Resumo
Introdução
A comunidade de macroinvertebrados bentônicos estuarina varia espacialmente em resposta a mudanças nas variáveis ambientais nesses ecossistemas. O entendimento dessa variabilidade auxilia o conhecimento dos mecanismos estruturadores dessas comunidades.
Objetivo
Avaliar os aspectos estruturais da comunidade de macroinvertebrados bentônicos em um estuário hipersalino, e relacionar as variáveis ambientais que atuam sobre a estrutura da comunidade ao longo do estuário.
Métodos
O estudo foi realizado no estuário do Rio Tubarão em maio de 2015. Foram amostradas duas zonas do estuário (superior e inferior), e em cada zona foram amostrados seis pontos compostos de duas réplicas, uma réplica amostrada em substrato arenoso e a outra em substrato lamoso. Foram coletadas amostras de macroinvertebrados bentônicos e das variáveis ambientais do estuário. Os fatores direcionadores da comunidade de macroinvertebrados bentônicos foram determinados através da análise de Modelo Linear baseado na Distância e a contribuição das espécies para similaridade e dissimilaridade entre as áreas e tipos de substrato, através de análises de porcentagem de similaridade.
Resultados
A composição da comunidade de macroinvertebrados bentônicos divergiu entre as áreas superior e inferior, embora tenha sido semelhante entre os substratos lamoso e arenoso. A variação da comunidade entre as áreas foi principalmente relacionada à influência da salinidade, na área superior, e pela salinidade associada a outras variáveis no substrato arenoso (temperatura, turbidez e oxigênio dissolvido) e lamoso (temperatura, sólidos totais dissolvidos e oxigênio dissolvido) da área inferior. Os táxons que contribuíram para dissimilaridade entre as áreas superior e inferior foram Nereididae (17,89%), Anomalocardia brasiliana (15%) e Cirratulidae (10,43 %).
Conclusões
A salinidade foi a principal variável direcionadora dos aspectos estruturais da comunidade de macroinvertebrados bentônicos na área superior do estuário, embora na área inferior um conjunto de variáveis estruturaram a macrofauna bentônica no estuário hipersalino estudado. Além disso, a cobertura de mangue e menor influência da maré, pode ter favorecido a maior abundância de macroinvertebrados na área superior.
Palavras-chave:
estuário negativo; macrofauna bentônica; Polychaeta; Bivalvia; manguezal