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Bancos de macrófitas como potenciais áreas de berçário para peixes em pequenos reservatórios de hidrelétricas

Resumo:

Objetivo

O presente estudo verificou se os bancos de macrófitas presentes nos reservatórios de pequenas centrais hidrelétricas desempenham um papel ecológico funcional no desenvolvimento inicial da ictiofauna. Adicionalmente, comparou-se a estrutura das assembleias de peixes ao longo dos compartimentos de cada reservatório e entre os reservatórios.

Métodos

A amostragem foi realizada em março de 2018 nos compartimentos lótico, intermediário e lêntico dos reservatórios de Palmeiras e Retiro, rio Sapucaí-Mirim (SP). Três bancos diferentes de macrófitas por trecho (tréplicas), considerando os mais representativos em termos de composição (recorrência/dominância), foram amostrados, no total de 18 amostras (nove por reservatório). Para a coleta dos peixes foi utilizada peneira de 1 m2 de área, abertura de malha de 1 mm, introduzida manualmente, da proa do barco, sob a vegetação aquática marginal e erguida rapidamente (três lances por amostra). Simultaneamente, foram medidos parâmetros limnológicos básicos, utilizando sonda Horiba U-52, adjacente aos bancos.

Resultados

A presença de estágios juvenis para todas as ordens de peixes encontradas no rio, Characiformes, Siluriformes, Synbranchiformes, Gymnotiformes e Cichliformes, demonstra que os bancos de macrófitas são utilizados, em algum momento do seu ciclo de desenvolvimento, por espécies com diferentes requerimentos ecológicos. Foram observadas diferenças estatísticas significativas na estrutura da ictiofauna no eixo longitudinal dos reservatórios, mas não entre os reservatórios. O mesmo foi verificado para os dados limnológicos (ACP).

Conclusões

Os bancos de macrófitas encontrados nos reservatórios de pequeno porte das PCHs do rio Sapucaí-Mirim são berçários potenciais para a ictiofauna, principalmente, mas não exclusivamente, para espécies sedentárias e com cuidado parental. Esta associação é ecologicamente relevante, dado a ausência de habitats laterais típicos para o desenvolvimento inicial da ictiofauna. Adicionalmente, a despeito do pequeno porte dos reservatórios, a organização espacial também se mostrou importante, com diferenças em termos de composição, tamanho e estágios de desenvolvimento ao longo dos distintos trechos de amostragem.

Palavras-chave:
cascata de reservatórios; ictiofauna; juvenis; larvas; organização espacial

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