INTRODUÇÃO: As fissuras orofaciais estão entre as malformações congênitas mais frequentes e apresentam uma diversidade clínica, acarretando uma série de sequelas graves que acompanham o portador ao longo de sua vida. OBJETIVO: Estimar a prevalência dos tipos de fissuras orofaciais congênitas, diagnosticadas em um serviço de referência, em casos residentes no estado de Mato Grosso do Sul, no período de janeiro de 2003 a dezembro de 2007. MÉTODO: Foi realizado um estudo observacional de corte transversal, retrospectivo, onde os dados foram obtidos nos prontuários do Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais (HRAC/USP/SP). Para o cálculo da prevalência foram utilizados os dados dos nascidos vivos (SINASC). RESULTADOS: Em síntese, ocorreram 271 casos diagnosticados no serviço de referência, onde prevaleceram as fissuras transforames incisivo, unilaterais, predominantes para o lado esquerdo e acometeram com maior frequência o gênero masculino e a etnia branca. A idade média das mães foi de 25 anos e escolaridade de 9 a 11 anos completos, com história de intercorrência gestacional e sem antecedentes familiares para a fissura. No SINASC foram notificados 98 casos de fissura para mesmo período, correspondendo a uma prevalência de 0,49 por mil nascimentos. CONCLUSÃO: No presente estudo foi possível estimar a prevalência da fissura pelos dados do hospital e pelo SINASC, porém estudos futuros a respeito da epidemiologia das fissuras orofaciais no estado de Mato Grosso do Sul e Região Centro-oeste, utilizando terminologia uniforme para a classificação são necessários para comparar e acompanhar a evolução temporal da prevalência.
epidemiologia; prevalência; fissura palatina; fenda labial