Resumo:
Objetivo Caracterizamos a dieta e a guilda trófica da comunidade de peixes em uma unidade de conservação para contribuir com informações sobre a ecologia trófica.
Métodos As coletas foram realizadas em três pontos de amostragem, em 2017 e 2018, com o auxílio de redes de espera. Os espécimes foram eutanasiados em solução de benzocaína a 0,5%. Em laboratório, os estômagos foram retirados, fixados em formol 4% e preservados em álcool 70%. O conteúdo estomacal foi examinado e os itens alimentares foram identificados até o menor nível taxonômico possível e quantificados de acordo com o método volumétrico. A caracterização da dieta foi apresentada por meio do volume percentual de cada alimento consumido. Para a determinação da guilda trófica de cada espécie, foi considerada a predominância de um determinado tipo de recurso alimentar (> 51% do volume total) na dieta da população.
Resultados A dieta das espécies foi distribuída em 16 itens alimentares (predominância de decapoda, fragmento de peixe, inseto terrestre e vegetal aquático), e quatro guildas tróficas foram observadas (carcinófago, piscívoro, insetívoro terrestre e herbívoro). Além disso, houve a ocorrência de microplástico na dieta de três espécies.
Conclusões A comunidade de peixes aqui avaliada demonstra uma ampla gama de recursos que podem compor a dieta dos peixes e demonstra as diferentes guildas tróficas que podem ser observadas em uma área protegida. Por se tratar de uma unidade de conservação, conhecer a dieta e as guildas tróficas que compõem a comunidade de peixes pode contribuir para o entendimento da dinâmica das cadeias alimentares, da estrutura da comunidade e do funcionamento do ecossistema. Assim, este trabalho pode contribuir com informações sobre a biologia das espécies avaliadas para futuros trabalhos e programas de conservação.
Palavras-chave: dieta; peixes de água doce; Reservatório de Itaipu; Peixes Neotropicais; Refúgio Biológico de Santa Helena