA nos lipídeos da gema.
Os requerimentos de humanos adultos, segundo SIMOPOULOS et al. (1999) baseando-se nas tabelas do Subcomite do “Recommended Dietary Allowance” (DRA), seriam no mínimo de 4,44 g de AL/dia. Os resultados do presente experimento contemplariam o suprimento das exigências variando de 16,54% (OP360) a 23,94% (AM120) de PUFAs n-6 com a ingestão de um ovo/dia por humanos adultos (Tabela 3).
CONCLUSÕES
Os maiores decréscimos dos percentuais dos totais de PUFAs n-6 na gema dos ovos ocorreram por conta do aumento dos PUFAs n-3 da fonte de OP na ração e os menores % de incorporações de AA foram observados com esta fonte na dieta das poedeiras.
Os % de incorporações de AL ao redor de 50%, não foram influenciados pelo consumo do total de PUFAs n-6 nos tratamentos ou fontes com adição óleo de milho ou suplementos de PUFAs as rações.
As médias de PUFAs n-6 em mg/g gema e mg/gema decresceram significativamente com o uso de teores crescentes da fonte OP na dieta.
Foi evidente o efeito da suplementação de ômega-3 as dietas sobre o decréscimo linear do AA nos lipídeos da gema.
As melhores relações PUFAs n-6/ PUFAs n-3 (3,72-OP360) foram obtidas com suplementação da fonte OP às dietas.
Ovos resultantes da suplementação com a fonte de AM à dieta mostraram teores maiores do total de PUFAs n-6, na qual os ovos apresentaram-se mais enriquecidos com ômega-6 podendo suprir até 25% das exigências de um homem adulto segundo o DRA.
A praticidade dos resultados desta pesquisa permite a implementação de estratégias para enriquecimento de ovos projetados na produção avícola visando agregação de valor ao produto podendo-se utilizar a livre escolha, tratamentos e fontes, de acordo com o objetivo comercial e apenas recomenda-se o uso de até o limite máximo de 2% de um OP de boa qualidade a dieta.
Ficou constatada a possibilidade de manipulação da composição dos ácidos graxos da gordura da gema do ovo, favorável ao decréscimo ou aumento de PUFAs n-6 de acordo com as fontes utilizadas OP e AM combinada aos teores de AL suplementado a dieta das poedeiras. Entretanto, o peso e teor de gordura total da gema do ovo não foram influenciados pelas fontes de ácidos graxos na ração.
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