Resumo
Objetivo: Avaliar a extensão da influência dos reservatórios à montante sobre a variação temporal e espacial do fitoplâncton na calha do rio Paraná e a importância de seus principais tributários na diminuição do processo de oligotrofização neste trecho do rio.
Materiais e Métodos
Foram realizadas amostragens trimestrais de fitoplâncton e variáveis físicas e químicas da água entre agosto de 2013 e maio de 2015, na calha do rio do rio Paraná e na foz de principais tributários, no trecho compreendido entre a jusante do reservatório de Porto Primavera e o remanso de Itaipu. Para sumarizar a variação da densidade fitoplanctônica em relação às principais variáveis físicas e químicas da água, foi aplicada uma Análise de Redundância (RDA).
Resultados
Foram identificados 214 táxons durante o estudo. Para riqueza de espécies e densidade fitoplanctônica os valores encontrados foram baixos e sem padrão de distribuição temporal ou espacial, tanto para o rio Paraná quanto para os tributários. No entanto, quando aplicada uma RDA aos dados foi possível verificar a segregação espacial na calha do rio Paraná, com o trecho próximo à barragem relacionado a maiores valores de transparência da água e densidade de Cyanobacteria, exportadas pelos reservatórios à montante. Enquanto que os trechos médio e inferior estiveram associados à maior complexidade do fitoplâncton e maiores concentrações de nutrientes e turbidez.
Conclusão
Por meio da análise da comunidade fitoplanctônica, foi possível verificar a diminuição do efeito de oligotrofização ao longo do eixo longitudinal do rio Paraná e o importante papel dos tributários para a diminuição deste efeito.
Palavras-chave:
alga planctônica; sistema lótico; oligotrofização; reservatório de Porto Primavera; descontinuidade serial