Resumo:
Objetivo
Este artigo tem como objetivo reunir e atualizar os registros de espécies não-nativas em um rio subtropical do sul do Brasil, alertando para os impactos que podem exercer neste, e em outros corpos hídricos.
Métodos
Foi realizado um monitoramento no rio Guaraguaçu, o maior rio da planície costeira do Paraná, localizado no bioma Mata Atlântica. Os peixes foram amostrados em dois períodos: de 2002 a 2007 (mensalmente) e de 2016 a 2018 (semestralmente), e os demais organismos foram coletados em amostragens isoladas.
Resultados
O monitoramento registrou a presença de seis espécies de animais não-nativos neste rio – quatro espécies de peixe (Clarias gariepinus, Ictalurus punctatus, Oreochromis niloticus e Salminus brasiliensis), um invertebrado (Macrobrachium rosenbergii) e um foraminífero (Ammoglobigerina globigeriniformis), introduzidos principalmente através de escapes de aquicultura, para pesca esportiva ou por água de lastro. Tais introduções são um problema, pois, têm o potencial de impactar negativamente as espécies nativas ameaçadas de extinção neste rio através de predação, competição ou introdução de novas doenças.
Conclusões
No rio Guaraguaçu o crescente número de introduções é preocupante, pois estas espécies têm em comum um conjunto de características que as tornam potenciais invasoras. Continuar o monitoramento de suas populações é fundamental para detectar e minimizar seus impactos negativos na biota nativa, uma vez que há na região uma unidade de conservação (Estação Ecológica Guaraguaçu), com o objetivo de proteger o ambiente em sua condição prístina.
Palavras-chave:
foraminífero aglutinante; espécies exóticas; estuário; ictiofauna; camarão